sexta-feira, janeiro 29, 2016

Sinais do tempo


Quando via como o Eusébio se arrastava pela relva artificial do Cosmos, para a coleta dos últimos dólares, quando a Amália se esganiçava com a idade e já nem dizia palavras, em espetáculos tristes que aplaudíamos por reverência, quando o Salvador fazia umas pontas deprimentes nas suas últimas passagens pelo Parque Mayer, e nós gargalhávamos por obrigação, sentia-me sempre um pouco mal. O presente não tem o direito de enterrar o passado, em especial quando este foi bonito.

Ontem, ofereceram-me o CD que reproduz um espetáculo de Sérgio Godinho e Jorge Palma. Com Fausto, ambos fazem parte da "troika" musical que me acompanha intimamente nas últimas décadas. Não me falha um CD de nenhum deles, garanto! Qual José Afonso, qual José Mário Branco, qual Adriano, qual quê! A mim, esse trio - e, por cá, só ele - faz parte da memória afetiva que trago permanentemente comigo. Por isso, "saí" muito mal deste CD. Caramba, os anos passaram! Mas não lhes digam! 

3 comentários:

Anónimo disse...

se gosta de ouvir má música...é seu direito.

visto daqui, entre sérgio godinho e quim barreiros, venha o quim.

ARD disse...

Devias ter visto o espectáculo ao vivo.
Eu vi-o e comprei agora o CD.
O espectáculo foi, de facto, melhor do que é o CD.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro ARD. Não tive a dita de morar a "walking distance" do palco...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...