sábado, janeiro 02, 2016

Boa memória (1)


A sério: valeu mesmo a pena tudo aquilo?

12 comentários:

Anónimo disse...

Aparentemente quer lançar uma nova formação política europeia. A coreografia era por conseguinte necessária.

Anónimo disse...


Será que tb subscreve a TINA e partilha o conceito cavaquista de "realidade" ?!

Cumprimentos,

JRodrigues

Nuno disse...

"tudo vale a pena quando a alma não é pequena"

Anónimo disse...

Pois é! De boas intenções está o Mundo cheio!...

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Embaixador: Permita, antes de mais, de lhe apresentar os meus melhores votos para 2016, ;e para todos os seus, ano de todos os perigos, penso eu!

O Senhor já tinha sido bastante injusto, embora talvez realista, na época em que postou pela primeira vez sobre o antigo ministro das finanças grego .

Eu sou um dos seus comentadores que esperou mais que ele conseguisse levar a bem a sua missão: convencer Bruxelas e a Troika de aliviar o peso da dívida, estruturando-a. Falhou tudo, é verdade.

O Senhor foi um diplomata e detectou a possibilidade que Yanis Varoufafis podia falhar...talvez mais pela forma que por le fundo!

Porque o Senhor conhece os bastidores da política e do mastodonte de Bruxelas! Impopular , este Yanis, porque para muitos dava a impressão que dava a lição a toda a gente, e parecia arrogante. Não se vestia como "tout le monde"! Sem gravata, "blousons" de couro, andava de moto! Mas, na realidade, para os políticos do Eurogrupo, os outros ministros, viram nele um personagem muito diferente deles todos, do seu círculo, diferente dos outros no quadro dum processo político normal.

Mas tinha sobre os outros esta qualidade: Era amical, directo, honesto, não andava "autour du "pot" quando lhe faziam uma pergunta.

Este homem não estava dentro da norma! Não era conveniente para os outros. O género de indivíduo, que , "ou se gosta ou se desgosta"! E quando penso no seu interlocutor, o holandês, o horrível Dijsselbloem ministro das finanças e patrão do Eurogrupo, prefiro o Grego.

Este holandês tinha prometido que o grego seria enviado ao tapete! E ele tinha as armas para o vencer: As pessoas que tinham 20 000, 30 000, 40 000 euros, podiam retirar 60 euros por dia. Se possuíam várias contas, podiam retirar mais. Mas como fazer quando as pessoas não tinham poupanças e dispunham só do salário no fim do mês para viver? No fim do mês não tinham "um tostão" até que o cheque venha. E subitamente só podiam retirar 60 euros! Foi pensando nestes que Tsipras abdicou.

Estrangular o povo grego para assassinar metodicamente Yanis! Dijsselbloem disse à Varoufakis : Ou assina o memorando (ainda pior que o precedente!), ou a vossa economia vai derrocar-se. Yanis : Como? Vamos fazer cair os vossos bancos. Yanis : Quem decidiu isso? Disselbloem : "Eu decidi"!

Isto prova que esta instituição não é democrática, mas neo-fascista.

Quanto ao Schaüble disse : "Quanto quer para abandonar o euro? " Foi talvez o único que falou justo desde 2011. A Grécia nunca devia ter entrado no Euro. Mas quando se pertence à NATO, o osso é difícil a roer!

Claro que as fantasias de Berlusconi, a imoralidade patente do indivíduo, os crimes económicos, e os crimes contra o direito e as leis do seu país, chocavam menos que Varoufakis.

Anónimo disse...

Eu colocaria o Post de uma forma diferente: com Passos Coelho em vestes de Verão, com aquele ar ridículo que costumava apresentar, a ler o programa de governo que nos fez recuar mais de uma década, em termos económicos, nos 4 anos em que se dedicou a destruir o País e levá-lo à bancarota. Ou então, Paulo Portas, de saia e casaco, a perorar sobre as virtudes desse mesmo programa de destruição nacional. Gosto do Varoufakis. Ponto. O gozo que me dava saber que o reaccionarissimo presidente do Eurogrupo se encanitava com ele!
Bom Ano!

Joaquim de Freitas disse...

Não há muito tempo, dois Natais talvez, tive um gesto de solidariedade para um deserdado da vida, à saída dum supermercado, que tinha eleito domicilio de dia no parking e vinha sentar-se por vezes não longe da porta de entrada do mesmo supermercado. Recordo que no dia em que travei conhecimento com ele, estava a chover, o frio apertava e o homem tremia. Havia ao lado um balcão do Macdo e convidei-o a vir tomar uma bebida quente e comer alguma coisa.

Depois, cada vez que lá passava, dava-lhe algumas moedas e por vezes trazia-lhe um sanduíche.

Deu-me o seu nome. Nunca lhe perguntei como tinha chegado a este ponto de miséria e sofrimento.

E depois um dia, a direcção do supermercado proibiu-o de entrar para comprar algumas pequenas coisas para comer, sem provocar ninguém, educado, não dava nas vistas, salvo o aspecto hirsuto , diferente dos clientes pelo vestuário pobre que tinha. Nunca mais o revi.

Retiro uma certa moral desta história de todos os dias nesta Europa que se afunda na miséria.

Enquanto que os industriais e os seus cúmplices de todos os sectores nos envenenam todos os dias, pouco a pouco, com os produtos cada vez mais impróprios ao consumo, avariados e com hormonas, à maneira dos produtos financeiros à deriva e tóxicos do sector financeiro, e que não hesitam mais a contratar esquadrões de mulheres dos países de leste, para servir como caixas, remuneradas miseravelmente , enquanto que muitas mulheres locais sem trabalho ...continuam sem trabalho, pensei na coisa seguinte:

Se os dirigentes em colarinho branco são lisos e aparentam ser limpos neles, é também para valorizar a sua moral imunda e desumana promovida por um sistema tendendo a condicionar-nos com o objectivo de infantar a curto prazo um mundo de "zombies" ( fantasmas).

Yanis Varoufakis representava o meu exemplo do "zombie" do parking, batendo à porta da Europa, em nome dos "zombies" gregos que, de desespero se suicidam porque não têm aceso ao supermercado, onde pontificam indivíduos de colarinho branco , bem vestidos, que representam o mundo financeiro imundo que subverte tudo e todos , em Portugal como algures.

E muitos daqueles que sobrevivem e criticam o Grego, como fez o governo português, fazem-me pensar, irresistivelmente, naqueles "petit-blancs" nos Estados Unidos onde, face aos escravos trazidos da África, certos creram encontrar , porque eram brancos, razoes de se sentir superiores simplesmente porque consideravam os escravos como seres inferiores.
Ora foram estes "petit-blancs" que constituíram a massa dos racistas da qual os dominantes tinham necessidade contra os escravos em luta pela sua emancipação.

E destes "petit-blancs" há muitos nos países de imigração europeus, que se assimilam aos dominantes mas que não o são.

Apresento-lhe, Senhor Embaixador, as minhas desculpas pela extensão do texto.

Anónimo disse...

"Se alma não é pequena. É no que dá um mundo com seres humanos.
Fernado Neves

Isabel Seixas disse...

Qualquer coisa que você faça será insignificante, mas é muito importante que você faça.

Mahatma Gandhi

Isabel Seixas disse...

Convenhamos que é preciso uma tez de Adonis além de porte e uma coragem peculiar para usar algumas camisas afrodite junto à pele.
Mas este senhor tem esses dons, além da espontaneidade em relativizar, continuo a gostar dele basicamente porque sim.

patricio branco disse...

um icone que teve o seu tempo passando como um meteoro.
esquerda chique, bon-vivant,
a moto, o capacete e as camisas são os seus emblemas.
tsipras viu-se livre dele a tempo.
mas no entanto uma figura interessante, criou esperanças, dizia o que tinha a dizer sem papas na língua.
voltou à sua vida universitaria, talvez em sydney.

Anónimo disse...

Valeu, pois!

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...