Tal como se pode dizer, num outro tempo, para Luís Filipe Costa, a informação na rádio portuguesa não seria a mesma sem a TSF criada por Emídio Rangel. Que fez muito mais: ele foi a alma por detrás da SIC, o primeiro canal privado de televisão no nosso país e, por essa via, uma das maiores e mais criativas figuras nesse setor. Era alguém que tinha em si aquela irrequietude e ambição inventiva que os retornados trouxeram à sociedade portuguesa - e isto é um elogio, entenda-se.
Alimento há muito a tese de que, para o mal e para o bem e medidas as distâncias, Rangel acabou por ajudar à "criação" de dois primeiros ministros sucessivos - Santana Lopes e José Sócrates -, ao tê-los colocado por longos meses em confronto (e evidência política) dominical nos telejornsis da RTP.
Conheci mal Emídio Rangel. Recordo que não era um homem fácil, no seu estilo cortante e algo ácido-irónico, que lhe criou bastantes inimigos. Mas nunca ouvi ninguém negar-lhe a genialidade criativa. Deixar uma obra feita é coisa que conforta uma vida, como é de justiça ser lembrado na hora da morte.
2 comentários:
Um amigo de há mais de 40 anos, o que quer dizer que pertencia a uma espécie em vias de extinção.
eram corteses esses comentarios a 2 do santana lopes e josé socrates, quase que acreditavamos na bondade/qualidade deles ao ouvi los, lopes caiu no lugar por durão se ter ido, josé foi eleito pelo desejo de mudança depois do desastre santana, enfim, potenciais comentadores é o que por aí há mais, a teoria é uma coisa, a pratica politica outra
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