domingo, agosto 24, 2014

António Guterres

Está agora na moda falar-se de António Guterres para a presidência. Alguma esquerda suspira já por ele em público, a restante sentir-se-ia aliviada se acabasse por vê-lo em Belém, depois da década que atravessou. Sem inocência, a direita, que o teme como a ninguém, lança cada vez mais o seu nome, técnica vetusta de o tentar ir queimando em lume brando, ainda a quase 18 meses do ato eleitoral.

Faço, desde já, uma declaração de voto: se Guterres for candidato, apoiá-lo-ei com entusiasmo. E creio que não vale sequer a pena estar por aqui a explanar as razões por que o faço. Trabalhei com ele no governo e conheço as suas qualidades e qualificações.

Não faço a menor ideia se Guterres irá candidatar-se. Acho, com a maior franqueza, que se acaso, nos tempos que correm, ele tivesse dois botões à sua frente, em que pudesse definir definitivamente a sua posição sobre o assunto, um com um "sim" e outro com um "não", ele inclinar-se-ia por pressionar o "não". Tenho esta profunda convicção.

Ainda bem que ele não tem essa possibilidade. Isso significa que continua a existir a hipótese de uma das mais competentes, bem preparadas e eticamente irrepreensíveis personalidades portuguesas poder vir a assumir a chefia do Estado. E isso não é pouco.

20 comentários:

patricio branco disse...

homem muito inteligente, integro, culto, preparado, veja-se o lugar internacional que ocupa, ag creio que foi no entanto um pm que falhou, por isso se demitiu aproveitando o pretexto das autarquicas. não tem o perfil exactamente adequado ao de chefe de governo. parece-me indeciso, com pouco poder de liderança, e é pena.
mas creio que tem bem o perfil dum presidente e por isso é bom que se candidate e será um forte candidato, tem uma imagem favoravel de limpo que outros potenciais candidatos não têm nêm, incluindo durão barroso, muito ligado a tricas e à situação de portugal. é um dos ultimos homens politicos dignos e com perfil que temos.
que se candidate pois, mas é ainda cedo para o anunciar.

Anónimo disse...

Como se pode votar em alguém que deixa o país no "pântano", e sai a meio, por que diz que não o consegue tirar do "pântano" (o mesmo pântano a que ele nos conduzio)??

É óbvio que com este "timoneiro" de água doce não vamos lá!

Venha outro com mais fibra que o país bem o merece e, sobretudo, o precisa.

Anónimo disse...

Não sei porque é que a direita, de que faço parte, teria medo de Guterres porque para além de ter sido um péssimo primeiro ministro, o que para presidente não é relevante, tem , tanto quanto posso saber, todas as qualidades apontadas: inteligente, sério, boa pessoa.
Votaria nele, sem nenhum problema, não fosse ele apoiado pela matula toda da esquerda.
João Vieira

maria disse...

Pelos vistos já começou a campanha eleitoral...
Tenho a impressão de que o visado é... "boa pessoa", talvez a pior coisa que há para dizer de alguém, quando não nadinha de francamente positivo para dizer a respeito dele.
Lembro-me de dele se dizer que era "esponjoso".É uma boa recomendação pra ser um bom Presidente da República. Não se espera deste firmeza e que saiba bem o que quer? Adivinha-sem em A. G. as características desejáveis, mais: exigíveis no Supremo Magistrado da Nação? Naquele que vai suceder ao fulano de Boliqueime,com o país no desgraçado estado em que está? É evidente que não percebo rigorosamente nada de política (nem com maiúscula nem com minúscula.O que julgo acontecer com alguns milhões de Portugueses. Com a diferencinha de que eu reconheço-o). Magalhães dos Santos

Anónimo disse...

Devo responder diretamente a Maria Magalhães dos Santos no que respeita ao qualificativo de "Boa pessoa" : para mim ser "boa pessoa ou bem formado ou não ser um patife ou um desclassificado" é absolutamente a qualidade a partir da qual considero ou não as pessoas. Julgo que uma pessoa que se diz despolitizada, e mais se fosse, não deve usar expressões como "o fulano de Buliqueime" porque denotam uma arrogância snob absolutamente deslocada e malcriada. Em política atacam-se ideias, opiniões, soluções. Não se fazem juízos sociais, nem se insulta porque demonstra mau carácter e que se não é "boa pessoa"
João Vieira

Anónimo disse...

Dezoito meses não queimam ninguém. Bem antes pelo contrário, criam-lhe é um efeito de naturalização à candidatura - que foi o que aconteceu com o Cavaco, para grande mal de todos os nossos pecados.

À esquerda, apenas Carvalho da Silva podia dar um PR que nos mudasse de vida - mas o que foi uma probabilidade perdeu muito fôlego com problemas de saúde que já assumiu.

Anónimo disse...

Guterres foi, salvo erro, o único homem político português que pediu desculpa pela sua responsabilidade na crise. Só isso merece consideração. Mas há outras coisas. Entre outras: simpatia, educação, domínio de línguas estrangeiras, excelente e (talvez demasiado discreto) desempenho do presente cargo internacional, etc. Tem defeitos, como todos nós, e é certo que por si só não resolverá os nossos problemas, mas desde que saiu do governo não fez asneiras. Pelo contrário. Poucos se poderão gabar do mesmo. E ele não se gabará do que fez na ONU. Até pode ser que lá fique noutro cargo.
JPGarcia

Anónimo disse...

Eu ca voto Guterres.
O resto é paisagem!!!

Anónimo disse...

E eu respondo ao João Vieira.


Mesmo para os que gostam dele, Cavaco é de Boliqueime, e é um homem, logo é um fulano.

É que tem mesmo que se lhe diga concluir que alguém que se refere a Cavaco através desses atributos está a manifestar "arrogância snob absolutamente deslocada e malcriada".

Concluir do escrito no texto de Maria que esta faz "juízos sociais" e "insulta" são demasiados saltos de gazela.

Acaso acha João Vieira que não se pode nascer em Boliqueime? Que quem nasce em Boliqueime está socialmente desqualificado? E em que mais outras terras é que não devemos nascer para não ficarmos desqualificados socialmente?

E que tem a palavra "fulano"? É insultuosa ou limita-se a ser coloquial? E não se pode ser coloquial pq? Acaso uma caixa de comentários é um manual de protocolo e tratamentos de cortesia?

Parece-me bem que se arrisca a ter posto mais de si e dos seus conceitos pessoais na crítica que faz a Maria do que aquilo que Maria - que é bem possível que não goste de Cavaco - realmente escreveu.

nuno magalhães

João Forjaz Vieira disse...

não sei se val a pena responder a Nuno Magalhães porque me parece que não quis perceber o sentido bem claro, e milhentas vezes usadas pelas pessoas que atacam desclassificando os oponentes, do comentário da parente Maria Magalhães. Não vale a pena tentar virar o bico ao prego.
A caixa de comentários não deve ser malcriada e desrespeitosa para com todas as pessoas e, por maioria de razão, com os titulares de órgãos de soberania.
João Vieira

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Francisco
Apesar da verdade das palavras do seu post, para o bem ou para o mal, em política, as qualidades referidas não bastam a um Chefe de Estado.
E mau seria que Guterres ganhasse, porque não havia mais ninguem em que votar.

Anónimo disse...

Caro João Vieira,
A tal "matula de esquerda", como refere com desprimor (embora se erice com "fulano" para o cabide de Belém) não votará Guterres. É um erro de análise que faz. Infelizmente, também não se vislumbra um candidato de esquerda. Guerres, católico, conservador, embora honesto e sério, nunca foi de esquerda. Agora antes ele do que Cavaco, por exemplo. Ou Santana.
Júlio Ferreira

Anónimo disse...

João Vieira,

A ser minha parenta (deve ser pois os magalhães entram-me na família por tantos lados) será muito distante. Tanto que nunca ouvi falar nesta senhora dona fulana que comigo partilha apelido. Também devo deduzir que me está a querer acusar de defender a prima ou posso (o mais provável que o leio com magnanimidade - leia-se com alma magna ou alma grande) inferir que notou a coincidência de apelidos?

já agora, às tantas também serei seu parente, pois entronco nuns Vieiras que no século XVIII andavam por Gondiães, Terras de Basto. Uns fulanos de Gondiães, podia dizer-ser sem que me parecesse falho de educação, modos ou trato.

Com os algarves é que ainda não notei relações que o mais abaixo que cheguei em termos de parentela foi a Monforte, distrito de Portalegre.

nuno magalhães

Anónimo disse...

Se o importante é o perfil, acho que o Paulo Portas seria uma grande escolha.

Carlos Fonseca disse...

O que por aqui vai por causa da expressão "fulano de Boliqueime".

Mas estou com o comentador João Vieira: já é tempo de deixarem a boliqueimada figura em paz. De preferência a gozar uma reforma definitiva.

Anónimo disse...

Caro Júlio Ferreira
Poderia concordar totalmente com o seu comentário visto que a"matula" vai "fechar os olhos" e votar do mal o menos, como parece razoável e lógico e sem outra hipótese; Porque a esquerda a que se refere fala muito alto e faz imenso chinfrim, mas tem recolhido votos insuficientes, graças a Deus e, na minha modestíssima opinião, felizmente e a bem do país.
João Vieira

Anónimo disse...

A propósito. Alguém sabe o que é feito do Doutor Cavaco Silva? Não se ouve falar dele desde que, em finais de Julho, afirmou que a crise do Ges não iria contaminar o Bes. Provado fica que um PR não faz grande falta e até pode ser prejudicial.

Anónimo disse...

O Eng. Guterres, que eu saiba, nunca manifestou qualquer intenção de ser Presidente da República. A direita teme-o com razão. Demasiado inteligente, culto e íntegro para este país de gente, sobretudo, boçal.
Foi um mau Primeiro-Ministro, diz-se, demasiado mole. Pois é claro. Tivémos a antecedê-lo um "duro". Duríssimo: Que permitiu a criação daquele bando de mafiosos e o "outro", que nos levaram à ruína. Isso é que foi disciplina. Rigor.
"Não! Guterres para Presidente, não", lá diriam os trauliteiros do costume (até parecem avençados), cheios do seu Portugal de antanho, da miséria expiadora, da ignorância como virtude, dos "compromisso Portugal". O "gajo" ouve ópera (deve ser maricas).

Fernando Correia de Oliveira disse...

"uma das mais competentes, bem preparadas e eticamente irrepreensíveis personalidades portuguesas", mas também, e até por isso, uma das maiores decepções como Primeiro Ministro.

Anónimo disse...

Entre Durão e Guterres venha o diabo e escolha. Quando um barco vai ao fundo as ratazanas são as primeiras a fugirem.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...