sexta-feira, dezembro 10, 2010

No reino de Sherwood

Ponderando embora, com indulgência e simpatia, os corporativos argumentos que apresentei sobre o caso WikiLeaks, o meu amigo e deputado europeu Miguel Portas, com a sua compreensível, mas não convincente, vertigem jornalística, considera hoje, no "Sol", que Julian Assange é uma espécie de "Robin dos Bosques", destas novas eras do reino de sombras da informação.

Não tenho a autoridade moral de um frei Tuck ou a autoridade física de Little John para me colocar ao lado de Assange, mas, diga-se, também não sinto o tropismo do sheriff de Nottingham para o meter na cadeia. A menos que as queixas de Lady Marian e das suas amigas, sobre os alegados arroubos agressivos da personagem, tenham algum fundamento.

11 comentários:

Helena Oneto disse...

:)! Delicioso!:)

margarida disse...

O texto mais sucinto e engraçado que já li sobre um tema longo e sem piada nenhuma.

Cunha Ribeiro disse...

A verdade é o primeiro e último argumento, quer da jubtiça quer da moral.

Cunha Ribeiro

Anónimo disse...

Quer-me parecer que uma larga maioria da população, ocidental, simpatiza com o Sr. Assange e o seu WikiLeaks. Bem vistas as coisas, aquilo tem trazido alguma animação a um mundo (ocidental, ou, pelo menos, europeu) em depressão. E, tanto quanto me foi dado perceber, não tem havido desmentidos.
Devo dizer que nenhuma das revelações me comove. O que me espanta é a extraordinária capacidade deste sistema político-económico em nos continuar a surpreender. Quando pensamos que já não é possível auto inflingir mais danos (ou descrédito) no tal sistema, eis senão que surge uma nova "provocação"! O que vale, é que o tal "sistema" tem, por sua vez, uma capacidade de se reabilitar notável!
Vamos ver no que dá esta história. Preocupa-me, todavia, esse pedido de extradição feito pelos EUA. O mesmo país que provavelmente não aceitaria extraditar um cidadão seu, tal como não reconhece outras instâncias penais internacionais, apesar de apelar ás mesmas para crimes cometidos por cidadãos estrangeiros, em países estrangeiros.
A ver vamos, como dizia o cego!
P.Rufino

Anónimo disse...

Até os pseudo-candidatos a “Robin dos Bosques” do séc. XXI são made in China!

Isabel BP

patricio branco disse...

Julian assange mais me parece um personagem jamesbondiano (mas não o agente 007)que pensa que vai transformar ou perturbar o mundo com as suas revelações "bombásticas". Há muito de megalomania e desejo de chamar as atenções sobre si na sua actividade de hacker informático. Mas pouco de ideologia ou princípios politicos, que não
parece ter.
Sem duvida que muitas das comunicações têm interesse, mais pelo que dizem das personalidades que comentam (daniel ortega, chissano, chavez, lula da silva, zapatero, berlusconi, os irmãos castro), não tanto sobre quem as preparou ou a potencia a que os diplomatas pertencem.
Não vai daqui sair nada de especial que mude o mundo, a diplomacia ou as relações internacionais nem criar conflitos. Creio que todas as diplomacias usam os mesmo métodos, apenas umas mais sofisticadas que outras. O que sai satisfeito das revelações é o voyeurismo dos leitores e a vaidade pessoal de assange pelo seu feito tecnico.
Dentro de pouco tempo, tudo não passará de material esquecido ou apenas para curiosos e investigadores. Ou para algum manual de diplomacia. Talvez as embaixadas e ministérios dos estrangeiros blindem mais as suas comunicações até que outro assange nelas penetre do novo. Como acontece tambem noutros campos,onde houve pirataria e espionagem, como penetrar em bancos e fazer desfalques fraudulentos, em ministérios da defesa, em páginas pessoais de email, em contabilidades de empresas, ou escutas telefónicas, que se têm visto

Helena Sacadura Cabral disse...

Ai! Senhor Embaixador o que ri consigo hoje.
Não sei como se chamava a mãe do verdadeiro Robin dos Bosques, mas se ela tivesse o meu sentido do humor, decerto que também tinha gargalhado com o seu post.
Este meu infante, se não existisse, teria mesmo que ser criado... Ao menos já sei porque nasci!
Falando a sério, o único aspecto que aqui me preocupa é, de facto, a revelação dos pontos estratégicos de defesa.
Mas, nessa senda, Portugal também já até publicou o nome dos seus espiões. Logo, somos uns percursores...

Julia Macias-Valet disse...

Caro embaixador, até hoje a unica versao do Robin que me tinha feito rir tinha sido a do Mel Brooks...mas a analise de hoje esta demais : )))

E deixem la o senhor à solta por nos gostamos todos de coscuvilhices...n'est ce pas ? O primeiro que nao gostar que atire a pedra ; )

Anónimo disse...

Rendo-me... A plagiar a Margarida,claro!....
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Tropismo ...
Sim mas... Nota-se jogo de cintura.
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Também da esfera de reinos de sherwood, e dos Encontros em Almoços comemorativos do espírito de Natal que visam fazer esquecer... Ou antes lembrar os efeitos terapêuticos da empatia, permita-me que lhes dê a conhecer um poema dedicado às mulheres pelo Presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA)do Norte.

Queria oferecer-te flores
Que te falassem de mim
E esquecessem as dores
E aquele dia igual a nenhum
Sete de Novembro de setenta e um

Oferecer-te-ia rosas
Belas maravilhosas
Perfumadas a sugerir-te sonhos quimeras, doces primaveras
Loucas madrugadas

Mas porque existiu aquele dia
Não te posso oferecer rosas
Porque a mim mesmo enganaria

Ofereço-te espinhos... Tojo
E se tens arrojo
Para aceitar esta oferta
Vem comigo de mão dada
Colher a primeira braçada.

Abel Artur Santos Fortuna

Citado com admiração
Isabel Seixas

Maduro e a democracia

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