domingo, outubro 17, 2010

Azul

Não sei se é da idade, mas o azul do céu de Lisboa perturba-me cada vez mais. Pela positiva, claro. Hoje, Lisboa estava com um céu de um azul imbatível. Não sou muito dado a reflexões poético-emocionais sobre cores, mas tenho vindo a dar conta que frequentar o azul me faz imenso bem. E o azul é, para mim, definitivamente, a cor de Lisboa, sendo falsa a ideia fílmica da "cidade branca", que equivocou Tanner. Optar pelo azul é uma banalidade? Claro que é, mas cada vez acho mais que assumir a banalidade genuina é a mais saudável forma de snobeira.

E as outras cores? Também as há, claro. Gosto do verde por irracionalidade afetiva e do vermelho (não do encarnado) pelas razões da razão. Do amarelo, só aprecio os sorrisos de alguns e deixo o roxo pascal para o fígado dos colunistas e blogueiros da desgraça. E o resto para os restantes.

15 comentários:

jj.amarante disse...

O céu azul do Algarve também não é nada mau:
http://imagenscomtexto.blogspot.com/2009/09/ceu-azul.html

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
Eu e o meu querido filho Miguel tivemos hoje,finalmente a sos, sessente minutos desse azul que nos devolve esperança! Como eu o entendo.

Helena Oneto disse...

A luminosidade do azul do céu de Lisboa é maxima e única! Felizes os que ainda a sabem apreciar.

José Martins disse...

Senhor Embaixador,

Ausente de Banguecoque por nove dias, avançando mais para o oriente e em Macau, onde já não visitava a “Cidade do Nome de Deus. Não há outra mais Leal.” Há 12 anos.
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Durante a minha estadia o céu uns dias azul e outros nublado.
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Mas mesmo o céu nublado, tudo naquele território, administrado por Portugal por mais de 400 anos, era azul.
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Mas como aquele território cresceu em 12 anos!
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Porém azul ou nublado o céu em Macau, por lá continua num jardim, no centro da cidade o Jorge Álvares o primeiro português a conhecer a China em 1521; o nosso Camões, João de Deus; outros vulgos da nossa história, os escudos portugueses, esculpidos no granito e a língua do Camões em todos os lados.
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Mesmo algumas placas e anúncios de establecimentos com algumas gralhas a língua de Camões está ali viva onde o Acordo Ortográfico não penetrou.
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Afinal os que tiveram receio da China enganaram-se redondamente....
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Estão ali as cores: azul, vermelho e o verde de Portugal.
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Numa série de artigos vou escrever o que vi em Macau e ficar conhecido o desenvolvimento de Macau que cresce, dia a dia, espontaneamente.
E de tanto coisa que haja visto... Sem ponta de dúvida a Europa que se comece a cuidar, pois o desenvolvimento de Macau vem da China e são os milhares de chineses que todos os dias chegam ao território fazem que ali corram rios de dinheiro.
Saudações de Banguecoque
José Martins

Julia Macias-Valet disse...

Apara acompanhar um bonito post...so uma bonita cantiga :

http://www.youtube.com/watch?v=_p2GrJpT3JQ

E depois, nao é da idade...é de viver em Paris.
Quando aqui cheguei nos anos 90, telefonava ao meu irmao para lhe perguntar se o céu estava azul em Portugal : ))

Pela cidade-luz mas sem azul podera ir vendo exposiçoes de Matisse, Klein...

Quanto a Lisboa, sempre que penso nela...sao tonalidades de rosa e amarelo que me vêm à memoria.

Julia Macias-Valet disse...

O azul e o branco sao sem sombra de duvida do MEU ALENTEJO ! ; )

Anónimo disse...

Aura das matizes

A flor silvestre estava na berma
Azul monocromático disfarce de céu
As cores atrizes eretas de soberba
O sustentáculo verde escondia o véu

Homem, passou nem sequer olhou
Nem cor nem matiz sequer o chamou Mulher, essa estacou suspirou Amen
Sentiu aura das matizes,só,Alguém

Sensibilidades nem só femininas
Apenas sensíveis matizes Boninas
Sépalas laivos humor sorriso Bem

A Mulher baixou-se colheu a Flor
Tirou-a da berma secou-lhe o Amor
Tão protetoras, suas filhas da Mãe

Isabel Seixas

Claro que competir é missão impossível, mas partilhar não.
Ora o céu cá em chaves, compatível sempre para mais, até pela inocência da interioridade.

http://www.youtube.com/watch?v=IPaKUZwnjF0

margarida disse...

Boa perturbação. Lembra-me os meus epistolográficos 'abraço azul'.
No caso, porque portuenses (distinto de portista), fraternos, sentidíssimos, dourienses (o rio é sempre azul, se o quisermos).
Mas Lisboa 'é' nívea, sim. às vezes com toques desérticos, outras, polares.
Há cal nas esquinas e reflexos prateados nos olhares.
...
O amarelo é o sol a sorrir;o lilás é encantador, o encarnado veste bem e o verde é um primor.
Todas as cores são uma bênção e o preto, a súmula de tudo o que bule no olhar, é o negrume da noite estrelada para nos encantar.
:)

margarida disse...

Em adenda: os cronistas e blogueiros 'da desgraça', desgraçadamente parece que têm razão...
:(
Seria uma felicidade para milhões que assim não se verificasse mas, excelência, convenhamos que por aqui a coisa está bem preta - sem poesias.
(e por aí o arco-íris também feneceu...)

Helena Sacadura Cabral disse...

Júlia
O céu cinzento rosa de fim de estação em Paris também é bonito. Quando aqui estou, lembro-me dele com alguma frequência.Quando aí estou lembro-me do nosso azul que aquece a alma!:-))

Anónimo disse...

Gostei desta nova cor de Francisco Seixas Costa. Não por ser azul, mas porque agradavelmente nova para mim. Nem por ser cor, apesar desse mesmo azul me encantar.
Neste país onde me encontro, a que chamam - e é! – a casa de todas as cores, ingenuamente procurei diversas vezes encontrar esse mesmo azul e outras cores. Em vão.
Por isso me questiono: será mesmo cor o que vemos quando olhamos o céu de Lisboa?

JR

Anónimo disse...

Há quem diga que as cores têm a ver com a nossa personalidade, ou aspectos dela. Não sei se é para acreditar. E o azul definiria, a ser assim, um bom aspecto dessa personalidade. A minha cor preferida. Mas também gosto do preto. Quanto a Lisboa, que maravilha de céu azul!
P.Rufino

Unknown disse...

Faz-me lembrar um certo poema de Fernando Pessoa

LISBOA REVISITADA

"...Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflecte!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho."

Blondewithaphd disse...

E foi preciso eu perder Lisboa um dia para me aperceber que todo o literário da luz da Lisboa é o mais verdadeiro que existe. E sim, para mim a luz de Lisboa é, de facto, branca...

Anónimo disse...

Ola bom dia

Gosto desse seu azul.Do azul Lisboa, conheço pouco ou quase nada.Lembro-me de umas tardes, perto do tejo.Fantásticas, e compreendo o que sente que o azul o envolve no seu olhar.

Se me permite o conselho, o azul do Douro é maravilhoso.E então na confusão das cores destas tardes de outono, aqui junto ás águas serenas do rio, no moderno cais fluvial, junto à esplanada do café, pode olhar um azul com reflexos de ouro que nos fazem sentir bem connosco na fugaz corrente dos dias e não ter pressa de chegar a nenhuma eternidade.

Hoje, o azul continua nas margens do Douro..Inesquecível,acredite.

Um abraço
J.Almeida

Ai Europa!

E se a Europa conseguisse deixar de ser um anão político e desse asas ao gigante económico que é?