Os comentários a este blogue andam muito agitados. Em lugar de ter de os selecionar, acho mais avisado suspender a sua aceitação. Até ver.
segunda-feira, agosto 11, 2025
Os trabalhos do Luís
Sabemos que é mais agradável aparecer apenas a público nas ocasiões positivas, imagino que reste ainda alguma memória traumática do patético incidente com o helicóptero, mas seria simpático o senhor primeiro-ministro vir a terreno mostrar solidariedade com as populações afetadas pelo fogo. Pense nisso!
Notícias da paz (4)
Será um teste para a independência do Comité Nobel norueguês o modo ira atuar face à pressão para galardoar Donald Trump. Se Trump viesse a ser escolhido, quase absolveria o viés do comité sueco, quando, em 1953, deu um inenarrável Nobel da Literatura a Churchill.
Notícias da paz (3)
A entrega de um território em disputa entre dois países para exploração por parte de empresas americanas, protegidas por forças militarizadas próprias, é, sem a menor dúvida, uma iniciativa original. Dá mesmo um novo e mais prático sentido à expressão "negociar a paz".
Notícias da paz (2)
Há qualquer coisa de potencialmente muito contraditório entre o que parece serem as bases de um acordo americano-russo sobre a Ucrânia e a preservação da face, não apenas de Zelensky, mas igualmente dos seus principais aliados europeus.
Notícias da paz
Um dos fatores que, até há pouco tempo, ninguém tinha em grande conta no processo negocial sobre a Ucrânia era o desejo, narcísico e quase infantil, que Trump tem de obter o Prémio Nobel da Paz - proposta já apresentada por um eventual criminoso de guerra e alguns autocratas.
domingo, agosto 10, 2025
A Volta
António Filipe
António Filipe, um homem sério que merece o respeito de muita gente à esquerda, não pode ser o candidato de quem não quer ver em Belém um presidente de direita, fardado ou não, por uma razão muito simples: numa eleição presidencial vota-se em quem tem possibilidades de ser eleito
Anexar ao processo
sábado, agosto 09, 2025
"A Arte da Guerra"
Nós e Israel
Adquira a "Visão" e ajude à sobrevivência de uma revista que foi e é um marco no jornalismo português.
Regresso da praia
"Espíritos zainas e marranicas"!
sexta-feira, agosto 08, 2025
Pimba!
Bela resposta do Tribunal Constitucional a um gesto de cedência xenófoba do governo, apenas para agradar à extrema-direita e tentar não perder o eleitorado preconceituoso das "perceções".
A solução final
É mais ou menos isto
O pessoal no poder anda deslumbrado e tenta apressar o receituário liberal, soprado por jovens turcos (e outros já menos jovens) das "business schools". O truque é comprar a extrema-direita com medidas xenófobas no "ar do tempo", em troca do apoio no desmantelar do Estado social.
Façam as contas
Os números de Gaza começam a aproximar-se da estimativa mais baixa de Hiroshima. E não foi preciso incomodar ninguém em Dimona.
Os Inglusos
Formam uma raça à parte, uma espécie de casta, embora pálida e sem turbante. Representam-se como o genérico lusitano de uma elite. Não se juntam muito entre si, porque são de tempos diferentes ou porque os feitios e os afetos os fizeram conflituar e, vá lá!, porque todos têm o individualismo como o único modo filosófico de vida que é "bem" adotar.
quinta-feira, agosto 07, 2025
Morreu o último ministro de Salazar
Almeida Costa tomou posse como ministro da Justiça em 22 setembro de 1967. Foi reconfirmado no cargo por Marcelo Caetano, em 27 de setembro de 1968. Deixou o cargo em 7 novembro de 1973. Foi presidente da Câmara Corporativa de 16 de novembro de 1973 até ao 25 de Abril.
quarta-feira, agosto 06, 2025
Lições do Tio Sam
Ver Trump e a sua camarilha, agressores diários da separação de poderes e da liberdade dos media, incentivadores de conspirações violentas contra a democracia, virem acusar as libérrimas instituições brasileiras de abusos de poder seria caso para gargalhada se não fosse trágico.
Não me convinha...
terça-feira, agosto 05, 2025
Índia
Estejam atentos. Uma chave determinante para o futuro do sistema geopolítico global chama-se Índia. O que vier a ocorrer em torno da evolução da posição desse país, na sua relação com os EUA, a China e a Rússia, num prazo muito curto, será relevante muito para além das suas fronteiras. Repito: estejam atentos.
segunda-feira, agosto 04, 2025
O Hamas e as vítimas
As crianças devem morrer à fome em Gaza como forma de castigar o Hamas? Mas então não era ponto assente que o Hamas não tinha legitimidade democrática e mantinha a população de Gaza debaixo de coação, sob um regime de violência e medo? Se assim é, que culpa tem a população?
De costas direitas
Ao ouvir ontem, pela milésima vez, o "senta-te direito!", lembrei-me do Tenente Podre. O meu pai, nativo de Viana do Castelo, que teve um doce exílio em Vila Real durante 60 anos, levou consigo para lá um montão das suas histórias de infância e juventude, que passaram a fazer parte do património de uma memória que não vivi. Às vezes, falava no Tenente Podre.
O Tenente Podre não se chamava assim. Era conhecido com essa designação porque, rezavam as crónicas, cheirava em regra mal, provavelmente por défice crónico de lavagem corporal, detetável por quem com ele se cruzava nas ruas. Tinha sido da arma de Cavalaria, mas o facto de não ter passado daquela patente, já na fase avançada da vida em que o meu pai o tinha conhecido, fazia presumir que a sua carreira castrense não fora por aí além.
Casado com a Dona Miquelina (do que eu me lembro!), o Tenente era conhecido por usar para com ela expressões tributárias da sua especialidade militar. No Café Bar, para lhe pedir o açúcar, ficara famoso o seu: "Ó Miquelina, dá aí um coice no açucareiro!". Na Bandeira, a caminho da casa, que parece que era perto da Capela das Almas, se a cônjuge se adiantava na passada, atirava-lhe, à distância: "Ó Miquelina, parece que vais com o freio nos dentes!"
O Tenente e a Miquelina tinham uma filha solteira, a Ilda. Dizia o meu pai que a pequena, já entradora numa então preocupante trintena de anos, passava bastante ao largo da formusura e que o decurso do tempo não parecia ajudar a que arranjasse um par que a fizesse desamparar a casa paterna. A Ilda tinha por mau hábito, ao andar, inclinar-se um pouco para a frente. O Tenente, pressentindo que essa atitude corporal poderia agravar a já de si escassa atração de pretendentes, volta e meia berrava-lhe, com voz de parada: "Ó Ilda! Põe-te tesa!"
Há que convir que entre o "senta-te direito!", que vou ouvindo cá por casa, e o "põe-te tesa!" que a Ilda escutava do pai militar não há, salvo no estilo, um oceano de diferenças. Em ambos os casos, é tudo por boas causas.
O serviço na restauração turística
domingo, agosto 03, 2025
sábado, agosto 02, 2025
sexta-feira, agosto 01, 2025
Ulster
Leis
Marcelo Rebelo de Sousa, com algumas decisões sobre diplomas governativos, avisa Luís Montenegro de que, em São Bento, existe um executivo que é apenas minoritário, pelo que não pode "armar-se" em maioritário na atitude, em especial quando legisla sobre temas altamente polémicos.
Democracia. Ponto
Ouvi há pouco uma declaração deliciosa: "Não me venhas com essa conversa ideológica da 'democracia liberal'. Democracia é democracia, não precisa de adjetivos. Não estraguem a democracia com qualificativos que só afetam o seu bom nome."
"Chapeau!"
Velhos são os brancos!
O governo nomeou João Soalheiro com presidente do Instituto do Património. Não conheço o senhor, mas conheço o Soalheiro Vinhas Velhas (bebam bem fresco!), pelo que me parece um nome adequado para tratar de coisas antigas.
Ah! Pois é!
A Finlândia comemora um ano sem mortes nas estradas. Imagino o comentário dos nossos aceleras, à conversa, a atestar uma bejeca à porta de uma loja de "tunning": "Aquela malta não pisa o pedal nas estradas e depois queixa-se: tem depressões e suicida-se. Vai dar ao mesmo."
A "Visão"
Sou um "teimoso" leitor da "Visão" desde o seu primeiro número, em 1993, ao tempo de Carlos Cáceres Monteiro. Creio que nunca deixei de adquirir qualquer das suas edições, tendo mesmo passado a ser seu assinante, na última meia dúzia de anos, precisamente para reforçar o meu apoio ao seu excelente jornalismo.
Custa-me imenso encarar a hipótese de perder esta "news magazine", que nasceu da escola de "O Jornal" e que fez par com outras publicações do antigo grupo, onde também se destaca o magnífico "Jornal de Letras", este sob a batuta do meu amigo José Carlos de Vasconcelos, a quem também mando um forte abraço.
quinta-feira, julho 31, 2025
Devolvam-me o Ras!
Mas a que propósito vem isto? É que pressinto no ar uma imensa jogada de discriminação política e étnico-cultural, um pouco subtil deliberado de esquecimento de alguém que, desde a minha juventude, me tinha habituado a ter entre os íntimos, essa insigne figura que sempre foi o chefe etíope Ras. Foram décadas em que fui acompanhado pelo Ras. Agora, nem a mais medíocre folha pseudo-informativa do interior se digna lembrar esse nome histórico do cruzadismo. Há, manifestamente, uma conspiração contra a Etiópia! Não há vergonha! A terra do Preste João, do Negus, do Abebe Bikila! Devolvam-me o Ras, por favor!
quarta-feira, julho 30, 2025
Mau, Maria!
A política externa não é uma coisa "de modas", mas de princípios. Não se vai "por aqui" ou "por ali" apenas porque os outros países vão nessa direção. Se vier a reconhecer a Palestina agora que outros o fazem, Portugal não passará de uma "Maria vai com as outras" ... se as outras forem. O comodismo é muito triste!
O preço dos vinhos
Um garrafa, num restaurante, nunca custa o mesmo que, pelo mesmo produto, nos é pedido numa loja especializada em vinhos ou numa grande superfície. É uma ingenuidade pensar que um restaurante teria a obrigação de cobrar, por uma garrafa, um preço similar àquele pelo qual ela é vendida no comércio de rua. No vinho, como em qualquer outro produto que comercia, o restaurante cobra sempre um diferencial: com ele paga o investimento da aquisição, os custos do serviço, os salários, os encargos de estrutura (rendas, empréstimos, etc) e, naturalmente, o lucro legítimo que o proprietário retira do seu negócio.
A minha experiência mostra-me que, nos vinhos mais baratos, o multiplicador normal é três vezes superior ao custo em loja, nos vinhos topo de gama um mínimo de duas vezes mais e, nos vinhos intermédios, 2,5 vezes. Mas há restaurantes que praticam multiplicadores bem maiores. Resta ainda acrescentar que, sendo o preço base, para os nossos cálculos, o valot comercial em loja, é preciso ter em conta que os maiores restaurantes compram os vinhos que vendem, em regra, nas empresas distribuidoras, que praticam uma tabela de preços mais baixa. Assim, o seu lucro é ainda maior. Nos vinhos pouco conhecidos, de produtores independentes ou com marcas novas, alguns restaurantes fazem o que muito bem entendem, o mais das vezes à nossa custa...
Como frequentador regular de restaurantes, sigo o princípio de ter sempre presente os preços médio de três ou quatro marcas vulgares de vinhos (sempre com atenção ao ano), no Pingo Doce ou no Continente, comparando-os depois com aquilo que me apresentam na lista de vinhos do restaurante. Até três vezes o preço em loja, acho razoável; mais do que isso, entendo ser um exagero. E a minha apreciação do restaurante "ressente-se" disso, nos conselhos que depois dou aos amigos. Um critério que também sigo é o uso da "app" "Vivino", que permite "fotografar" os rótulos e nos indica, de imediato, o preço médio em loja do vinho.
segunda-feira, julho 28, 2025
Trump 15 - Europa 0
Conheço alguma coisa de negociações internacionais para ousar ter um juízo simplista sobre o resultado da negociação comercial que, aparentemente, terá ontem ficado concluída entre os EUA e a União Europeia. (Escrevo "aparentemente" porque, com Trump, nada é seguro). Quero com isto dizer que não tenho a certeza de que uma qualquer outra equipa negocial europeia tivesse conseguido fazer melhor, nas atuais circunstâncias. Mas uma coisa é bem clara e não pode ser iludida: tratou-se de um "diktat" e o resultado é brutalmente desequilibrado em desfavor da Europa. A acrescer aos direitos aduaneiros impostos (que devem ser comparados com os atuais, não com o pior cenário, como desonestamente Bruxelas está a fazer), a Europa comprometeu-se (ainda não percebi bem como, dado que não se trata de uma competência comunitária) a comprar gás e petróleo aos Estados Unidos, bem como "enorme quantidade" (Trump dixit) de equipamento militar. Se alguém tinha pensado que o aumento exponencial de verbas orçamentais que vai passar a ser dedicado à defesa, aprovado no quadro NATO sob pressão americana, se destinava a reforçar as indústrias europeias e a contribuir para vir a obter a famosa "autonomia estratégica" do continente, pode tirar já o cavalo da chuva, antes que ele se constipe. Os europeus, que desde há três anos vivem atarantados com a ideia de que a Rússia pode "chegar com os tanques à praça da Concórdia", para recuperar uma célebre mitologia de 1981, entregaram-se agora por completo à vontade de Washington. Nada de novo, convenhamos, salvo esta humilhação alfandegária. Era possível fazer melhor? Não sei e, com total franqueza, duvido que fosse. Mas que o resultado é péssimo, disso não tenho a menor dúvida. E há que assumi-lo, sem querer fazer de nós parvos.
domingo, julho 27, 2025
"Bonito 7!"
"Le Tour"
A Volta à França de 2025 acaba hoje, com a clássica chegada aos Campos Elísios, em Paris. Há pouco, por curiosidade, olhei o desenho das etapas e, porque andava distraído, reparei, pela primeira vez, que o "Tour" anda aos saltinhos, havendo uma regular descontinuidade entre os vários percursos diários. Deixo dois mapas comparativos da prova de hoje com a de, por exemplo,1939.
Nuno Portas
Aos 90 anos, morreu agora Nuno Portas, figura maior da arquitetura portuguesa mas, igualmente, da reflexão e da intervenção na dimensão social do urbanismo, setor de que iria ser o primeiro governante em Portugal, logo após o 25 de Abril.
sábado, julho 26, 2025
Ser ou não ser
"Ele não é socialista", opinou alguém sobre uma mediática figura que há muito se dedica a atacar o seu partido, que a direita adora e que é exibido em debates para fingir diversidade. Um outro não concordou: "Não, ele é socialista". Mas acrescentou: "Só que não é praticante".
"Janela Global"
Falamos de Gaza e da sua tragédia, do anúncio de Macron face à Palestina, da Europa e da sua cacofonia, dos Estados Unidos com as atribulações de Trump, mas também de Lula da Silva e do estado da arte na CPLP. Além de outras coisas mais, como um certo livro que Márcia Rodrigues decidiu trazer à conversa, que pode ser vista aqui: https://www.rtp.pt/play/p14327/e866868/janela-global
sexta-feira, julho 25, 2025
Um adeus
Fomos hoje dizer adeus a uma amiga. Não era uma amiga antiga. Há uma década, mal tínhamos falado. Depois, o tempo e a vida fizeram o resto - a simpatia, a proximidade, a afetividade. Uma vez mais confirmei que há amizades tardias tão boas como as mais antigas.
quinta-feira, julho 24, 2025
Carlos Branco
A minha leitura do mundo não coincide, em alguns aspetos, com a do general Carlos Branco. Conheço-o há muitos anos, prefaciei-lhe um livro e com ele colaborei em duas obras coletivas. Não sei o que se passou na CNN. Sei que o canal perde em pluralidade com a sua decisão de sair.
No banco
Como português, desejo sinceramente que o novo governador do Banco de Portugal tenha sucesso e um mandato à altura do prestígio do seu antecessor. Contudo, quanto à sua independência política, estamos conversados: integrou o governo mais à direita desde o derrube da ditadura.
Conselho Estratégico
Aceitei com gosto o convite que me foi pessoalmente formulado pelo Secretário-Geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, para integrar o Conselho Estratégico que criou, para refletir sobre o futuro do país e a contribuição que os socialistas podem dar para desenhar uma alternativa à atual governação.
Nunca na vida tive a menor dúvida de que é na esquerda e no socialismo, que aliás não se esgotam no PS, que continua a estar aquela que sempre foi a "minha gente".
Por isso, apetece-me repetir aqui este lapidar texto de Nuno Brederode Santos
... a nossa (salvo seja) e algum PS
Em Portugal, com uma extrema-direita cavernícola, a atual direita repete-lhe o essencial do discurso, embora lhe retire os adjetivos mais alarves. Algum PS também acha que democracia equivale a representar preconceitos e esquece as lições de Soares, Sampaio e Guterres.
A direita francesa...
Desde Sarkozy, a direita francesa (arrumado que foi o "détaille" do pai Le Pen) vive na ânsia de mimetizar a extrema-direita no dossiê migração-segurança, sem lhe herdar o rótulo. Por isso, ocupar o Ministério do Interior é uma velha obsessão para os que tentam chegar ao Eliseu.
RTP
O desconhecimento é parceiro da má fé. Quando se fala da privatização da RTP, ninguém diz que são 19 serviços de televisão, rádio e streaming, único meio de difusão onde intérpretes de música clássica podem ser ouvidos, onde passam séries excelentes que nenhuma privada exibe, etc
quarta-feira, julho 23, 2025
... e assim acontece!
Foi perto do Arco do Carvalhão, num acesso esconso à A5, há minutos. Há por ali uma caixa de eletricidade. Sobre ela, estavam quatro volumes da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
terça-feira, julho 22, 2025
Centeno
Um forte abraço a Mário Centeno.
Não consegui, até ao momento, encontrar uma fotografia do cidadão português que, no futuro, irá ser eleito pelos ministros das Finanças do Eurogrupo para seu presidente.
segunda-feira, julho 21, 2025
Náufragos em terra
Agora mesmo, parado há horas num Alfa Pendular, "in the middle of nowhere", a caminho de Lisboa, lembrei-me da saga de Steinbeck no "Náufragos do autocarro", mas a verdade é que não vislumbrei a saliência artística de Jayne Mainsfield em nenhuma das carruagens, pelo que talvez esta cena de espera nervosa acabe por ficar mais próxima do "Autoestrada do Sul", de Cortázar, no "Todos os Fogos o Fogo", adequada a quando andamos em tempo de férias e se diz ser um incêndio a causa desta infindável seca, pelo que logo me fui precavendo no bar, com sanduiches e uma Superbock, assim acabando por não passar nada mal o tempo, muito também graças ao ar condicionado e à Netflix que trago no "tablet" e que já me deu mais de duas horas de diversão, só perturbada por ter tido de mandar um "pouco barulho!" a uma fulana que andava a anunciar alto, pelo corredor, que já tinha tentado queixar-se junto de um ministro amigo, o qual não lhe terá atendido o telefonema, como confessou em tom mais baixo, o que só prova que este governo, embora não pareça, ainda pode ter por lá alguma gente sensata.
Dúvida
Uma dúvida é legítima: a hesitação europeia em retaliar à altura da provocação tarifária de Trump deve-se apenas à cumulação de objeções nacionais que impedem uma decisão ou (é ainda) à chantagem sobre o apoio militar à Ucrânia?
Coimbra B
Se já não existe outra estação, por que diabo a CP teima em chamar "Coimbra B" à única estação existente em Coimbra?
domingo, julho 20, 2025
Tremores e temores
Na conversa, o homem inquiriu: "Então o meu amigo recusou o convite que eu lhe tinha feito para ir a Reikjavik, para consultas sobre temas europeus?! Lembra-se que, há uns meses, em Estrasburgo, à margem de uma reunião do Conselho da Europa, tinha acedido a ir?" Lembrava-me do convite, mas não recordava ter recusado. Ao que parece, haveria uma carta do meu gabinete nesse sentido.
Chegado a Lisboa, fui ver o que se tinha passado. Lá estava a cópia da carta e a minha resposta negativa, através de uma comunicação do meu chefe de gabinete.
O Miguel Almeida e Sousa, um excelente diplomata que tinha servido no gabinete de Cavaco Silva e que, para surpresa (e até escândalo) de muita gente, convidei para meu chefe de gabinete no primeiro governo de António Guterres, explicou: "A sua agenda estava muito cheia, a Islândia é longe, implica perder quase quatro dias e havia outras coisas prioritárias. Disse-lhes que, para o ano, pensaríamos na viagem".
A justificação tinha alguma lógica, porque, de facto, a minha vida, em termos de compromissos externos, era, por esse tempo, muitíssimo complicada. E o Miguel, que muitas vezes me acompanhava nas viagens, tinha essa cuidada gestão a seu cargo. E eu dava-lhe imensa liberdade para decidir.
Mas um ligeiro sorriso na sua cara fez-me pressentir que haveria por ali algo mais. "Foi só por isso que recusou a viagem?" A cara do Miguel abriu-se: "Foi também pelos tremores de terra! Parece que aquilo treme a toda a hora. E os vulcões estão sempre a rebentar!". Vim a constatar, nesse instante, que ele era um "empanicado" com esse tipo de eventos naturais e que, por tabela, me tinha querido "proteger". E acabei por nunca ir à Islândia como secretário de Estado.
Fui lá esta semana, agora como turista. Não senti nenhum tremor de terra mas, de facto, vi ao longe este vulcão em atividade (a fotografia não é minha). Coisa que, creio, o Miguel nunca viu em parte alguma. E imagino que não deva ter pena.
José Blanco
Morreu José Blanco. Era uma figura amável, um homem de cultura, sendo por muito tempo administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, com ação relevante no Grémio Literário.
CPL quê?
A organização baseou-se num conjunto de princípios que, na sua fundação, foram aceite por todos com leituras intimamente diferenciadas, mas que eram promovidos pelo politicamente correto internacional que, à época, fazia escola e parecia ir permanecer no "ar do tempo", do qual ninguém formalmente ousava afastar-se.
Agora, num tempo de nova Guerra Fria, é da mais elementar prudência não testar excessivamente os limites do consenso dentro da organização e procurar deixá-la sobreviver num registo de mínimos, à espera de melhores dias.
Uma nota: isto não é um recado apenas para o governo português.
sábado, julho 19, 2025
O papagaio-do-mar e eu
sexta-feira, julho 18, 2025
quinta-feira, julho 17, 2025
Centenário
Sempre os mesmos
Há cerca de três anos, ouvia-se: "Há o risco do PS 'mexicanizar' o regime, ficando no poder eternamente". Agora, ouve-se: "O PS está numa crise existencial. Pode mesmo acabar". A voz é sempre a mesma: a direita, velha e relha. Ah! E a História do "fim do socialismo" já tem barbas...
Ver e o resto
Há quem goste de ver géiseres ou de ver passar os ciclistas e há quem viva para fotografar as coisas. Estamos assim.
quarta-feira, julho 16, 2025
Ser socialista
O Partido Socialista tem de saber dizer, alto e bom som, ao autarca que o representa em Loures que dizer-se socialista não é um rótulo de oportunidade, é a responsabilidade de sempre assumir um comportamento humanista, sem deixar que a ânsia da vitória o arraste na demagogia populista.
É feriar, minha gente!
O julgamento de José Sócrates foi interrompido pelas férias judiciais de Verão (é que há outras): de 15 de julho a 31 de agosto. É verdade! Mês e meio! E, no passado, já foram dois meses!
Dou um doce virtual a quem se lembrar do nome de quem decidiu reduzir aquelas férias, concitando a ira dos magistrados.
O Doutor Homem
A "Salvação" do Álvaro
Já um dia contei por aqui esta história, mas vou repeti-la hoje, sintetizada. Logo verão a razão por que o faço.
terça-feira, julho 15, 2025
Sócrates
Alguma comunicação social começa a perceber que dar palco ao laborioso argumentário de Sócrates poderá vir a pôr em cheque o Ministério Público, entidade que, durante anos, a municiou com fugas do segredo de justiça, que ajudaram à criação do juízo prévio de culpabilidade instalado.
Um ZBB é que era!
Há um imaginativo debate orçamental em França. São apresentadas propostas de redução das despesas, não face às despesas reais anteriores mas face às despesas previsíveis se o deslizar dos gastos continuasse com a anterior tendência crescente. Estão é a precisar de um ZBB!
A ética por um canudo
Com a inovadora escolha do seu candidato autárquico para Oeiras, o PSD de Luís Montenegro dá uma bofetada de luva laranja no seu candidato presidencial. Não deixa de ter graça.
Santa Luzia
Ardisson
As figuras públicas televisivas acabam por fazer parte do nosso universo pessoal, embora não necessariamente de um modo positivo, em termos de afetividade. Thierry Ardisson, que me habituei a ver, durante anos, nos écrans televisivos franceses, nunca foi, para mim, uma figura simpática. Havia uma agressividade, por vezes desrespeitosa, na forma como aquele homem sempre de preto entrevistava e contraditava os convidados. Era, contudo, um "performer" de qualidade. E, também por isso, desgosta-me saber da sua morte.
segunda-feira, julho 14, 2025
O dia das cambalhotas
Em face da decisão de Trump de apoiar militarmente a Ucrânia, vamos ver por cá umas belas cambalhotas: os ucranófilos, aliviados, vão dizer que Trump, afinal, não é tão mau como se pensava; os russófilos, desencantados, vão poder voltar a dizer mal da América, como sempre gostaram de fazer.
"La France va-t-en-guerre"
Vale a pena estar atento ao que se vai passar em França nos próximos dias. Ontem, Macron anunciou um aumento brutal nas despesas militares, nos próximos dois orçamentos, precisamente aqueles que terão de ser aprovados até ao final do seu mandato.
O PM Bayrou tinha anunciado para o dia 15 as bases de um orçamento de extremo rigor, por forma a colocar a França - o país mais endividado da zona euro e com maior défice - numa trajetória de correção das suas mais do que degradadas contas públicas. E sem alta de impostos.
Como a quadratura do círculo não é coisa fácil, estou curioso para perceber como será possível o impossível. Desde logo, aprovar um orçamento "de rigueur" num país que salta para a rua sob qualquer pretexto social, com um parlamento em que o executivo governa em minoria.
Macron, que está com uma taxa de aceitação baixíssima, salvo nas redações de alguns jornais portugueses, adotou um estilo "va-t-en-guerre" que deve agradar imenso à indústria bélica mas é capaz de soar a novas ajudas de Estado para as bandas de Bruxelas.
E, para fechar tudo isto com chave de ouro, a França, que, em dias de "Tour de France", lidera destacadíssima o pelotão dos países com mais elevado rácio despesa pública versus PIB na Europa, irá agora isolar-se, numa fuga em frente, neste domínio.
Bayrou, cujas divergências com Macron se têm acentuado, poderá acabar por não ser o homem para esta hercúlea tarefa. Um nome que se diz que Macron poderia escolher seria Sébastien Lecornu, que é, nem mais nem menos, o ministro da Defesa. "Et pour cause..."
Gastos com Defesa
Bolas
E lá vi, ao fim de tarde de ontem, a abada que o Chelsea deu ao PSG! Por uma qualquer razão, salvo este jogo final, não perdi tempo com qualquer outro jogo deste torneio de verão. Achei aquilo uma organização algo artificial, feira para empochar dinheiro.
" A Arte da Guerra"
O podcast "A Arte da Guerra", emitido semanalmente pelo Jornal Económico desde o início de 2021, uma conversa de cerca de meia hora, sobre três temas internacionais, entre o jornalista António Freitas de Sousa e eu, vai agora "de merecida vilegiatura", como dizia o velho e já desaparecido jornal da minha terra, "O Vilarealense", quando anunciava a ida a banhos dos seus assinantes mais notáveis.
domingo, julho 13, 2025
Pousio
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