segunda-feira, setembro 15, 2025
Vamos andando!
domingo, setembro 14, 2025
Dualidade
O mesmo mundo que tão empenhado se mostrou em afastar a Rússia da vida desportiva internacional, como forma de condenar a invasão da Ucrânia, revela-se bastante menos lesto a punir identicamente Israel em face da chacina de Gaza.
Por que será?
sábado, setembro 13, 2025
sexta-feira, setembro 12, 2025
Saúde
Do discurso de Ursula von der Leyen no Parlamento Europeu, ficou-me no ouvido algo que me preocupou: a referência a uma possível nova emergência sanitária. A Comissão Europeia, que tecnicamente é sempre muito competente, não faria este alerta de não houvesse algo concreto no ar.
Cavaco Silva
Cavaco Silva tem 86 anos e é, nos dias de hoje, um dos políticos portugueses com mais experiência - uma década como primeiro-ministro, outra como presidente. Nos últimos tempos, as suas esporádicas incursões públicas situam-se, frequentemente, no terreno daquilo a que os franceses chamam "politique politicienne" (política politiqueira, pode traduzir-se), coisa que não aprecio minimamente e em que entendo que ele esbanja o lugar que assegurou na história política do país, qualquer que seja a opinião que se tenha sobre esse seu tempo.
Ontem, foi uma exceção. Num discurso bem construído em inglês, Cavaco Silva fez a sua leitura dos desafios de Portugal, na Europa e no mundo, com considerações sobre o nosso papel internacional, revelando permanecer atento às grandes questões globais. Foi muito assertivo e não se escusou a emitir algumas opiniões fortes, por detrás das quais se podiam mesmo intuir algumas críticas ao atual governo, como no caso das relações com a China. Revi-me em algumas dessas opiniões - mais do que estava à espera, confesso -, em outras não.
Nas intervenções que fiz logo em seguida, dei comigo a citar Cavaco Silva, coisa que, ao que recordo, nunca me tinha acontecido. Alguma vez havia de ser a primeira.
Todos os anos...
História de ontem
Em 11 de setembro de 1973, foi instaurada, a ferro e fogo, a ditadura no Chile. Em 11 de setembro de 2025, foram condenados, no Brasil, aqueles que queriam abolir o processo democrático no país. Duas datas importantes para a história política da América Latina.
quinta-feira, setembro 11, 2025
Costados
Faz hoje 52 anos, no Chile de Pinochet, houve quem pensasse da mesma forma. Convém estarmos atentos.
"A Arte da Guerra"
Pode ver aqui.
Diabetes
A APDP (Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal) é uma extraordinária instituição sem fins lucrativos que, vai para um século, presta um inestimável serviço ao país.
América, América
O assassinato de uma proeminente figura de extrema direita, nos EUA, teorizador da narrativa MAGA e muito influente junto da juventude, lança gasolina sobre a fogueira das tensões políticas.
Trump não "matou" Charlie Kirk mas, com o seu discurso divisivo e confrontacional, polarizador da sociedade americana, tem ajudado à criação do caldo de cultura que favorece a este tipo de atos.
Brasil
As fortes divergências que emergiram no julgamento de Jair Bolsonaro, no seio do Supremo Tribunal Federal brasileiro, são a demonstração mais evidente, para quem ainda tinha quaisquer dúvidas, de que o sistema judicial brasileiro usufrui de um ambiente de total liberdade e transparência, com pleno espaço para o contraditório.
quarta-feira, setembro 10, 2025
Ernâni Lopes
Vergonha
Que vergonha para um projeto europeu que alguns pensavam com um mínimo de decência!
Brasil
A posição do ministro do Supremo Tribunal Brasileiro, Luiz Fux, ao considerar esta instância judicial incompetente para julgar Jair Bolsonaro, não vai impedir a condenação deste.
Mas é inegável que se trata de um facto muito relevante, quanto mais não seja porque vai confortar a narrativa americana sobre a ilegitimidade do julgamento.
Chapitô
terça-feira, setembro 09, 2025
La France deux
Macron não é muito criativo. Escrevi aqui isto (que aliás era a opinião de muita gente), há dois meses.
segunda-feira, setembro 08, 2025
La France...
1. O primeiro-ministro francês François Bayrou foi amplamente derrotado na moção de confiança que apresentou ao parlamento. É a primeira vez, na V República (desde 1958), que uma moção de confiança é derrotada. Bayrou estava no lugar desde dezembro de 2024, graças a uma atitude de não-censura por parte da oposição, atitude que então tinha obtido e que agora perdeu.
Ai "A Minha Vida"!
"Viste que o Paulo Portas promoveu, no final do seu programa dominical na TVI, uma obra do Trotsky?! Está tudo doido?" Quem me dizia isto, ao telefone, há minutos, escandalizado, era um amigo que andou pelo CDS e que agora, nas férias, não perde a festarola laranja no Pontal, com fogos ou sem eles.
domingo, setembro 07, 2025
Draga
sábado, setembro 06, 2025
RTP
Sobre a decisão do presidente do Conselho de Administração da RTP de mudar o diretor de informação da estação, lembro que ele não responde perante o governo, que não o pode afastae e que não tem a menor tutela sobre a RTP. O presidente do CA da RTP só responde perante o Conselho Geral Independente, que o nomeou. Ai é assim? Como sei isto? Integrei o Conselho Geral Independente que escolheu o presidente da RTP.
Universidade
Na polémica entre o ministro da Educação e o reitor da Universidade do Porto, vale a pena lembrar que o governante não tem competência para demitir o reitor: este só pode ser afastado pelo Conselho Geral da Universidade, que o elegeu. Ai é assim?! Como sei isso? Presidi ao Conselho Geral de uma universidade pública.
Fora dos carris
O presidente da Carris colocou o lugar à disposição e o presidente da Câmara não aceitou. Fez mal o edil e fez mal o homem da Carris, que deveria ter-se demitido e não delegar a decisão noutra pessoa. A gravidade da tragédia que se passou sob a sua tutela assim aconselhava.
Historieta a preto e branco
O título de um texto que ontem aqui publiquei, "A branca", trouxe-me à memória sonora um episódio ocorrido comigo em Luanda, em 1982, quando aí acabara de colocado na nossa embaixada.
França
Mistério
Depois de mais 16 anos a gerir este blogue, continua a escapar-me a lógica subjacente àqueles que o leem. Há semanas, voltei a suspender a publicação de comentários. Perguntei-me: será que as visitas vão diminuir? Não é que isso me preocupe muito, mas sempre é uma curiosidade estatística. Pois bem! Pelo contrário, em geral, aumentaram os visitantes-leitores, voltando a média mensal a ficar acima dos 100 mil. Ele há cada uma!
sexta-feira, setembro 05, 2025
A branca
Há cerca de dois anos, no termo da sessão de lançamento do meu livro "Antes que me esqueça", na Gulbenkian, passei por alguns momentos embaraçantes. De entre as dezenas de pessoas que amavelmente compraram o livro e que esperaram, algumas por quase uma hora, para eu o assinar, havia muitas que eu não conhecia: como é de regra, elas iam indicando o seu nome ou o da pessoa a quem queriam que eu dedicasse a obra. E, claro, muitas outras houve - pessoas amigas e conhecidas - que estavam em absoluto dispensadas desse ritual, porque eu sabia bem quem elas eram.
Restava, contudo, aquele que é sempre, para mim, o temível terceiro grupo: aquelas pessoas que conhecemos "de toda a vida", algumas com quem trabalhámos de perto, que sabemos muito bem quem são, mas cujo nome, naquele preciso instante, se nos varreu, numa insuperável "branca".
Que fazer? Alguns dirão: é fácil, basta assumir abertamente a falha de memória e pedir para serem elas a relembrar o nome. Não, não é fácil: são pessoas com quem lidámos muito de perto, gente amiga, que fez o amável esforço para ali se deslocar e honrar-nos com a sua presença e que, com toda a certeza, olham para a nossa falha como uma espécie de desconsideração - "afinal, ele nem se lembra do meu nome..."
Naquela sessão de autógrafos, passei por um imenso embaraço com quatro pessoas amigas. Era o cansaço? Talvez. Mas é essencialmente a idade, que nos faz perder a agilidade mental para lembrar os nomes. Não vale a pena estar a inventar outras desculpas. E foi o que fiz. No dia seguinte, escrevi a cada um desses amigos, com os quais tinha acontecido a "branca", e pedi-lhes desculpa pelo sucedido. Era o mínimo que podia fazer. E espero bem não me ter esquecido de algum!
Ai Albion !
O governo trabalhista britânico, assente numa maioria hiper-confortável, decorrente do anterior descalabro conservador, segue de crise em crise. Agora, a ministra das Finanças e nº 2 do executivo, é obrigada a sair pela porta pequena, depois de uma moscambilha fiscal.
Fadiga?
Costa tinha maioria absoluta e, embora com alguns empurrões, caiu com estrondo, parecendo já exausto. O governo que agora por aí se arrasta, minoritário e com bengalas oportunistas para se manter em pé, dá ares de fim de mandato. Haverá alguma fadiga do material em S. Bento?
A Estrela e o nosso Jardim
Ganhem minutos (garantidos) de deslubre com a escrita ímpar de José Ferreira Fernandes, lendo, na sempre surpreendente Mensagem de Lisboa, o extraordinário texto "Como o Jardim da Estrela se tornou o "sino da minha aldeia" para cada um de nós, lisboetas".
Sónia Sénica
Tive um grande gosto em participar ontem na sessão de lançamento do livro de Sónia Sénica, "Ordem Tripolar - o mundo dos grandes poderes".
Trata-se da primeira obra de uma docente universitária com quem tive o gosto de trabalhar, durante alguns anos, na CNN - Portugal, um bem documentado estudo sobre a conjuntura internacional, com dados atualizados e uma visão muito informada e equilibrada.
Especialista em questões da Rússia, Sónia Sénica fornece-nos a chave para a compreensão do país disruptor do "status quo" no leste europeu, analisa os fundamentos da atual narrativa do poder na China e oferece explicações e projeções para o quadro de ação da América, depois do regresso de Trump. O "elefante na sala" é, como não podia deixar de ser, uma Europa que não consegue reunir os vetores para se qualificar como um poder global.
quinta-feira, setembro 04, 2025
A culpa
Os amarelos
Lisboa é uma excelente marca turística. O turismo é a "galinha dos ovos de ouro" da nossa economia. A segurança, como é sabido, é um fator decisivo na seleção dos destinos turísticos. Os "amarelos da carris" - todos eles - são a cara de Lisboa. E assim devem continuar a ser.
Encomendar, de imediato, um estudo a uma entidade internacional de renome sobre o estado dos elevadores e elétricos de Lisboa teria um elevado custo, mas daria um belo sinal externo de responsabilidade e de transparência.
Depois queixem-se...
Pensando bem ...
Estou a estranhar que ainda não tenha surgido por aí alguém a culpar a imigração pelo acidente do elevador.
"A Arte da Guerra"
Espetáculo
Pelo que se conhece de Trump, apostaria que o que muito o irritou no conclave na China não foi tanto a coligação anti-EUA que ali desenhada mas, muito mais, a espetacularidade do desfile militar, contrastante com o pífio e ridículo exercício similar que a América conseguiu fazer.
quarta-feira, setembro 03, 2025
Glória
Passava-se há bem mais de meio século, todos os dias. Nos Olivais, pela manhã, apanhava o 21, o autocarro para Entrecampos. Aí saltava para o Metro, até aos Restauradores. A fila era sempre razoável, para subir no elevador da Glória. Aquilo chiava que se fartava pela ladeira acima, mas eu tinha a convição, típica dos inconscientes, de que nada aconteceria: se aquilo tinha durado décadas, não era nessas manhãs que ia falhar. Chegado ao topo, pé lesto a saltar para o passeio, começava o corta-mato em passo apressado pelo Bairro Alto. Em cima das nove e meia, lá entrava eu ofegante no meu emprego, na Caixa, no Calhariz. É que às nove e trinta e cinco, o senhor Marques recolhia o livro de ponto.
A frase
Fosse Trump minimamente culto e, com certeza, depois da onda de boatos dos últimos dias, teria ironizado em público com a famosa frase de Samuel Clemens: "The reports of my death are greatly exaggerated". Mas quero crer que ele nem deve saber o verdadeiro nome Mark Twain.
terça-feira, setembro 02, 2025
O caminho para o Nobel
Trump conseguiu acrescentar uma outra "guerra" à lista daquelas que "resolveu". Com as elevadas medidas aduaneiras impostas à Índia, o presidente americano conseguiu colocar esta ao lado da China, atenuando os dissídios históricos entre os dois países. Putin sorri.
segunda-feira, setembro 01, 2025
Europa
O modo como Ursula von der Leyen está a atuar na questão ucraniana, deixando na sombra o presidente do Conselho Europeu, representa uma desvirtuação muito clara das competências que lhe são atribuídas pelos tratados. O governo português revê-se neste estado de coisas?
domingo, agosto 31, 2025
sábado, agosto 30, 2025
Índia
A Índia foi objeto de uma decisão de Donald Trump altamente punitiva, em termos de direitos aduaneiros, como sanção "secundária", por virtude da sua continuada importação de petróleo russo. A taxa aplicada à Índia surpreendeu muitos observadores. A Índia tem com os EUA relações importantes, nomeadamente em matéria de segurança (vide o Quad) e havia sido criada a ideia de que Washington seria tentado a fazer uma "discriminação positiva" face a um país que teria interesse estratégico em manter afastado da China, explorando as tensões históricas entre Pequim e Nova Delhi. Não foi isso que aconteceu. Existe agora uma grande curiosidade em perceber se a Índia vai, ou não, reagir ao gesto americano e, se sim, de que forma.
sexta-feira, agosto 29, 2025
Oportunismo
Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Marques Mendes, nas últimas horas, foram muito claros ao aconselharem o PSD a gizar os acordos essenciais de regime ao centro, isto é, com o PS e não com o Chega. Foram recados de quem nunca esqueceu a matriz social-democrata daquela "casa", dirigidos a um líder que tem titulado uma descarada política de mimetismo com a agenda da extrema-direita.
No entender de alguns comentadores, pelas propostas a roçar o extremismo que tem titulado, Luís Montenegro revela-se o líder mais à direita que o PSD teve em toda a sua história. Custa-me ter de dizer isto: isso seria o menos!
O comportamento e o discurso de Montenegro não parece relevarem da elaboração de um corpo coerente de ideias mas apenas da adesão a uma narrativa tremendista e populista, na despudorada caça ao voto que entretanto migrou para o Chega. E isto, com todas as letras, só tem um nome: oportunismo.
quinta-feira, agosto 28, 2025
"Visão"
"A Arte da Guerra"
Colónia
Vem isto a propósito de quê? De ter agora lido que faz agora meio século que foi gravado o "Concerto de Colónia", de Keith Jarrett. Ora um dos meus acompanhantes regulares nas viagens eram/são as obras de Jerrett, nomeadamente aquele concerto (mas não só esse). Jarrett seguiu-me toda a vida e tive mesmo o gosto de ir ouvi-lo em duas atuações ao vivo. Por qualquer razão que não sei explicar, faz-me sempre muito bem ouvir Keith Jarrett. Agora, lá terá de ser em Spotify...
quarta-feira, agosto 27, 2025
"Que faire?", como perguntava o outro
terça-feira, agosto 26, 2025
A minha síndrome do dr. Durão
Quando era miúdo, em Vila Real, vivi por uns anos em frente a uma "casa de saúde". Recordo que nela havia apenas dois médicos: o dr. Vilar e o dr. Durão. Os médicos da cidade contavam-se então pelos dedos das mãos, pelo que os seus nomes eram conhecidos de toda a gente.
domingo, agosto 24, 2025
Tim Tim no Tibete
Em férias, há coisas que subitamente nos regressam à memória, como é o caso, por exemplo, de um interessante blogue que se chamava "Tim Tim no Tibete", que se sabia ser escrito por um credenciado profissional da nossa praça diplomática, uma plataforma onde houve 1795 publicações e que, sem aviso prévio ou nota póstuma, se finou no éter no dia 18 de janeiro de 2019, com um post com este poema
e dissipe toda a névoa que nos faz duvidar
da consistência da terra.
Um dia que se levante à nossa frente
e solte o fio de prumo da esperança uma vez mais
até ao pôr do sol
sábado, agosto 23, 2025
Não sei
sexta-feira, agosto 22, 2025
Retaliação
Europas(s)
Aprecie-se o estado das relações entre a Polónia e a Hungria por esta "troca de galhardetes" entre os ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países.
quinta-feira, agosto 21, 2025
Trump e Putin
A grande esperança dos europeus é que Trump se sinta enganado por Putin e se convença que, depois do Alasca, ele está outa vez a "encanar a perna à rã", não quer reunir-se com Zelensky nem deseja nada parecido com quaisquer "garantias de segurança" que lhe atem as mãos.
O encanto de Rubio
A Ucrânia e a Europa estão deliciadas com o facto de Marco Rubio ter sido encarregado por Trump da questão das "garantias de segurança". Ao que parece, Rubio tem um lugar elevado na escala de ucranofilia de quantos giram à volta de Trump.
Ouçamos Lavrov
Vale a pena estar atento ao que o MNE russo Sergei Lavrov vai dizendo em público. Com Medvdev, o "polícia mau", agora muito menos prolixo, Lavrov tem surgido como a voz mais autorizada em nome do Kremlin. Muito do que diz parece ser para ir testando a reação ocidental.
Vamos andando!
Há muito que não acredito na treta de que o ano começa no dia primeiro de janeiro. Essa é uma conversa de quem se subordina ao calendário fo...
