quarta-feira, novembro 20, 2024

Já não me conheço!


Ao cheiro de um solzinho pelo meio de tarde, deu-me para flanar pela rua da Escola Politécnica. Entrei na magnífica livraria da "Almedina", que não conhecia. Uáu! Tem uma secção jurídica que podia fazer um jeitaço aos vizinhos do outro lado da rua, se por um milagre o tema da justiça os motivasse. Mais adiante, parei na "Livraria da Travessa". O deslumbre de sempre! Em ambas não comprei rigorosamente nada, à lembrança dos livros em atraso que tenho por casa. Já não me conheço como comprador de livros! No regresso, na mesma rua, num pequeno alfarrabista, por cinco euros, descortinei, em muito bom estado (mais) um livro de Alain Duhamel sobre Mitterrand, este de 1997, numa elegante edição da Flammarion. Foi a minha única compra da tarde, antes de uma dúzia de castanhas e de um lanche num lugar de esquina para o largo do Rato, que anotei chamar-se "Pastelaria 1800" e que eu ia jurar ter conhecido como uma velha tasca, com serrim no chão, como foi de regra nos tempos que alguns desmemoriados agora acham bons. Mas admito poder estar enganado sobre o lugar. Deixo fotos das livrarias, onde entrei guloso e saí famélico.


4 comentários:

Anónimo disse...

Cadeiras? Que bom!

manuel campos disse...

“François Mitterrand: Portrait d'un artiste”.
Um achado, raro de encontrar por cá, mesmo na época em que foi publicado.
E com uma capa inesquecível, um autentico “portrait d’un artiste”.
As castanhas assadas na Praça de Londres esquina com a Avenida de Paris estavam anteontem a 3€ a dúzia.
Ontem uma “folga” levou-me ao Chiado, na FNAC também lá deixei tudo (o que queria e, claro, o que não queria).
Não sei como vou fazer baixar a pilha dos “por ler” deste mês, a não ser que lhes faça o que fiz aos “por ler” dos meses todos anteriores, pô-los em prateleiras a descansar à espera de tempos que o mais certo é não chegarem.

Consta que a “Pastelaria 1800” foi fundada em 1857 mas foi remodelada em 1924:
https://www.evasoes.pt/comer/lisboa-na-pastelaria-1800-ha-menus-economicos-e-muita-simpatia/1043167/
Aqui há uns 20 anos almoçava lá muitas vezes com um grande amigo, agora a viver longe de Lisboa, a idade e a saúde levaram-no para o pé de filhos, netos e bisnetos.

A semana passada tinha trazido alguns exemplares da 1ª edição do livro de Pedro Boucherie Mendes “A década prodigiosa – Crescer em Portugal nos anos 80”, com filhos que entraram na década com 8, 9, 10 anos e saíram da década com 18, 19, 20 anos devemos aqui por casa estar bem colocados no tempo para o apreciar.
Nada como ter apanhado com os adolescentes todos nessa década, quando hoje se relembram situações familiares desse tempo, aquelas que costumam surgir entre todos os pais e todos os filhos, por vezes ninguém acredita.

Na estação de Metro Baixa-Chiado há agora um máquina dispensadora de carregadores de telemóveis por uma verba modesta e por um tempo razoável.
Não vi muitos pormenores mas é capaz de ser bom saber numa emergência.

PS- Agradeço as fotos, fico avisado que é melhor não ir até lá por estes tempos

Mário Sérgio disse...

Sim, a «Pastelaria 1800», em tempos, foi um tasco. Nuno Bragança refere-o no seu livro «Directa»
«Venha o passaporte, disse. O Henrique deu-lhe um passaporte, perguntando: “E a casa?”
“Eu também me encarrego disso”, disse o homem.
“Eu arranjo transporte”, disse o Henrique. “Você pode contactar-me às dezassete horas no Rato?”
“Posso, disse o homem. “No Alambique.”
“O que é isso?”
“Na esquina com a Politécnica. Uma tasca, para variar. E é seguro, a Pide vigia sobretudo os cafés.»

Luís Lavoura disse...

Parecem-me livrarias muito escuras. Eu gosto de livrarias com luz natural.
A Almedina é uma excelente livraria. Eu costumo ir à do Saldanha.

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