terça-feira, outubro 22, 2024

Violência e bom senso


É grave aquilo que se passou na periferia de Lisboa, com um morto como resultado de uma ação policial. Não interessa aqui entrar na avaliação das culpas. O que quero lembrar, à luz da experiência de ocorrências similares em outros países, é o forte potencial de arrastamento que este tipo de acontecimentos tem. Todos sabemos que há "bombas relógio" de tensão social e inter-étnica em certas zonas e que uma faúlha pode desencadear uma bola de neve de violência. Portugal não tem um histórico neste domínio, mas nada impede que, de um instante para o outro, as coisas fujam do controlo. Esperemos que assim não venha a ser.

18 comentários:

Anónimo disse...

Grave é este miserável aproveitamento político. Por um lado o velhinho rancor à policia, por outro, o desejo sacudir responsabilidades.

A “bomba relógio” e a bola de neve de violência, não surgem do vácuo. A covardia política de em assumir os problemas de frente e a indiferença, benevolência não raras vezes, com a marginalidade e pequena criminalidade dão sempre bons frutos!

Carneiro

manuel campos disse...

Lá volto sempre à minha lenga-lenga: não me espanta nada.
Mas lá está, eu ando em transportes públicos, não vivo enfiado em casa e muito menos numa "bolha" confortável (e podia, se podia!).

Nuno Figueiredo disse...

passivos-agressivos...

Anónimo disse...

A mim parece-me é que há um padrão e o padrão é que estes problemas de violência em larga escala e selvajaria, ocorrem sempre, repito SEMPRE, em zonas onde existe uma grande percentagem de população africana ou afro-descendente. Eu sei que é politicamente incorrecto dizer isto, mas a realidade é esta e eu não estou a dizer mentira nenhuma.

Anónimo disse...

é isso. quando a polícia nos mandar parar vamos todos fugir...

Reaça disse...

Como em tudo, somos sempre uns atrasadinhos, já ardem autocarros há tantos anos em Paris...e nós só agora!
Estava a ver que nunca lá chegavamos!

Anónimo disse...

"...uma faúlha pode desencadear uma bola de neve de violência." Se sistematicamente deixarmos a palha seca espalhada por todos os cantos, não nos devemos queixar dos incêndios!
Tony Fedup

Luís Lavoura disse...

há "bombas relógio" de tensão social e inter-étnica

Neste caso não há tensão inter-étnica nenhuma. O homem assassinado pela polícia era branco. Entre aqueles que publicamente o elogiam como sendo um cidadão íntegro tanto há brancos como negros. Pelo menos, tanto quanto posso afiançar pelas cores das peles. Portanto, aquilo que está em causa não é a etnia de ninguém.

Francisco Seixas da Costa disse...

Luis Lavoura. Leia bem "tensão social E inter-étnica". Há um "E" no meio. Faz toda a diferença.

Carlos disse...

A polícia tem um trabalho difícil face à frequente complacência perante as incivilidades do quotidiano, a chamada pequena criminalidade, os furtos e os roubos. Só a a título de exemplo o casal que foi autor de um tiroteio no Forum Almada que feriram uma criança foram condenados a 6 anos e a 5 anos. Comparem com as penas pedidas pelo MP para alguns crimes de colarinho branco. É que estes fait-divers não têm a mesma exposição mediática e não servem para chantagear o poder político.

Dito isto e com base na informação tornada pública não se compreende nem se pode aceitar que perante o desacato e os impropérios do cidadão mandado parar (alegadamente na posse duma arma branca) o destacamento da PSP tenha disparado a matar. A vida humana é um bem irrecuperável.

Acresce ainda que segundo relatos posteriores após a morte deste cidadão a casa da família terá sido invadida pela Polícia invadida e a viúva deu conta de ter sido assediada pela Polícia quando se deslocou à esquadra. Ora perante uma situação desta gravidade era obrigação da hierarquia da polícia ter tratado o assunto com todo o cuidado para evitar precisamente a explosão de ressentimento e a bola de neve de violência. o Director Geral da PSP não diz nada?

Lúcio Ferro disse...

Luís,
Olhe se os tipos resolvem marchar por aí acima até Campo de Ourique, ou até às Avenidas Novas? Upa, upa.

Anónimo disse...

Aqui no Interior do país tudo calmo, como habitualmente. Esse tipo de desacatos e violência não acontece. É coisa das grandes cidades. Têm o que merecem. Toda a gente converge para lá, de todo o tipo, gente boa e gente má. É assim a cidade. Que se amanhem!

Tony disse...

Senhor Lavoura. Só para esclarecer e sem qualquer intenção rácica. Ao contrário do que afirma que o homem que fora morto por polícia, é NEGRO, como vi na TV e jornais. Também vi e ouvi loas ao assassinado, por ser muito boa pessoa, mas consta que já esteve preso por várias tentativas de homicídio.

Anónimo disse...

" o padrão é que estes problemas de violência em larga escala e selvajaria"

Bastava recuar até às décadas de 1920 e 1930 para mostrar que isso é falso, obviamente, e nem vale a pena falar de coisas posteriores (ou anteriores). Revoltas, violências, explosões sempre aconteceram e é uma hipocrisia dizer que "o povo é sereno".

Seja como for, o politicamente incorrecto seria antes tentar perceber como foi montado em 3 décadas um mundo de suburbanidade sem planeamento urbano.

Carlos disse...

Só uma breve adenda: como é que se explica que a versão dos acontecimentos veiculada pela PSP esteja a ser aparentemente sucessivamente desmentida. A alegada arma branca afinal não existe, aparentemente a invasão do domicílio negada pela PSP sempre aconteceu, falou-se numa viatura roubada mas a viatura pertencia ao condutor.

Nada disto justifica o vandalismo dos últimos dias que afecta todos nós mas especialmente as pessoas que habitam os bairros onde decorrem os desacatos. São famílias que ficam sem meio de transporte, e nalguns casos sem ganha pão.

Todavia há uma inexplicável inépcia e incompetência na gestão deste trágico “acidente” e uma aparente tentativa de ludibriar a opinião pública com notícias falsas.

Carlos disse...

Só uma breve adenda: como é que se explica que a versão dos acontecimentos veiculada pela PSP esteja a ser aparentemente sucessivamente desmentida. A alegada arma branca afinal não existe, aparentemente a invasão do domicílio negada pela PSP sempre aconteceu, falou-se numa viatura roubada mas a viatura pertencia ao condutor.

Nada disto justifica o vandalismo dos últimos dias que afecta todos nós mas especialmente as pessoas que habitam os bairros onde decorrem os desacatos. São famílias que ficam sem meio de transporte, e nalguns casos sem ganha pão.

Todavia há uma inexplicável inépcia e incompetência na gestão deste trágico “acidente” e uma aparente tentativa de ludibriar a opinião pública com notícias falsas.

Anónimo disse...

Agente da PSP, mata, é constituído arguido para sua própria defesa e entra em férias "forçadas". O que se seguiu e seguirá não é bonito...o morto tentou fugir (a única coisa que ainda não foi desmentida) uma pena não ter conseguido!

C.Falcão disse...

O fenómeno de "road rage" está em plena expansão.
Na actualidade, o carro desempenha um papel de válvula de escape para a nossa frustração diária.
Com a sabedoria dos anos, evito a faúlha : O cão ladra e a caravana passa. Não respondo nem às provocações nem aos insultos.

25 de novembro