Nunca acreditei que o comité Nobel de Oslo viesse a atribuir o Prémio Nobel da Paz a António Guterres, o qual, aliás, nunca foi "candidato" ao galardão e não foi havido nem achado para a evocação do seu nome neste contexto. Acho, aliás, que o Nobel foi muito bem atribuído.
21 comentários:
Isto faz lembrar advinhar o totobola à segunda-feira
Para simulacro já bastou o atribuído a Obama.
Honrando o propósito e a angústia de Alfred Nobel, é por demais pertinente o Nobel da paz à Nihon Hidankyo.
Carneiro
O Japão é um país estranho. O único país que sofreu um ataque nuclear. O país que se tornou num dos principais aliados do carrasco.
O Prémio Nobel da Paz também é uma coisa estranha. Já foi oferecido a várias personalidades pouco recomendáveis. Ainda bem que Guterres não os irá ter por companhia.
Desta vez acertaram. Deram uma coisa estranha a uma organização inócua, nascida de um massacre que gerou nos descendentes das vítimas um sentimento de amizade para com o agressor.
J. Carvalho
Vivi no Japão uns tempos há quase 50 anos atrás.
Trabalhei durante muitos anos com japoneses cá em Portugal, chegavam a estar cá 10 ao mesmo tempo, éramos colegas de trabalho como o éramos entre nós portugueses, almoçávamos juntos, viajávamos juntos, éramos visitas de casa uns dos outros.
Não sei qual é o conhecimento REAL da sociedade japonesa (ou de outra daquele lado do mundo) que outras pessoas tenham para emitir as suas opiniões.
E não sendo o caso de terem esse conhecimento, aconselhava que procurassem falar do que sabem e não metessem os seus próprios sentimentos ao barulho.
Concordo inteiramente com o comentário do leitor J. Carvalho.
Em boa verdade, o Nobel da Paz não tem qualquer valor. Zero. E está manchado por ter sido atribuído a figuras como Kissinger, Obama e outros trastes acabados.
Assim, ainda bem que Guterres não fica ao lado deles na lista conspurcada dos nomeados.
Quanto a esta decisão acaba por ser vergonhosa para a Instituição em causa sobretudo se a aceitar.
É sabido que quer o Japão, quer a Alemanha são, desde o final da II Guerra Mundial, países ocupados pelo “Império”, os EUA, que em ambos os países ali mantêm inúmeras bases militares. Nesse sentido, o Japão e a Alemanha são países com a sua soberania limitada. Deste modo, mais uma razão para que essa Instituição, que acaba de ser a escolhida para Nobel da Paz, não aceitar esse prémio e o devolver à procedência. Não só porque foram vítimas de dois bombardeamentos atómicos, que mataram – convém sempre sublinhar e recordar – civis, entre crianças, mulheres, idosos, etc, como ainda hoje são objecto de uma limitação da sua soberania pelo mesmo agressor que deliberadamente e de forma consciente, sem remorsos, até hoje, lhes matou, nesses dois momentos inúmeros civis inocentes.
Os EUA são, ou tornaram-se, desde o final da II Guerra Mundial no país mais perigoso e beligerante do Mundo. Politicamente são a escória do Globo.
Oxalá essa gente dessa Instituição japonesa reconsidere e recuse essa pústula de prémio que o Nobel da Paz lhe quer atribuir.
a) P. Rufino
Quando se fala do conhecimento que cada um tem do Japão e da mentalidade japonesa, nunca deixa de aparecer alguém a comentar que “mas isso que contas já foi há 50 anos”, como se não fosse precisamente de há 50 anos que se deva falar, altura em que ainda estavam vivos muitos que viveram a guerra (e combateram nela, nalguns casos) e na força da idade os seus filhos (eu tinha quase 30 anos e a maior parte dos meus colegas também).
Na altura o Japão era algo de tão longínquo sob todos os pontos de vista que qualquer pessoa curiosa tinha que, de um modo ou de outro, se apaixonar pela sua cultura como um todo e continuar muito ligado ao país ainda que muito longe dele.
Mas como em tudo, nada disso interessa particularmente hoje, não há tempo para nos interessarmos pelo estudo da História conjugada com a natural evolução das sociedades, por isso se vive de anacronismos catitas, muitos deles filhos de um “prêt-à-porter” cultural que cai sempre bem pois não tem contraditório possível, seria conversa de surdos.
O que há cada vez mais é uma quantidade de idosos prontos para todas guerras apesar de pouco se levantarem, depois uma quantidade de jovens que não estão prontos para nenhuma guerra apesar de pouco se deitarem.
Já sabem que "P. Rufino" é "Lúcio Ferro" (para o caso de se distrairem).
O meu comentário é sobre política e decorre de uma decisão política que o post releva. Portanto, nada tem a ver com as características culturais, científicas ou outras do povo japonês.
J. Carvalho
Também me parece muito bem atribuído.
A Sr.ª Dona Maria América é pior que o arroz doce, aparece em todo o lado.
J. Carvalho às 15.02
Passo a citá-lo:
"O Japão é um país estranho. O único país que sofreu um ataque nuclear. O país que se tornou num dos principais aliados do carrasco."
E ainda:
"Desta vez acertaram. Deram uma coisa estranha a uma organização inócua, nascida de um massacre que gerou nos descendentes das vítimas um sentimento de amizade para com o agressor.”
Finalmente:
"O meu comentário é sobre política e decorre de uma decisão política que o post releva. Portanto, nada tem a ver com as características culturais,.....".
Parei de citá-lo em "culturais", "científicas" é palha, "outras" não é nada.
Ora eu abordei de um ponto de vista muito pessoal mas real - não são bitaites, são anos de contacto diário - o conhecimento das questões culturais no seu todo, que são a base da uma sociedade e um modo de encarar a vida que não se conhece porque se viu uns filmes, se leu umas histórias ou se passeou no "tourist bus" em Tóquio.
O que eu vejo ali no seu texto é desprezo pelo país Japão e a sua suposta subserviência e cobardia, para além de um menosprezar da integridade moral do povo japonês, isto já não falando de que considera uma “organização inócua” a “Nihon Hidankyo”, fundada em 1956 por sobreviventes e que terá feito mais por uma causa em cada 5 minutos que outros fizeram numa vida inteira.
Portanto se aqueles seus dois primeiros parágrafos que citei (o outro não está agora em causa) têm alguma coisa a ver com política fará o favor de me explicar onde, porque eu só ali vejo opiniões pessoais expressas de um modo difícil de compreender porque de uma acrimónia sem explicação (para mim) nem qualquer necessidade contra um país inteiro e toda uma população, tudo no mesmo saco e sem excepções.
Se a sua ideia era criticar a decisão política da atribuição do prémio era isso que tinha feito, chamava nomes ao Comité e pronto, estava feito.
Mas resolveu deixar isso para uma introdução a fazer de engraçadinha do 2º parágrafo e passou o resto do tempo, primeiro a criticar o Japão como país e depois os seus habitantes ao longo dos últimos 80 anos.
Banzai!
Comecei a visitar o Japão, nos anos 60, e fi-lo durante 30 anos, duas vezes por ano. Onde estabeleci uma agência.
Nunca fui recebido em privado na casa do meu agente. Mas recebi-o, ele e alguns dos seus colaboradores, em Grenoble, no meu pequeno “chalet” de Chartreuse. Manuel Campos San teve mais sorte que eu…
Em trinta anos de bom e agradável trabalho com japoneses, que considero bons profissionais, trabalhadores, respeitosos dos acordos comerciais, e sobretudo pontuais.
Nunca pensei que fossem realmente meus “amigos”
Desenvolver um relacionamento profundo com um japonês pode, portanto, levar tempo.
Na realidade, os japoneses não são muito comunicativos em geral, até entre si. A barreira do idioma não ajuda, claro.
Não esquecer que os japoneses têm uma cultura anti-confronto. Os tópicos abordados são muitas vezes superficiais e nunca controversos. As discussões permanecem bastante superficiais por medo de ofender os outros ou de perceber que não compartilhamos as mesmas opiniões.
Em suma, falar do tempo ou das cerejeiras em flor, e mesmo cantar o “karaoke” juntos, num bar, numa soirée animada, não basta….
Em relação ao trabalho, direi que é quase impossível transformar colegas de trabalho em amigos no Japão. No Japão, veremos apenas atitudes de fachada no trabalho e isso impede de ir mais longe.
Enfim, os japoneses estão sempre ocupados. A culpa é do trabalho que consome muito tempo neste país. Eles passam muito tempo no local de trabalho. Muito mais do que nós, ocidentais.
Se estivermos sempre à hora dos rendez-vous, se não apertarmos as aos dos nossos interlocutores, se os japoneses são frios, mesmo que pareçam quentes à primeira vista. Está na cultura deles, é assim, muitas coisas são internalizadas então há poucas demonstrações emocionais visíveis.
Nós, os latinos somos outro mundo. Para o resto, se abordo o plano político e histórico, recordo uma conversa no Tokaido para Hiroshima, (uma visita chez Mazda Automóvel) com o meu “amigo” Kobaya San… Nunca consegui saber exactamente o que pensava das bombas nucleares lançadas pelos americanos, depois das nuvens de bombas ao fósforo sobre Toquio, que mataram tanta gente como em Nagasaki e Hiroshima…
A atitude do Japão foi pragmática: Perdemos a guerra, fomos massacrados, albergamos 54 000 GI’s no nosso território, espalhados em dezenas de bases do norte ao sul, e sobretudo em Okinawa, temos uma constituição que nos foi imposta pelos vencedores.
Salvamos a pessoa do Imperador, recuperamos a tecnologia americana em muitos sectores, mesmo o “management”, e se lhes oferecemos os nossos próprios desenvolvimentos industriais, como o sistema “kanban” (just in time) –“downstream controla upstream”, produzimos apenas sob demanda (fluxo serrado).
E os USA reafirmaram o compromisso dos Estados Unidos em proteger o Japão, inclusive através do "guarda-chuva nuclear" americano,...
Que queremos mais???
Soberania? Com 54000 GI’s a bordo?
Independência? Qual?
Para evitar de repetir, retomo na íntegra o comentário de P. Rufino , de 18:45, sobre a imagem do Japao hoje.
O Japão como a Alemanha sao os dois vassalos dos EUA, aos quais so acrescentaria Israel, no Médio Oriente. O espectáculo que estes países dão na ONU é vergonhoso.
Já conhecíamos todos a crueldade do Japão quando invadiu a China, (Nankin) e não só. E Israel copia atrozmente a mesma selvajaria na Palestina.
Cumprimentos Manuel Campos San
Agradeço os cumprimentos e dispenso a gracinha infantil do “San”, não vem a propósito de nada, o humor ou se tem ou não se tem e compete aos outros fazer essa triagem, somos pobres avaliadores das nossas capacidades, o “espelho meu, espelho meu, quem é mais engraçado do que eu” diz a cada um o que ele quer ouvir.
Se me lesse com atenção, ao tempo que aqui escrevo e à quantidade do que aqui escrevo, já teria dado por um facto simples mas creio que importante: eu não tenho só um e pouco imaginativo tema de conversa nem vejo o mundo a preto e branco.
Eu tenho dezenas ou centenas de temas de conversa, pois tudo o que acontece à nossa volta é um tema de conversa e, como foi posto na boca de Sherlock Holmes por Arthur Conan Doyle ““O mundo está cheio de coisas óbvias que ninguém jamais observa.”.
Eu faço por as observar a todas, às óbvias e às menos óbvias, lá vou intervindo na maior parte dos temas que aqui são trazidos (com um “off-topic” aqui e ali), trazendo mais qualquer informação ou história associada, pois o “Duas ou três coisas” é um espaço onde o autor fala de tudo, do mais sério ao mais divertido, com o seu sentido de humor e sua qualidade de escrita, é disso que eu gosto.
Ora o Sr. Joaquim de Freitas nunca se ri e, como escreveu Alphonse Allais “Les gens qui ne rient jamais ne sont pas des gens sérieux” (tenho quase toda a literatura francesa dos anos 1880 a 1910, do humor tadicional e do “humour troupier” à escola do “Le Chat Noir” e ao “humour noir” que termina no humor do absurdo de Alphonse Allais.
Claro que o Sr. Joaquim de Freitas sabe muito, isso é um facto indiscutível para quem, como eu, o leio por aqui desde que aqui começou a escrever há muitos anos, a escrever sempre muito, muito mais que eu alguma vez escrevi.
Mas admito de boa vontade que já o leio em diagonal e com pouca atenção o que, como se confirma, o senhor também faz comigo, estamos assim e em boa hora quites.
Também vejo que não lhe passa pela cabeça que nisto das relações humanas e de “abrir corações” não é só uma questão de sorte e que pode ser também uma questão de mérito, o que não me espanta mesmo nada.
E pelos vistos nem leu (porque raramente vê com olhos de ver) que me referi a japoneses a viverem em Lisboa durante anos, quase todos sós (ou sós uns com os outros), o que torna qualquer pessoa mais facilmente abordável a temas que no seu país não abordaria (um deles até o ajudei a evitar o divórcio da mulher que tinha ficado no Japão com os filhos, veja só!).
E falando eu de tudo com todos desde sempre, é natural que esses japoneses que bem descreve fossem talvez capazes de me achar mais graça a mim do que a si (mas não garanto, já não dá para lhes perguntar a quase nenhum).
Também não leu (porque raramente vê com olhos de ver) que eu vivi lá uns bons tempos, não dei lá uns pulitos para uma reuniõezitas, com uns copitos à noite para não ter que falar muito e adormecer rapidamente.
Aproveitou assim para me contar sobre os japoneses o que eu sei de certeza certezinha muito melhor que o senhor, mas não se perde, a outros servirá de informação.
Mas especialmente aproveitou para a habitual arenga anti-americana, baseada em factos que bem ou mal resolvidos já lá vão, abordando sempre questões que já poucos se põem porque é preciso andar para a frente, isto quando há tantos outros pontos por onde analisar o mundo que aí está e os EUA que aí estão, ainda que eu nunca me canse de repetir que isso é um problema que só pode preocupar quem tem filhos e netos.
Muito haveria a dizer mas só lhe quero dizer que tanto J. Carvalho como P. Rufino são comentadores que leio sempre, que não se ficam por banalidades, que desenvolvem raciocínios, com os quais umas vezes concordo, outras não.
Desta vez não concordei com J. Carvalho e expliquei o meu ponto de vista.
Mas de uma coisa estou certo, nenhum deles precisa de quem os defenda.
Passe muito bem.
Ao Senhor Manuel Campos
Gostaria de responder ao seu texto, mas confesso que não tenho o talento que ele impõe. Entre diatribe e lição, não dispondo duma biblioteca, mesmo de literatura francesa, comparável à do senhor (san, em japonês, não era um insulto), vou precisamente pedir a ajuda de Alphonse Allais, que parece ser uma boa companhia para ambos.
O Senhor tem muitos talentos! Particularmente nas relações humanas. E com japoneses!
E é mesmo capaz de rir, ao passo que eu… Foi buscar Alphonse Allais para me colar a etiqueta de “sisudo”…Mas como dizia o nosso comum amigo Alphonse Allais, “Il ne suffit pas d'avoir du talent. Il faut encore savoir s'en servir.”.
Continue portanto a ler em diagonal a minha “habitual arenga anti-americana, baseada em factos que bem ou mal resolvidos já lá vão”, como ousa escrever.
Já lá vão! Pois, os milhões de mortos e destruições à volta do planeta já lá vão? Ou continuam a cair? “abordando sempre questões que já poucos se põem porque é preciso andar para a frente,” escreve ainda ! “Precisa dum mapa?
Continue pois a rir, Senhor Manuel Campos, porque no mundo que é o nosso, eu não sei rir! De facto somos muito diferentes, Sr.Manuel Campos.
Permita um conselho: Pois que a literatura francesa não tem segredos para o Senhor, leia “O Homem que Ri” de Victor Hugo.
A cegueira das elites, ou que pretendem sê-lo, a sua felicidade indecente que muitas vezes só existe em detrimento das pessoas que sofrem. Foi ao ler a sua frase “Já lá vão!” que Victor Hugo veio ao meu espírito.
Senhor Joaquim de Freitas
Li-o e, desta vez, não foi em diagonal.
O senhor gaba-se do solzinho que goza na sua propriedade de Chartreuse (informou-nos destes dois factos nos últimos 3 dias), descansando assim da guerra sem tréguas que move contra o capitalismo de que usufrui (decerto com mérito próprio, mas usufrui e sempre usufruiu, informação que também nos deu a seu tempo), descansando também das injustiças do mundo que tanto o excitam nas suas arengas mas que parecem mais um limpar de consciência que nos vai chegando com a idade (afinal talvez Deus exista), não aparenta ter descendência e, se a tem, nunca o vi nada ralado com o futuro deles.
Acontece que daqui a 80 anos, eu e todos os que temos descendência e/ou nos preocupamos com ela, ainda cá andaremos na memória, mesmo que muito vaga, mesmo que muitíssimo ténue, de alguém a quem quisemos muito e que nos quis muito.
E é isso que me preocupa e muito porque eu os tenho, as pessoas de que gosto e aí vão ficar, filhos, netos, sobrinhos, sobrinhos-netos, filhos de amigos e netos de amigos, não me parece estranho nem particularmente egoísta preocupar-me mais com eles que com os do vizinho do lado.
Ora eu, que tenho menos uns anitos (não muitos que o senhor, o que foi também informação sua a certa altura), tive que abandonar o meu refúgio “algures” onde estava tão bem e tão descansado, para voltar para Lisboa por tempo indeterminado pois todos os dias do próximo mês (pelo menos) terei que, às horas que calharem pois são marcadas de véspera , acompanhar uma pessoa que não tem outros apoios a um número disparatado de sessões de radioterapia e trazê-la de volta ao lar onde está (rio de quê?).
E lhe garanto que ter que entrar todos os dias num lar da 3ª idade (ou mesmo só de vez em quando), onde falo com pessoas mais novas que eu e que já nem se mexem, quando eu desço a escada aos pulinhos e dou corridas de 50 metros para apanhar um autocarro, não é fácil (rio de quê?).
É claro que não regressei só por isso, está na altura das revisões semestrais de minha mulher na Fundação Champalimaud, andamos nisto há 12 anos, com intervenções cirúrgicas e enormes sustos pelo meio (rio de quê?).
Haveria mais alguns temas assim “divertidos” para abordar mas, se os conto já, depois rio de quê?
(Continua, diz que é longo, nem parece meu)
(Continuação, não desista que este restinho é curto)
Somos de facto muito diferentes Senhor Joaquim de Freitas: o senhor é o que se pode considerar uma pessoa "triste".
“A felicidade indecente que muitas vezes só existe em detrimento das pessoas que sofrem” de que fala é a sua, a da sua vida confortável que julga desculpável pelos seus “gritos de revolta”, sempre parte do problema e nunca parte da solução, pois são sempre as “teorias utópicas” que escolhe e nunca o “pragmatismo construtivo”, só conversa para impressionar o pagode, nunca nenhum assunto para ajudar ninguém em concreto, nem que sejam coisas tão básicas como não ficar no meio da estrada às 4 da manhã ou lembrar que o próximo “rio atmosférico” que aí venha lhes pode encher de chuva a casa porque se esqueceram de limpar o telhado.
O senhor lembra-me nos seus escritos os que dizem sempre que a culpa “é de todos nós”, quando a culpa sendo de todos nós é evidente que não é de ninguém em concreto, é o melhor produto que existe para limpar consciências.
A minha está bastante limpa numas coisas (há pelo menos 1700 postos de trabalho em Portugal, em diversas empresas, que se mantêm há mais de 25 anos devido à minha casmurrice) e menos limpa noutras coisas (já não consigo salvar mais postos de trabalho senão os de algumas pessoas que vão fazendo uns trabalhos para a família, não são grandes profissionais mas precisam de trabalhar como qualquer pessoa honesta).
Esperava mais e, muito em especial, melhor de si, mas escrever debaixo da emoção do momento não é aconselhável quando vamos para idade, já não temos o mesmo “jogo de cintura”, falo também por mim pois de vez em quando lá caio nessa, os textos saem muitas vezes confusos (os meus também).
Essas piadas manhosas sobre os meus conhecimentos da literatura e da língua francesa só confirmam que nunca dá atenção ao que os outros escrevem (pois se eu já falava francês com 7 anos não é grande mérito meu, é dos meus Pais que se esforçaram por isso).
Mais uma vez lhe desejo que passe bem mas compreenderá decerto que tenho (que o PAN não me leia!) “d’autres chats à fouetter” ou “other fish to fry” (também lhe posso escrever em castelhano, italiano e até umas coisitas em alemão, se fizer muita questão).
Senhor Joaquim de Freitas
Só mais uma, é uma questão de honra que ficou para trás.
Responde-me o senhor:
“Já lá vão! Pois, os milhões de mortos e destruições à volta do planeta já lá vão? Ou continuam a cair? “abordando sempre questões que já poucos se põem porque é preciso andar para a frente,” escreve ainda ! “Precisa dum mapa?”
É do domínio do insulto à inteligência (e até à pessoa) dirigir-me esta conversa, se me acha assim tão estúpido e ignorante não é normal que continue a perder tempo comigo, estamos a falar de Hiroshima e Nagasaki, do Japão que ali ficou depois e dos japoneses como uma cultura e o senhor vai buscar para "parangona de arremesso" o que o mundo está a viver ontem e hoje noutras zonas do planeta
Já na análise do Japão e dos japoneses foi o que se viu, escrevo alhos e responde bugalhos, um estilo inconfundível seu ao longo dos tempos, a certa altura pedi-lhe mesmo várias vezes para não citar frases minhas para depois meter as suas considerações pessoais que não tinham nada a ver com o que eu tinha dito.
E agora continua a escolher o mesmo caminho, apostando no facto de ninguém se lembrar já do que está para trás e nem perder tempo a ir rever. Não é bonito.
Não jogue com os raciocínios oportunistas como forma de me entalar, é inútil, não sou tão parvo como pareço...
O Senhor Manuel Campos disse: “já não temos o mesmo “jogo de cintura”, falo também por mim pois de vez em quando lá caio nessa, os textos saem muitas vezes confusos (os meus também)”.
Confusão mental. O discurso é incoerente, desordenado. As ideias sobrepõem-se, misturam-se e a pessoa não consegue organizá-las de forma lógica. Alucinações sensoriais são comuns. A pessoa ouve vozes. Ela pode estar convencida de que outras pessoas estão a ler os seus pensamentos, roubando as suas ideias ou forçando as suas acções.
Senhor Joaquim de Freitas
Tenha juízo que já tem idade para isso.
Escusava de me ter agora enviado parte do último relatório do seu último exame , isso tudo já eu tinha percebido há muito, faltou no entanto saber qual o aconselhamento que recebeu.
PS - No texto "Gaza" resolveu mais uma vez mentir, já lá irei.
O Senhor Manuel Campos escreve: "se me acha assim tão estúpido e ignorante não é normal que continue a perder tempo comigo, ".
Pois tem razao! Antes que venha de novo narrar-nos todas as misérias da vida , e sobretudo da vida privada, é melhor ficar-nos por aqui. E tenha cuidado com a confusão mental quando pega no seu espelho...
Sr. Joaquim de Freitas
Pour en finir avec vous (no sentido figurado, é evidente)
Qual é o seu problema que eu fale da minha vida privada nos termos vagos em que o faço?
Eu obrigo-o a ler? Alguém o obriga a ler?
Não lhe passa pela cabeça que há quem goste de ler o que aqui trago, simplesmente porque sim, porque já não sai de casa, porque gosta de crónicas do quotidiano, porque acha graça ao estilo, eu sei lá que mais ?
Só quer dizer que tenho uma vida privada e mesmo assim nem um décimo dessa realidade aqui chega, mas pelos vistos mesmo assim já incomoda os que não têm grande vida privada, por isso falei em “tristes” (com aspas, não é o mesmo que sem aspas).
Alguém sabe em que rua moro, em que prédio e andar moro, quantos filhos tenho e a fazerem o quê e onde (seria interessante, um deles põe-se nos Alpes ou em NY já amanhã, se eu quiser posso ir com ele, vou visitá-lo a si), quantos netos tenho e a fazer o quê e onde (e a nível dos netos tinha ainda mais que contar, agora até sou conhecido em vários locais por ser “o avô do…”)?
Venho porventura chorar-me ao constatar alguns factos que tenho que viver, como tantos que aqui virão, que assim se sentirão em alguns casos talvez mais confortados porque estão a passar ou passaram pelo mesmo, nem toda a gente é um egoísta para quem os outros e os seus problemas não contam para nada?
Ou o senhor acha que o que eu escrevo não é útil a ninguém, ao contrário do que outros que vivem nos temas únicos, quiçá porque não sabem falar de outra coisa?
Não continuo aqui com textos normais, mesmo quando está aqui tudo nessa choradeira hipócrita dos que só “evacuam” teorias e não fazem a “ponta de um chifre” para efectivamente resolver o que quer que seja, encostados às suas mordomias que só foram possíveis, como as minhas, porque há quem viva na miséria, só que eu sei isso e não tenho a desvergonha e falta de pudor de fingir que me preocupo?
Por que é que não me respondeu a uma única coisa que eu tenha escrito e só insiste em patetices com piadas de terceira?
Não me bastava já o jovem Sr. Lúcio Ferro agora também tenho o respeitável ancião Sr. Joaquim de Freitas a “chorar-se” lá no “Gaza” porque não pode escrever sobre a guerra em Israel sem lhe dizerem que não ri e lhe chamarem triste (e putinesco e mais não sei o quê)?
Mas não estávamos a falar das bombas atómicas de 1945, do Japão e dos japoneses quando eu escrevi algo que o senhor tirou totalmente do contexto para se “vitimizar” (pus aspas) e ao qual não respondeu nem com uma única linha, só veio mostrar o seu menosprezo pelo que lhe diziam?
Uma coisa é certa, ainda que me vá distraindo por aqui a responder aos que me tentam chatear (não tenho mais nada que me chateie, de facto), há uma altura em que já não apetece muito e começo a achar que é boa altura para pensar nisso.
Cada um tem os seus tipos de “cromos”, os do blogue são uns como oportunamente definidos, os meus são outros e a única saída que tenho é a de os deixar a falar sozinhos.
Em última análise tirar umas férias, talvez eles acalmem com o tempo, de uma forma ou de outra.
À un de ces jours, à New York ou à Chartreuse.
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