sexta-feira, abril 22, 2022

Uma coisa é uma coisa

Uma distinção que deve ficar muito clara: o inequívoco repúdio português perante a bárbara agressão da Federação Russa à Ucrânia não deve ser entendido como um qualquer juízo de valor sobre a natureza política do regime de Kiev. Uma coisa nada tem a ver com a outra.

6 comentários:

João Cabral disse...

Evidentemente.

Luís Lavoura disse...

Muito bem. Não devemos misturar o repúdio de invasões com qualquer retórica sobre a defesa da democracia ou do "mundo livre".

Anónimo disse...

A União Europeia já decidiu

Miguel disse...

Claro.

Jaime Santos disse...

Tal como o repúdio da agressão americana sobre o Iraque não pode ser entendido por quem o fez como um juízo de valor sobre a natureza do regime de Saddam, naturalmente.

A lei internacional é clara, as guerras de agressão são proibidas, assim como as guerras ditas preventivas, sejam elas para libertar o povo iraquiano ou para libertar os russos do Donbass de uma suposta limpeza étnica (palavras de João Oliveira) ou mesmo de um genocídio que ninguém vê onde esteja (é irónico que sejam sobretudo os ucranianos do Leste do País e do Donbass a morrer sob as bombas russas).

Aliás, a intervenção de Santos Silva ontem na AR foi a esse respeito absolutamente transparente.

Claro, a brigada russófila, depois de se queixar de cancelamento e pressão inqualificável e mais não sei quantos disparates (ainda não perceberam que a liberdade de expressão não os escuda da crítica que pode ser bastante violenta, apenas os escuda de acabarem na prisão como os críticos de Putin na Rússia) demonstra a sua hipocrisia de sempre ao revelar-se incapaz de chamar a uma agressão uma agressão (é uma intervenção militar, presume-se que especial) e ao perder-se em considerações sobre a natureza do regime ucraniano (que não justificam a dita agressão, vide acima), julgando que nos pode atirar areia para os olhos...

Particularmente deprimente é a posição do PCP, que depois de nos garantir que nada tem a ver com o regime russo, porque a sua escolha de classe é outra, faz o papel daquela categoria batizada por Lenine, e limita-se a repetir a mensagem russa sobre a natureza nazi do regime ucraniano.

Pela árvore se reconhecem os frutos, e não são os ucranianos que estão a comportar-se como os nazis...

Joaquim de Freitas disse...

Jaime Santos e a russofobia visceral..."..." e não são os ucranianos que estão a comportar-se como os nazis...” Pois não! Quando Zelensky condecora o chefe da milícia de Azov, nostálgico de Eichmann, é um acto entre boy-scouts!

E o que é mais grave: está sob pressão e ameaça permanente dos nazis do seu governo, que ditam a lei.

Muitos são aqueles que são russofobicos sem saber porquê! Preconceitos, quase sempre. Mas os americanofilos, reconhecem-se entre eles!

Os americanos voltaram-se contra o seu aliado russo do dia anterior e desenvolveram uma russofobia que ainda é actual. Ela foi inicialmente ligada à luta contra o comunismo, mas apesar da queda do comunismo e do fim da União Soviética em 1991, essa russofobia continuou ainda mais forte a partir do final dos anos 1990 e início dos anos 2000.

Consiste em duas formas : uma forma ideológica em torno da chamada luta pela democracia e pelos direitos humanos e depois, é claro, uma rivalidade geopolítica porque os americanos não suportam outras potências contestando a hegemonia americana.

A russofobia francesa foi depois de Napoleão… A alemã foi quando os alemães desenvolveram a ideia de Lebensraum, espaço vital, no Oriente. Mas os portugueses, deve ser a partir do 13 de Maio …

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