Sérgio Moro e João Dória desistem das candidaturas à presidência do Brasil. Moro corria quase por si próprio. Dória fora eleito numas primárias do declinante PSDB. Estará a criar-se o ambiente para o surgimento de uma nova candidatura de “terceira via” - nem Lula nem Bolsonaro?
2 comentários:
Embaixador Dr. Seixas da Costa
Numa sociedade brasileira que continua dividida entre a “Casa-Grande e a Senzala” (tal como a definiu o sociólogo Gilberto Freyre) acha mesmo que é viável uma candidatura da terceira via?
Prezado Embaixador,
Uma nota de um observador do que tem passado no Brasil nos ultimos 5 anos e meio. A saída de cena de Moro e Doria não são causa
mas sim a consequência da obvia incapacidade dos setores políticos do "centro" em afirmarem-se como alternativa. É que o "centrão" tem sido base apoio de Bolsonaro: ele é a distribuição de lugares no governo, é o chamado "orçamento secreto". Todo o centrão está comprometido com Bolsonaro. A terceira via é uma ficção como mostram as sondagens onde Doria estava bem abaixo dos 5% e mesmo Moro depois de se ter aproximado dos 9% começou a sua descida.
Em caso de vitoria de Lula a Europa que tem ostensivamente menosprezado o Brazil (independentemente do que se pense de Bolsonaro) vai observar com lamentos piedosos a aproximação crescente do Brasil aos BRICs, á India e ás potencias asiáticas. Infelizmente, fechados no seu mundo os dirigentes da política externa da UE não percebem que a estrategia LAC - America Latina e Caraíbas é um total falhanço: uma mistura de sobranceria com vagos contornos neocoloniais onde prevalece uma postura paternalista e se misturam realidades tão distintas como o Brasil (8a economia mundial), o México e as Caraíbas.
Tal como em relação á China e à Rússia e União Europeia continua a demonstrar uma total incapacidade para ler o mundo e perceber a realidade que a rodeia fora daquilo que é a sua grelha de análise. Este insuperável viés cognitivo é dramático.
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