O tempo e a paciência não dão para tudo e, devo admitir, estou num radical “blackout” às rádio e televisões, que se prolonga desde quinta-feira, tema da Ucrânia incluído, fase que só tenciono encerrar ao final da tarde de amanhã, segunda-feira. (O que, de quando em vez, vou lendo, nesta A4 mais pequena e mais grossa em que agora escrevo, chega-me e sobra). Por isso, não ouvi nem uma palavra do que terá sido dito no Congresso do CDS, embora, sempre que passo perto de televisores, note que por lá pulula a imagem desengravatada de muitos “centristas”. (Chega a ser irónico, e espero que não seja considerado insultuoso, nos dias de hoje, usar para esta designação para o CDS). O culto que os portugueses têm pela sua História coeva terá levado o nosso complacente jornalismo a dar uma atenção desmesurada ao encontro do CDS. (Li que alguém do CDS nele disse este “bon mot”: “Não interessa como aqui chegámos, o que interessa é como daqui saímos”. Imagino que em bons carros, mas há que convir que é uma bela “trouvaille”). Por mim, tendo andado este fim de semana pelo Minho, obviamente por outras razões bem mais lúdicas, algumas vezes me cruzei (e cumprimentei, ora bem!), em casas de restauração e hotelaria, de cartãozinho ao pescoço, gente amiga e outra só conhecida do CDS, a meio desta sua romagem ao berço da pátria (e de Freitas do Amaral, já agora, embora creia que a maioria se reivindique mais de Amaro da Costa), na busca de um derradeiro e salvífico sopro de existência cívica para o partido ainda do Caldas, se a Remax não tiver de ser ali chamada. (Achei muita graça a alguém que escreveu que este congresso do CDS é mesmo a prova provada de que “há vida para além da morte”). Aliás, constatei, sem a menor supresa, que os congressistas do CDS se sabem bem amesendar e aboletar. Se conseguirem, como resultado dessa reemergência, vir a “limpar o sebo” eleitoral ao pessoal do senhor Ventura e à nefasta nuvem liberal, que a mão nunca lhes doa. Nesse caso, diria, sinicamente (eu não escrevi “cinicamente”, notem bem!), que mil CDSs floresçam, em lugar de quem agora anda em S. Bento em seu lugar! Mesmo que, para isso, tenham de ter a polémica liderança que agora lhes saiu na rifa! Mas isso já são as minhas embirrações a darem nota de si!
2 comentários:
terá levado o nosso complacente jornalismo a dar uma atenção desmesurada ao encontro do CDS
Sim, deu. Uma atenção completamente desmesurada. Trataram o CDS como se um partido fora.
Ainda a propósito de embirrações suas, especialmente de uma que consigo compartilho, agradecia que o Francisco nos fosse dando conta das suas próximas aparições televisivas na CNN, especialmente as que tenham por tópico as eleições presidenciais francesas e primordialmente aquelas em que venha a contracenar com o impagável José Manuel Fernandes. Confesso-lhe a minha infinita curiosidade em saber se, cinco anos passados:
a) José Manuel Fernandes, depois destes últimos anos como “estrela da rádio”, já aprendeu – finalmente - a pronunciar correctamente o nome de Jean-Luc Mélenchon;
b) E, caso isso não tenha acontecido (como suspeito), se o meu amigo Francisco Seixas da Costa já ensaiou preventivamente alguma técnica de ioga para resistir às provocações repetidas do destratamento feito pelo publisher do Observador ao apelido do líder da «França Insubmissa»...
Recordo-lhe que considerei a sua intervenção pedagógica de Abril de 2017 como um dos momentos televisivos do ano...
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