E continuamos no ciclismo. A decisão de Lance Armstrong, ontem anunciada, de renunciar à sua defesa perante as acusações de dopagem que lhe são feitas, deve resultar na sua desqualificação como vencedor de sete "Tours de France".
Julgo que a imagem da popular prova ciclística francesa, bem como a do ciclismo em geral, vão sofrer fortemente, em matéria de credibilidade, particularmente se somarmos este escândalo aos tantos outros que mancham a competição e tornam cada vez mais duvidosas (e, pelos vistos, precárias) as vitórias a que vamos assistindo. Devo dizer que, como ativo adepto - de sofá e televisão - do mundo do ciclismo, entristece-me ver esta mítica modalidade, que tanto mobilizou a minha atenção desde a juventude, entrar "pelas ruas da amargura". E começa a ser ridículo - mas compreensível - que os resultados ciclísticos acabem por ser ditados nos laboratórios (como alguns do futebol o são "na secretaria")
Julgo que a imagem da popular prova ciclística francesa, bem como a do ciclismo em geral, vão sofrer fortemente, em matéria de credibilidade, particularmente se somarmos este escândalo aos tantos outros que mancham a competição e tornam cada vez mais duvidosas (e, pelos vistos, precárias) as vitórias a que vamos assistindo. Devo dizer que, como ativo adepto - de sofá e televisão - do mundo do ciclismo, entristece-me ver esta mítica modalidade, que tanto mobilizou a minha atenção desde a juventude, entrar "pelas ruas da amargura". E começa a ser ridículo - mas compreensível - que os resultados ciclísticos acabem por ser ditados nos laboratórios (como alguns do futebol o são "na secretaria")
Um amigo, ontem, ao telefone, comentou: "Não és tu que és um fã do Poulidor?".
Para o leitor menos avisado, diga-se que Raymond Poulidor foi um grande ciclista francês, vencedor de várias provas no país e no estrangeiro, mas que nunca conquistou o "Tour de France", nem nele sequer vestiu alguma vez a "camisola amarela", embora tenha ganho várias etapas. Mas, nesse mesmo "Tour", foi três vezes segundo classificado e cinco vezes terceiro. É hoje um ídolo para várias gerações francesas e é uma figura por quem, desde sempre, nutro uma imensa simpatia, nesta minha incontrolável tendência para gostar dos gloriosos e dignos "losers".
Perguntei ao meu amigo por que diabo me vinha falar do Poulidor. "É que, por este andar, ainda vão acabar por desclassificar o Anquetil e o Merckx, nalguma "revisão de provas", pelo que o Poulidor pode ainda ter uma "chance" de ganhar uma Volta à França ...".
7 comentários:
A verdade é que, mesmo "dopados" até ao limite, a maior parte dos ciclistas era capaz de não chegar aos calcanhares do Armstrong.
Como ciclista de etapas de 30 minutos em bicicleta estática, não consigo deixar de admirar a força sobrehumana de gente que é capaz de pedalar 300km acima e abaixo montanhas. Com ou sem a ajuda de drogas, são uns "heróis"!
O Armstrong fez bem em desistir da defesa. Se é culpado, mata a coisa por aqui. Se é inocente, escusa de espatifar a fortuna em advogados e fica a gozar a vida tranquilamente.
Já agora, caro Embaixador, deise-me meter uma "cunha" para o Joop Zoetemelk que apesar de tar ganho um tour em 1980, ficou 5 vezes em segundo.
E juntar ao Anquetil e ao Merckx o Hinualt.
Cumpriemntos
Senhor Embaixador
Confesso-lhe a mesma pecha de simpatizar com os "losers".
Com a condição de serem autênticos e não se comportarem como vítimas!
Não gosto nada de gente que se vitimiza...
Então e o "Joaqcan Agostnhô?
E vai daí, obviamente sportinguistas...
E o Poupou não tomaria também a sua poçãozinha do druida Panoramix?
Abraço, Zé Barreto
A propósito do comentário que lembra Joaquim Agostinho, lembrei-me de uma vitória falhada dele.
Creio que em 1969, eu e três amigos sportinguistas rumámos ao velho estádio de Alvalade - então ainda com pista de ciclismo - para assistirmos à chegada da última etapa da Volta a Portugal (um contra-relógio, Vila Franca de Xira-Lisboa).
Para nossa alegria o Joaquim Agostinho fez uma etapa brilhante, e no fim vestiu a camisola amarela, que lhe dava a votória.
Eufóricos, decidimos ir comemorar para a Solmar, onde a nossa bolsa sofreu um rombo, que um dia não são dias.
O que não esperávamos era que na quinta-feira seguinte, fosse conhecida a notícia de que o "nosso" Agostinho se tinha dopado.
Que grande "melão"! E como fomos gozados pelos amigos benfiquistas que sabiam da nossa comemoração.
Maldita "Ritalina"
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