O diretor-geral ficou siderado! O telefone interno tocara e, do outro lado da linha, ouviu a frase insolente:
- Ó minha besta! Li um papel teu que é uma boa porcaria! Espanta-te depois que o ministro te dê uma embaixada num sítio sinistro!
Reagiu, com um berro:
- Que diabo quer você? Sabe com quem está a falar? Daqui é ... - e disse um nome que, nesses anos 70, fazia tremer meio ministério.
Do outro lado da linha, o interlocutor terá feito uma leve pausa. Após o que interrogou:
- E você? Tem ideia de quem eu sou?
- Não, mas sei que é um imenso cretino, pela certa! - respondeu, irritado, o diretor-geral.
- Ainda bem que não sabe quem eu sou... - disse o equivocado correspondente, numa voz prudentemente anasalada para a ocasião. E desligou, nesse tempo dos velhos telefones que não identificavam a origem das chamadas. A verdade é que o tal diretor-geral, nas vezes em que o encontrou, nunca lhe falou no assunto...
7 comentários:
Esta sim, é simples e de ir às lágrimas. :)
Bom Domingo, Senhor Embaixador, e parabéns pelo seu tão apurado sentido de humor.
Por certo o personagem não conhecia a célebre discussão entre uma senhora de meia idade e um coronel ocorrida há muitos anos no Rio de Janeiro, RJ :
-Você sabe com quem está falando ?
-Não sei nem me interessa.
-Está falando com um coronel.
-Até quemfim : desde que me conheço que sou desejosa de dar um "chega para lá" num coronel.
Nota : e deu mesmo !!!
O máximo.
Nesse tempo esse tipo de chamadas, mas mesmo deliberadas para reinar, eram uma das distrações dos adolescentes.
Conhecia algumas mães que lhe colocavam "cadeados"...
Mas o Sr. agora fez-me lembrar , apesar do meu minimalismo na decoração(odeio/abomino limpar o pó, tanto como o pó)que esse modelo é lindo.
Muito bom tempo, em que, antes das escutas, não faltava liberdade para falar!
Não sei se esse filosofo e teólogo grande professor e escritor é conhecido em pPortugal?
Ele tem algo interessante, sobre a postagem do Embaixdor.
Fica a critério.
www.youtube.com/watch?v=H6adMBxFlxQ&feature=related
Senhor Embaixador,
Sem nomes? perde metade da graça...
Caro Tomaz Mello Breyner: às vezes, as famílias não gostam. Perguntarei a quem fez o telefonema, pessoa que conheço como ninguém, se vê inconveniente...
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