Quando cheguei a Paris, em 2009, alguém me disse que Robert Bréchon era "um radical pessoano". Na altura, apenas conhecia de nome esse lusófilo que um dia escreveu que "é através de Pessoa que Lisboa entra verdadeiramente na literatura universal".
Portugal deve imenso àqueles que, no estrangeiro, se apaixonaram pela sua cultura e que na respetiva promoção ocuparam grande parte da sua vida. Bréchon, que há dias nos deixou, nasceu para a língua portuguesa no Brasil, quando aí trabalhou pela cultura francesa. Depois, quando viveu em Lisboa, onde fez um trabalho notável à frente do Instituto francês, soube abrir-se às correntes intelectuais portuguesas, de diversa orientação. Foi por Lisboa que "descobriu" Pessoa, tendo mais tarde, com Eduardo Prado Coelho, sido responsável pela edição, na Christian Bourgois, das "Oeuvres de Fernando Pessoa". Tornou-se um dos grandes especialistas internacionais na obra do poeta, sobre a qual publicou vários trabalhos.
Mas muito mais lhe ficamos a dever, numa dedicação que merece a nossa homenagem e o nosso reconhecimento.
Mas muito mais lhe ficamos a dever, numa dedicação que merece a nossa homenagem e o nosso reconhecimento.
2 comentários:
Sorte a nossa e sorte do Sr. Robert Bréchon contactar com Pessoa e a sua obra,(conhecer é mais que improvável) que nos torna desde logo imortais pela consciência da presença de algum dos nossos heterónimos talvez o mais proeminente, fica algures em alguém...
há uma notavel pleiade de lusitanistas na frança e este era um deles, sem esquecer georges le gentil, roger bismut, claude henry freches, paul theyssyer, daniel pageaux, françois castex, outros. alem de estudarem a nossa literatura e cultura, eram tradutores, editores de textos, professores universitarios da materia, etc.
alguns distribuiam a sua actividade pelo brasil, espanha, galiza. Bem hajam e bom que o duas ou três coisas o tivesse homenageado
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