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Ontem, ao final da tarde, numa organização de Sciences Po, fiz em Poitiers, para umas largas dezenas de jovens, uma apresentação sobre a Europa e o modo como vemos o nosso próprio papel no projecto. O animado debate que se seguiu quase me fazia perder o TGV (bendito TGV!) para Paris. Foi muito curioso responder a várias e interessantes questões, algumas delas de tom quase inesperado, por parte de estudantes de várias origens. Aprende-se imenso ao ouvir as preocupações daqueles a quem pertence o futuro.
Hoje de manhã, já aqui em Paris, fui o "guest speaker" (até porque a apresentação foi feita em inglês) na reunião da "Bankers Association for Finance and Trade", que reune quadros superiores das grandes instituições bancárias europeias. O Tratado de Lisboa, as derivas intergovernamentais dentro da União Europeia, a preservação do Mercado Interno e outras interrogações sobre o futuro do projecto europeu animaram uma bela hora de debate. Outro auditório, outras preocupações.
Logo à noite, falarei em Neuilly sobre a experiência de Portugal na Europa. Serão outros ouvintes, muitos dos quais pertencentes às novas gerações francesas que têm origem comum portuguesa, filhos e netos de quantos, na realidade, entraram nas Comunidades Europeias antes que Portugal delas fizesse formalmente parte.
5 comentários:
Ufh! Tem 26 anos, não é, Senhor Embaixador?
"Aprende-se imenso a ouvir as preocupações daqueles a quem pertence o futuro".
Senhor Embaixador, só se for em Poitiers. Porque, aqui, quando falo aos jovens no seu futuro, eles olham-me com alguma tristeza e perguntam-me "Qual? Aquele que, no presente, nos estão a delapidar?".
Garanto-lhe - e sou otimista - que não é fácil responder mantendo a seriedade.
Embaixador sofre...
Senhor Embaixador,
Ontem, tive o prazer de ouvir, pela primeira vez, o diplomata brilhante que o Senhor é, dar-nos de forma simples e admirável, a sua visão da ("nossa") futura Europa.
Com natural lucidez, disse, também, a dificuldade do futuro presidente da União Europeia em gerir a aplicação do Tratado de Lisboa tendo em conta a "spécificité" de cada um dos 27 países membros.
Apreciei a sinceridade e optimismo das suas respostas ás perguntas da assistencia jovem (e menos jovem) que o foram ouvir em Neuilly.
Ainda bem que o TGV nao anda ao ritmo do seu logotipo invertido. Senao, nao podia meter o "Rossio na Rua da Betesga".
Acho de um rasgo de génio o criativo que concebeu este logo. Apesar de me aperceber que a todas as pessoas a que chamo a atençao para este detalhe, nunca se tinham apercebido dele.
Espero que o dia de hoje seja mais calmo.
Julia Macias-Valet
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