Morreu ontem um português de bem, que levou para a vida política uma rectidão e uma convicção que o conduziram a algumas rupturas pessoais complexas e a tomar opções difíceis.
Jorge Sá Borges, nome que nos dias de hoje já não é muito conhecido dos portugueses, foi um militante católico que se destacou na crise académica de 1962. Advogado de profissão, fundou o PPD, de que viria a afastar-se. Foi ministro e secretário de Estado nos tempos dos Governos provisórios.
Pessoalmente, conheci-o mal, apenas como amigo de amigos comuns, e, nesse contexto, tive ocasião de conversar com ele algumas vezes, em especial em noites do Procópio, por onde, em tempos, passeou a sua elegância e um humor muito fino.
Jorge Sá Borges, nome que nos dias de hoje já não é muito conhecido dos portugueses, foi um militante católico que se destacou na crise académica de 1962. Advogado de profissão, fundou o PPD, de que viria a afastar-se. Foi ministro e secretário de Estado nos tempos dos Governos provisórios.
Pessoalmente, conheci-o mal, apenas como amigo de amigos comuns, e, nesse contexto, tive ocasião de conversar com ele algumas vezes, em especial em noites do Procópio, por onde, em tempos, passeou a sua elegância e um humor muito fino.
14 comentários:
Em 1961/62, no âmbito de uma tentativa para conseguir a coordenação de todas as lutas estudantis no país, foi eleito como primeiro (e, julgo, único) Secretário Nacional dos Estudantes Portugueses.
Tinha pertencido à Direcção da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito presidida por Jorge Sampaio.
Já que refere o Procópio a propósito de Sá Borges, refira-se que ele ajudou a seleccionar muitos dos agraciados com o prémio do mesmo nome, que, salvo erro, também o distinguiu a si, senhor Embaixador.
Bem haja, Senhor Embaixador, por essa excelente memória. E hoje aqui me tem a louvar um dos homens que conheci bem e me habituei a respeitar.
Ao contrário de alguns, de quem toda a gente se lembra, o Jorge merece todos os elogios que se lhe possam fazer. Mas infelizmente muito poucos falaram da sua morte ou recordaram a sua vida.
Definitivamente em Portugal não é democrata quem quer. É só quem pode. Que pena!E que vergonha!
Caro Gil: a sensação que tenho, e que eternamente debilita a legitimidade do prémio que então recebi, é que o "decision-making process", no longínquo ano em que essa atribuição foi feita, tinha uma massa crítica de amizade superior à serena avaliação do mérito. Digo isto com modéstia, mas não queixo, claro! Tenho, aliás, a certeza que o homenageado deste post não foi ouvido nem achado.
Queridos Francisco, Gil e Helena,
Acabo de ler o que escreveram sobre o meu pai e confesso que neste momento estou de lágrima no olho. Lágrima de orgulho pelo meu pai. O meu pai era sobretudo um homem honesto e que dedicou grande parte da sua vida à vontade que tinha em fazer de Portugal um País melhor. Nos últimos anos, o evoluir da doença (efisema pulmonar)fez com que tivesse vontade de se afastar do convívio dos amigos...
Fiquei muito feliz com o que escreveram e com a forma como o fizeram. Quero que os meus dois filhos o recordem, também, nas vossas palavras.
No próximo sábado (14.11), terá lugar na Basílica da Estrela a sua missa de 7º dia. Amanhã terei a confirmação da hora. Deixarei aqui a informação para o caso de querem participar.
Muito Obrigada,
Margarida Sá Borges
(guigas67@gmail.com)
JORGE, Jorginho, como tantas vezes eu lhe chamava! Amigo, mas Amigo com letra grande, sempre o foi meu e de todos nós Simões Correia. Lembro as noitadas em que ele e meus irmãos e mais colegas passavam em nossa casa a estudar para os exames da Faculdade. Também nas férias nos juntávamos muitas vezes ,na Louzã, na quinta de meus pais, sempre para estudarem em conjunto, como amigos.Eramos todos muito novos, mas a amizade continuou sempre pela vida fora...Em todas as ocasiões que precisamos da ajuda dele, ele esteve sempre presente. Não falo aqui do político, já muito foi dito. Só falo do grande amigo que perdemos, alegre, brincalhão, mas por vezes sério, bondoso,um verdadeiro amigo ,sempre presente.Últimamente propositadamente afastado, talvez pela doença que o atingiu,mas que a todos preocupava. Vamos ter sempre muitas saudades tuas, das tuas graças,da tua alegria.Adeus JORGINHO, Nunca esquecerei tantos momentos bons passados na nossa juventude.Costuma dizer-se que tudo passa, tudo acaba, só DEUS fica. Espero que um dia nos possamos encontrar de novo junto desse Deus em quem todos nós acreditamos., Saudades,muitas! Tua amiga de sempre, MICAS Simões Correia Vasconcelos.Adeus meu amigo.
Partiu o Jorge, grande amigo, grande homem, e grande político.
Como amigo não esquecerei nunca todos os momentos desde a nossa juventude, sempre alegre, amável, bondoso...até ao limite.
Espirito critico,mas verdadeiro, sempre.
Saudades da nossa amizade...muitas.Fica em PAZ.
Até sempre.
Micas S. Correia Vasconcelos
obrigada pela informação.
Se possível irei à Missa pelo meu amigo.
Noémia S.C.V.
Conforme o prometido: a Missa de 7º dia do meu pai, será no próximo sábado (14.11) na Igreja do Campo Grande às 17.45h.
Obrigada.
Margarida Sá Borges
É com muito orgulho que leio as palavras que escrevem sobre o meu Tio. Lembro-me de muitas vezes aparecer em casa dos meus Pais, sem avisar e acompanhado de amigos "só para petiscarem". Lembro-me de fazer algumas saídas com ele em Lisboa e irmos jantar à Colher de Pau ou beber um copo ao Procópio. Tenho uma filha que estuda Direito e que tem uma "boa costela de política". Só tenha pena que ela não tenha o privilégio de estagiar e aprender com ele.
As pessoas de quem gostamos não desaparecem das nossas vidas, apenas deixamos de as ver. E o Tio Jorge vai ficar para sempre nos nossos corações!
Conceição Tomé
Tenho o previlégio e muito orgulho de ter um tio chamado Jorge Sá Borges.
Grande homem que lutou para vivermos num mundo melhor.
Recorda-lo-ei sempre como uma pessoa bem disposta, justa e lutadora pela democracia e liberdade.
O meu tio foi um guerreiro.
Fico muito contente e sei que ele onde estiver nos está a ver e está feliz porque vê que conheceu pessoas que realmente mereceram conhecê--lo.
E agradeço ao meu Tio Jorge e também ao meu pai força de lutar que herdei.
Guigas tens toda a razão do mundo por teres esse orgulho enorme no teu pai.Ele merece.
Ele foi um campeão.
Guigas,
Obrigada pela informação da Missa pelo se querido Pai ,meu amigo.
Lá irei se Deus quizer.
Um bj.
Noémia Simões Correia Vasconcelos
Foi para mim um prazer, um enorme privilégio e uma grande aprendizagem trabalhar com o Sr. Dr. Jorge Sá Borges durante cerca de 25 anos na APEL.
Um muito obrigada por todos esse anos e as minhas mais sentidas condolências à Família.
O Dr. Sá Borges ficará para sempre na minha memória bem como tudo aquilo que aprendi, frases e ditos que repito quase diariamente.
Teresa Santos
Conheci o Dr Sá Borges no Comité Económico e Social, em Bruxelas, de que foi membro durante alguns anos. Guardei dele uma boa recordação como sendo uma pessoa agradável e educadíssima.
Jorge de Sá Borges/de 'costela' transmontana', aldeia de Samões/Vila Flor,tive eu, (então um jovem de 20 anos, transmontano dos 'sete costados', social democrata de outros tantos) o raro privilégio de conhecer um ser humano ímpar, e a honra de o ter tido como Amigo.
Desde Junho de 1974 que militei a seu lado. O Jorge, homem convictamente social-democrata, um combatente pela liberdade, pela justiça social, de uma energia 'ilimitada', de convicções inabaláveis, amigo do seu/sua amigo/a, sobretudo leal, simples, de 'fino' humor', sagaz, de uma inteligência superior, apaixonado pelo seu país e pela democracia. Liderou a 1ª cisão do PPD, um grupo entre os quais se contavam, Fernando Mascarenhas (Marquês De Fronteira/Marquês vermelho,Emídio Guerreiro, Costa Andrade, Fernando Albuquerque (Conde de Mateus),Mota Pinto, Vasco Graça Moura, Miguel Veiga (alguns regressaram ao PPD... não o Jorge...para ele os 'cargos' não eram o objectivo).Com o Jorge, e uns quantos mais fundámos, a 8 de Fevereiro de 1976, o Movimento Social Democrata (que não pretendia constituir-se em partido político), que naturalmente ele coordenou. A surprema 'generosidade', para comigo, do 'elegante' Jorge de Sá Borges, um gesto que guardarei no 'meu bunker' de Seres maiores, corporizou-se no convite para integrar o seu Gabinete, a quando do convite que havia recebido da 'enorme' Maria de Lourdes Pintassilgo, para Ministro do Trabalho. Não ficou agradado, mas declinei, por sentir que era demasiado inexperiente para tão enormes responsabilidades. A nossa relação manteve-se, rica, frutuosa, até à sua partida terrena. Um abraço Amigo Jorge.
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