Não foi uma surpresa constatar que a política externa está quase ausente do debate eleitoral. E não se diga que o papel do Presidente da República, no modelo constitucional semi-presidencialista que temos, não comporta uma dimensão externa importante, quer na área dos Negócios Estrangeiros, quer como comandante supremo das Forças Armadas.
quarta-feira, janeiro 13, 2021
O debate que faltou
Não foi uma surpresa constatar que a política externa está quase ausente do debate eleitoral. E não se diga que o papel do Presidente da República, no modelo constitucional semi-presidencialista que temos, não comporta uma dimensão externa importante, quer na área dos Negócios Estrangeiros, quer como comandante supremo das Forças Armadas.
terça-feira, janeiro 12, 2021
O Porto, claro!
segunda-feira, janeiro 11, 2021
François Mitterrand
François Mitterrand morreu há 25 anos, depois de 14 anos consecutivos como presidente da França. Homem da IV República, onde teve cargos de governo, foi um dos mais ferozes opositores de De Gaulle, a quem forçou a uma segunda volta numas eleições presidenciais.
domingo, janeiro 10, 2021
Bom senso?
“Observare”
Em menos de 40 minutos, analisamos a situação nos Estados Unidos e o acordo entre a União Europeia e a China. Em termos mais breves, falamos de outros seis temas de relevância internacional e até deixamos uma sugestão de um filme.
Quem quiser contactar-nos, com críticas, ideias ou até elogios, esteja à vontade para o fazer para observare@tvi.pt
O avental do “Petróleo”
Não recordo onde é que o José Guilherme Stichini Vilela, “ministro-conselheiro” na embaixada em Luanda, terá desencantado a figura do “Petróleo”. A verdade é que foi ele o cozinheiro que passou a trabalhar no apartamento que, a partir de 1982, o Zé Guilherme ocupou na avenida 4 de fevereiro, em frente à baía de Luanda. O Zé Guilherme, um querido amigo, já se foi há alguns anos.
sábado, janeiro 09, 2021
“Observare”
Com o confinamento, não há desculpas para não verem, na TVI 24, deste sábado para domingo, como habitualmente depois do noticiário da meia-noite, a edição desta semana do “Observare”, programa de análise das questões internacionais. Lá estarei, com Carlos Gaspar e Luis Tomé, sob a moderação de Filipe Caetano.
Samuel Pisar
Há dias em que, por precipitação, falamos demais. Em 2012, num jantar em Paris (alguns comentadores acham que a vida dos diplomatas é feita de jantares: é verdade, os diplomatas têm o hábito, quiçá excessivo, de jantar uma vez por dia), fiquei sentado próximo de um cavalheiro, já de certa idade, que, em determinado momento, e tendo sabido que eu era português, se referiu a uma homenagem que iria ser prestada, na UNESCO, a Aristides de Sousa Mendes.
sexta-feira, janeiro 08, 2021
Um caracol
“Eu, pelos olhos, topo logo”. Imerso no iPhone, não percebi. “O senhor está cansado, não está?” Olhei, pelo retrovisor dele, o motorista do Uber, no Porto, com curiosidade. O trajeto era pequeno, mas via-se que estava ali um filósofo, daqueles que não se calam.
quinta-feira, janeiro 07, 2021
O frio de Vila Real
quarta-feira, janeiro 06, 2021
Juan Carlos
Só falam da América!
Há dias, depois de mais uma edição de um programa de comentário internacional em que regularmente intervenho na TVI 24, um conhecido interpelou-me: “Por que é que vocês só falam da América?”.
terça-feira, janeiro 05, 2021
Debates
Portugal, o Brasil e a Europa
segunda-feira, janeiro 04, 2021
Francisca
Eles aí estão, Francisca! Tu sabias que, cedo ou tarde, qualquer coisa mais viria por aí. Já tinha havido ameaças, alguns golpes baixos. Passaram dessas outras vezes, mas anunciava-se o seu regresso. Foi isto agora, como podia ter sido qualquer outra coisa. Primeiro, foi a legalidade da decisão que tomaste, que, sendo uma opção institucional debatível, foi de uma legitimidade cristalina. Como eles bem sabem, embora façam de conta que não. Depois, foi o desforço, apoiado nos vícios de forma que uma incúria te induziu a titular, embora todos se esqueçam de dizer que isso, em nada, influenciou o desfecho do assunto. Mais vem por aí, com insinuações medíocres, porque agora vale tudo! O que é preciso, até ao ranger da última porta, é tentar usar todas as alavancas para conseguir obter, por desgaste, neste tempo eleitoral polémico, aquilo que não foi obtido num outro voto. Pela tua vida, bem sabes, Francisca, talvez bem melhor do que quem quer que seja nesse governo de que acedeste a fazer parte, sacrificando uma carreira quase ímpar, que a política tem regras muito cruéis. Sentiste isso desde muito cedo, noutras geografias, em tempos de tragédia. Agora, neste outro tempo, que já é de farsa, sei que isso te blindou para a intriga, embora, atenta a tua sensibilidade, possa não te ter vacinado contra a mágoa. Aconteça o que acontecer, os que te conhecem, e são muitos, os teus amigos e os que, não o sendo, conhecem a tua integridade, sabem bem que a tua ética e o teu sentido de serviço público pairam muito acima da espuma lamacenta destes dias estouvados. O resto, Francisca, é isso mesmo: é o resto!
domingo, janeiro 03, 2021
O caso austríaco
“Observare” o ano de 2021
Sem entrar no domínio das previsões, fizémos, no primeiro ”Observare” de 2021, uma análise ponderada às grandes questões internacionais, antecedida de uma radiografia da nova administração americana. Pode ver aqui.
Daqui a dias, há eleições
Na eleição presidencial a escolha é fácil. Tudo se resume à resposta a uma simples questão: dentre os candidatos que agora se apresentam, qual é aquele que, em face da experiência e das provas já dadas, apresenta um perfil que mais garantias oferece de poder vir a desempenhar, nos próximos cinco anos, com equilíbrio, moderação e capacidade de diálogo com os vários setores - políticos, institucionais, económicos e sociais - da sociedade portuguesa, o cargo de presidente da República? Eu não tenho a menor dificuldade em escolher.
“Melhorada”
Algumas pessoas (a começar por mim) diziam-me: “O teu blogue tem uma letra muito pequena”. Outros, que não eu, comentavam: “Aquilo precisava de uma corzita!”. Porque não me apetece (por ora) ver debates eleitorais, andei para aqui a mexer no “template” e fiz umas mudanças. Como dizem os brasileiros: dei uma “melhorada”! Se resultou ou não, só os que notaram é que podem dizer alguma coisa (“Mas mudaste alguma coisa? Já não me lembro como era...”). Dá deus as nozes...
sábado, janeiro 02, 2021
“Observare”
Carlos do Carmo e a manhã
Um dia, em Paris, depois de um espetáculo que fez no Chatelêt, perguntei a Carlos do Carmo se, por acaso, estaria disponível para almoçar connosco, no dia seguinte, na embaixada. Respondeu-me: “Não leve a mal, embaixador, mas eu nunca aceito almoços. A minhas manhãs são sempre muito longas... Mas tenho muito gosto em que possamos jantar. Almoçar, não me dá jeito!”
Passaram poucos meses. Eu já vivia em Lisboa. Ia a sair do “Ibo”, um restaurante no Cais do Sodré, e cruzei, na esplanada, Carlos do Carmo e Júlio Pomar, a jantar com as respetivas mulheres. “Ó Júlio! Um dia, em Paris, eu disse ao nosso embaixador que não podia aceitar um convite dele para almoçar. Na altura, fiquei preocupado em que ele tivesse ficado ofendido pela minha recusa. Quero que sejas minha testemunha de que eu só janto!”. E Júlio Pomar, seu grande amigo, confirmou, com aquela gargalhada enrolada que tinha.
A pasta
Começou ontem a quarta presidência portuguesa das instituições europeias. Escrevo “instituições europeias” e não “União Europeia” porque, em rigor, a União Europeia só existe desde 1993. E a nossa primeira presidência teve lugar em 1992.
sexta-feira, janeiro 01, 2021
“Blake & Mortimer”
A Presidência europeia
Pode ver aqui.
quinta-feira, dezembro 31, 2020
A figura do ano
Não tenho a mais leve hesitação em afirmar que a figura do ano de 2020, em Portugal, é a ministra da Saúde, Marta Temido. Com Graça Freitas a seu lado, mas com a responsabilidade política que a esta não incumbe, Marta Temido mostrou o estofo de uma grande servidora pública, com a firmeza, pontuada de humanidade, de uma responsável política. O facto de se ter tornado no alvo predileto dos detratores do Serviço Nacional de Saúde é a maior “medalha” que lhe pode ser atribuída, embora eu espere, com toda a franqueza, que outras venham a tê-la como destinatária.
A outra cidade
quarta-feira, dezembro 30, 2020
Pela mão do sogro
“Este não é um avião oficial. É meu!” Com um sorriso vaidoso, naquela cara em cujos traços se percebia a proximidade da China, o embaixador do Casaquistão, junto da OSCE, Rahkat Aliev, acolheu assim os seus quatro colegas, idos de Viena, que se tinham deslocado ao seu país, numa viagem que ele próprio fazia questão de acompanhar. Partíamos, nessa manhã de 2004, de Almati para Astana.
Às sete
“Ó diabo! Já são sete!”. A frase, ao final da tarde das terças-feiras, é comum, lá por casa. É às sete horas que, por regra, começo o artigo que agora leem. Podia ser mais cedo? Podia, mas não era a mesma coisa. Escrever sem a pressão do tempo, não faz o meu género. (Não sou como aquele relojoeiro, em frente ao mercado de Campo de Ourique, a quem, há alguns tempos, confiei um relógio para conserto e que, perante insistências minhas sobre se o trabalho já estava feito, me disse, sem se rir: “Desculpe lá, mas eu não funciono sob pressão do tempo!“. Para quem trabalha com relógios...). Habituei-me assim, já não mudo. No início, confesso, o método angustiava-me. “Mas, ao menos, pensas sempre, com antecedência, no que vais escrever?”, perguntou-me, um dia, um amigo, a quem revelei este meu comportamento, que, para ele, lhe criaria uma insuportável ansiedade. Claro que, em geral, penso, mas também lhe disse que, muitas vezes, a escolha sobre o tema que esta coluna vai abordar é feita à última hora, sob um impulso momentâneo. “Mas não tens coisas guardadas, para o caso de te faltar a imaginação?”. Quando lhe jurei que não tinha, não me acreditou. Mal ele sabe que a questão se me colocou, ainda há pouco: vou escrever sobre quê, nesta que é a minha última crónica de 2020? Talvez devesse falar sobre isso mesmo, sobre este ano que nos fez perder um ano, que já não vamos recuperar, um ano que nos encheu de medos, de desconfianças, de raiva até. Depois, pensei melhor: não vou “dar confiança” a este ano sinistro, dedicando-lhe um artigo. Não merece. Vou então escrever sobre 2021, o ano que só por muito azar não será melhor do que o anterior? Seria uma banalidade. Mas, então, falar de quê? Já sei! Vou escrever sobre mulheres! Ensandeceu de vez, pensou o leitor. Talvez não. Falar sobre Ursula Van der Leyen é assinalar o papel decisivo que a presidente da Comissão Europeia, nesta tormenta, soube desempenhar, com soluções imaginativas para estimular a economia comum e organizar o processo, tão rápido quanto possível, de distribuição das vacinas. Falar sobre Angela Merkel é notar a “força tranquila” de uma dirigente que mostrou estar à altura da liderança da União, em período bem complexo. Falar de Marta Temido e de Graça Freitas é distinguir, com gratidão, duas senhoras que, apesar das hesitações e erros que uma navegação à vista sempre implicaria, deram ao país uma lição notável de dedicação ao serviço público. É isso! Já descobri tema para esta crónica!