quarta-feira, novembro 20, 2024

Dia 25 deste mês


Helena Pereira, no editorial do "Público" de hoje, a dizer o que precisa de ser dito sem meias palavras. 

Já agora: à atenção do PS, que parece andar estranhamente distraído quanto à gravidade disto. 

8 comentários:

Anónimo disse...

PS distraído ou comprometido ? Já são demasiadas distracções para um partido que se afirma de esquerda. Diz-me com quem andas …

Anónimo disse...

O PS, Livre e BE não deveriam, em nenhuma circunstância, estar presentes em qualquer das cerimónias que estão a ser organizadas. Quer no Parlamento, quer com o PR, quer outras. O PCP, ao que percebi, não deverá estar presente. E, nesse sentido, deixavam essas “comemorações”para a malta do Chega, IL, CDS e PSD, ou seja, como uma cerimónia exclusivamente da Direita que não se revê no 25 de Abril.
Um dia destes, por este andar, ainda vamos comemorar o 28 de Maio, de 1926 e o advento do Salazarismo.
a) P. Rufino
(seria bom igualmente que Ramalho Eanes se escusasse a estar presente, alegando uma qualquer razão)

manuel campos disse...

Toda a gente tem muitas certezas e dá muitos conselhos meio século depois, muitos que eu conheço bem a reescrever a própria história, esquecidos que eu não esqueço.
E eu que me fartei de levar pancada por esses tempos só por ser PS bem assumido, fora as ameaças de saneamento quando já tinha dois filhos para criar, muitas noites mal dormidas, só me interrogo o que pensaria (e faria) Mário Soares?

Carlos Antunes disse...

Num comentário ao post de 15 novembro 2024 sobre a recusa da Associação 25 de Abril em não participar na sessão da AR comemorativa do 25 novembro patrocinada pela direita revanchista, defendi que o PS por respeito à memória de Mário Soares não deveria igualmente participar na mesma.
Não tenho a certeza, mas acho que se Mário Soares o grande vencedor do 25 de Novembro com o apoio dos militares do Grupo dos 9 contra as tentações totalitárias da esquerda não democrática e em que a direita ““borrada de medo” se aconchegava no seio do PS – quem não se lembra de que foi Mário Soares que organizou a grandiosa manifestação pela democracia que culminou no comício da Fonte Luminosa em que a multidão gritava “onde está o PPD, que não se vê?” e respondia “está em casa a ver TV” – fosse vivo, também não aceitaria que o PS estivesse presente numa comemoração que a direita e a extrema-direita (Marcelo, PPD, CDS, Chega e IL) tentam agora confiscar e transformar numa sua vitória.

manuel campos disse...

Carlos Antunes
Vão por aqui algumas confusões mas longe de mim rebatê-las, não tenho neste momento nem vida nem paciência para mais "futebóis", chegam-me as "guerras" para manter a família viva.
Estive nessa manifestação da Alameda um bom bocado porque o nosso grupo foi "chamado" ao RALIS para tentar "convencer" os militares que impediam a entrada em Lisboa de pessoas que se queriam juntar à manifestação.
Ora como eu "conhecia bem" o Dinis de Almeida dos tempos de tropa, estúpida e ingenuamente achei que podia ajudar e acabei enfiado debaixo de uma Chaimite mais um dos meus irmãos quando desataram aos tiros.
Não me lembro dessa conversa do "onde está o PPD", porque comigo estava gente do PS e do PPD, mas é um facto que, nessa altura, eu já não ia em "futebóis", o clubismo vagamente onanista nunca foi a minha praia.

Quanto a Mário Soares não o conheci pessoalmente (um filho meu sim, relembro que tenho filhos já entradotes), mas fui muito amigo de algumas pessoas (já falecidas) tão próximas dele toda a vida (desde a adolescência) que todo o seu espólio "político familiar" (e que espólio!) foi desde cedo e em devido tempo entregue à Fundação Mário Soares.

Basket-Spot disse...

(Vamos lá ver se merece publicação desta vez)
O 25 de Novembro, tal como o 25 de Abril, é uma data da democracia portuguesa, pertence a todos nós. Sobre isto não me restam dúvidas nenhumas. Politicamente, ou melhor, partidariamente, sempre foi uma data que o PS reclamou para si, já desde o famoso comício da Fonte Luminosa. Mário Soares, que parece andar esquecido por estes dias, nisso se empenhou fortemente, porque para totalitarismos já chegava o do tempo da outra senhora, não precisávamos agora de outro de pólo inverso. Dito isto, só depois de António Costa tirar a tal geringonça da cartola é que, dentro do PS, se começou a abominar semelhante efeméride, como se fosse da extrema-direita! E o que vemos agora? O PS deixou que a direita mais radical se apropriasse da data, deu-lha de bandeja. Lamento tudo isto pela memória de Mário Soares, que não merecia. Ressaltem-se figuras como Sérgio Sousa Pinto, que sempre tem estado do lado certo. E pronto, é isto.

egr disse...

Considero que a presença do PS na sessão é uma ofensa aos seus princípios fundadores e adesão a uma " história " que , de forma exemplar , o capitão Sousa e Castro desmontou no texto que , há dias , foi transcrito neste blog ; infelizmente Senhor Embaixador não sei se isto é apenas distração .

Carlos Antunes disse...

Manuel Campos
Num espaço de liberdade de expressão e opinião como este, respeito naturalmente o seu comentário.
Apenas não aceito que diga que na minha cabeça “vão algumas confusões”. Embora com o avançar da idade (já são 70 e muitos), vá perdendo, como é normal, a memória de curto prazo, tenho bem armazenada na memória de longo prazo as lembranças desse período do 25 de novembro e não existe nenhuma confusão da minha parte sobre o que então aconteceu.
Estive presente na grandiosa manifestação e do comício da Fonte Luminosa e esse slogan “onde está o PPD, que não se vê?” “está em casa a ver TV” foi gritado não só por mim, como em uníssono pelos manifestantes. Recordo que o líder do PPD, Sá Carneiro se encontrava então refugiado em Londres.
Nessa ocasião, assisti também nas sedes do PS centenas de cidadãos a filiarem-se no Partido Socialista, o refúgio dos atormentados pela deriva comunista, e que passado o perigo e a consolidação da democracia, foram PPD´s e CDS’s desde sempre.
Enfim, para a análise histórica da intervenção do PS no 25 de novembro, será conveniente recordar um pormenor, por vezes esquecido, o de os militares do Grupo dos Nove nas vésperas do golpe, mandarem entregar armas a civis do PS (posteriormente Vasco Lourenço garantiu que “o Grupo dos Nove nunca distribuiu ou autorizou a distribuição de armas, mas admitiu que isso pudesse ter sido feito por alguns elementos do Grupo que tinham um projecto próprio”), mas que estiveram, anos mais tarde, na origem da prisão do histórico resistente antifascista, tarrafalista e dirigente do PS, Edmundo Pedro que garantiu ter recebido as armas por ordens directas de Ramalho Eanes, e tornado o bode expiatório por as mesmas terem sido guardadas e encontradas despoletadas num armazém de que era proprietário.
Por fim, quanto a Mário Soares que nunca fugiu do País (sendo que ele era o principal alvo do processo revolucionário totalitário, o "Kerensky" português” como lhe chamou Kissinger) por muito que o revisionismo histórico da direita e extrema-direita o tente, é impossível ignorar o seu papel decisivo na resolução da crise do 25 de novembro de 1975, e no processo da consolidação da democracia representativa em Portugal.

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