Sou um fã do voto eletrónico. No Brasil, um dos grandes eleitorados do mundo, e salvo para alguns residuais adeptos das teorias da conspiração, a fiabilidade do sistema não merece nenhuma séria contestação - a qual, dado o ambiente político, seria bem fácil e natural. Em qualquer eleição brasileira, minutos depois de encerrado o tempo de voto - do Rio Grande do Sul ao Amapá, da Rondónia a Espírito Santo - os resultados são logo conhecidos.
É, contudo, evidente que, para se optar pelo voto eletrónico, é necessário haver uma conjugação de vontades políticas, de sinal contrário, que, por cá, a teimosa crispação partidária dificilmente permitirá.
Nos anos em que andei pela OSCE, em Viena, uma organização também dedicada, embora com êxito limitado, à promoção da democracia, falava- se de um sistema de voto eletrónico que tinha sido inventado na Bielorrúsia. O governo de Minsk bem se esforçava por promover a sua venda a outros Estados mas, ao que constava, apenas o Casaquistão o adquirira.
Atentendo às intocáveis credenciais democráticas do regime do senhor Lukashenko, sou levado a concluir que só por indesculpável preconceito é que o voto eletrónico bielorruso tinha tantos detratores.
3 comentários:
Nos dias de hoje, como garantir que o voto electrónico é secreto?
Explique-me por favor Francisco, já que é um fã do voto eletrónico: refere-se a voto eletrónico presencial - com o eleitor identificado pelo ser cartão de cidadão, como ontem - ou a voto pela internet?
É que eu vejo muita gente a defender o voto eletrónico, mas nunca explicam exatamente a que se referem. E eu tenho a impressão de que se referem a voto pela internet.
Em Évora foi um sucesso a experiência. Com hipóteses de confirmação, e emenda caso se erre na resposta, convenceu os utilizadores. Simples, prático, eficaz. Viva a democracia !
Luísa Barbosa
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