Acabo de saber, pelo facebook do Daniel Ribeiro, que morreu em Lisboa o José David. Conhecia o seu nome mas menos bem a sua obra como pintor quando, em 2009, fui para Paris.
Pouco depois da minha chegada, o jornalista Daniel Ribeiro transmitiu-me um convite do José David para “uma bacalhauzada” na pequena casa que, com a sua mulher Françoise, ocupava ao fundo de uma artéria sem saída, creio que perto do boulevard Montparnasse. Recordo umas horas de conversa bem divertida, nesse ano de 2009
Falámos então das suas décadas de Paris e da sua obra, que estava ali por toda a parte, e fiz-lhe um desafio: expor na embaixada de Portugal, na rue de Noisiel. O José David ficou entusiasmado e, com a ajuda da Fátima Ramos, então conselheira cultural, montámos a “operação”, uns tempos depois. E foi uma bela exposição. Recordo-me que ele não quis que fosse uma retrospectiva do seu trabalho, como nós tínhamos sugerido, mas sim sobre o seu tempo artístico de então. No final, achei que era ele quem tinha tido razão.
Depois, ainda nos meus anos em França, fomo-nos vendo a espaços, algumas vezes na embaixada, ele com uma eterna bonomia e aquele seu bigode inconfundível, a Françoise com o eterno e terno sorriso que a idade ia tornando ainda mais bonito. Cruzámo-nos, há uns tempos, na Versailles. Abraços e promessas de um almoço que nunca se realizou. Agora já não vai ser possível. “Je vous embrasse, Françoise”.
5 comentários:
José David era a bondade personificada. Também pude reparar uma longa injustiça, ao organizar uma exposição da sua obra na Av. d’Iéna. Estava feliz nesse dia. Era um artista de primeira.
JPGarcia
O José David que morreu foi o José David Lopes, jornalista,
anos e anos, no Diário de Notícias. Não me parece ser esse tal artista…
O José David Lopes, que morreu agora, foi, anos e anos, jornalista do Diário de Notícias e era pai da Sara David Lopes, tradutora e competente, de filmes que vemos nos cinemas
Ao/aos Anónimo/s das 14:15 e 14:18: leia aqui https://expresso.sapo.pt/cultura/2018-08-05-Morreu-o-pintor-e-sabio-Jose-David#gs.2Bxdd9w
Senhor Embaixador : Pois que neste « post » escreve sobre recordações de Paris, permita que o informe, se ainda não recebeu a informação, que faleceu hoje o Maior Chefe do Mundo, que, o “gourmet” que é certamente, e o “gourmand’, que talvez o Senhor também seja, conheceu, no mesmo restaurante que eu em Paris: Joel Rebuchon, “inventor” des “raviolis de langoustines à la truffe.” E tantos outros “must” da sua cozinha,
Esteve para estudar no seminário, filho de mulher-a-dias e um operário, nunca um homem tão humilde subiu tão alto entre as estrelas, ele que tinha 32 no Guide Michelin .
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