Sinto um imenso desprezo - é essa a palavra - pela alarvidade de alguma comunicação social que contesta o uso da força democrática para salvar algumas pessoas das consequências potencialmente trágicas da sua teimosia e do seu desespero no quadro dos incêndios.
8 comentários:
A "alguma comunicação" é, por exemplo, a TSF que, hoje de manhã, dava tempo de antena a reclamações àcerca da atuação da GNR ao arrancar populares das suas propriedades. Porque não chamar os bois pelos nomes?
Deixe lá... Também há quem sinta um imenso desprezo por aqueles que menorizam os que aceitam arriscar a propria vida tratando-os como imbeciloides que é preciso salvar.
Nojo, com verdadeira agonia que me obrigou a desligar a TV, foi o que senti perante algumas perguntas, indelicadas, raivosas, pidescas e provocatórias, dirigidas ao Primeiro-Ministro na conferência de imprensa com os presidentes de câmara, esta tarde em Monchique.
O desejo supremo deles não se concretizou, por isso se sente bem a raiva deles por não ter havido mortos.
Se a tal força democrática não fosse usada e acontecesse o pior, seria um show de chibatadas mediáticas às equipas de socorro e a culpa última seria sempre do Governo (com direito a Vichyssoise).
Fosse qual fosse o governo deste país e os resultados dos incêndios não seriam muito diferentes. Olhe-se para o que está a acontecer na Califórnia! Bombeiros/políticos de bancada há muitos por aí. Mas procurar tirar dividendos destas tragédias para supostos triunfos políticos é de uma baixeza sem limites!!!
A mesma governação - o mesmo bloco político - que defende o direito do indivíduo a matar-se ainda que física ou emocionalmente incapaz de o fazer, defende que este não se pode colocar em risco para defender a sua propriedade.
A comparação, com todo o respeito, não é lá grande coisa.
O que é isso força democrática? Em que é que se distingue, no caso vertente, da força autocrática"?
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