sábado, agosto 11, 2018

Chegou o circo!



Já chegou! Mais um ano de irracionalidade, de insultos, de conflitualidade artificial, de “A Bola”, de “foi-não-foi-penalti”, do “Record”, de “estava-não-estava-fora-de-jogo”, de “O Jogo”, de árbitros insultados, de mentiras, de subornos, de advogados comentadores, de luvas e comissões, de claques ajavardadas, de “misters” reverenciados, de “cultura de balneário”, de televisões incendiárias, de conferências de “imprensa”, de dirigentes sempre com ar grave e linguagem primária, de “jornalistas” a fingirem de jornalistas, propalando a sua “verdade” colorida pelo viés clubista. Já aí está montado o grande circo do ano, onde os pais ensinam aos filhos que uma falta de um jogador da sua equipa ”não é bem” uma falta, que o adversário é o inimigo a odiar e combater. Aí está ele, o país sectário que finge que gosta de um desporto chamado futebol quando, no fundo, apenas pretende alimentar o culto acéfalo de uma religião criada em torno de um emblema qualquer, tal como pode ter uma obsessão em favor de um partido ou de uma igreja. E há muito quem leve isso a sério, como se essa adesão a uma cor fosse a coisa mais importante do mundo! E da vida! (E, coitados!, para eles, se calhar, é.) Eu, cá por mim, tendo também afetividade por um clube, gostando de o ver ter sucesso, mas estando muito longe de cultivar essa estima de forma doentia, gosto é de ver futebol. E muito!

4 comentários:

Anónimo disse...

Maldito Futebol! Este Páis só pensa nisto. Também o que merece! Uma choldra do pior! Que define um povo e um País! Porcaria de desporto! Poças!

josé ricardo disse...

Somos, na Europa, o mais suis generis país a olhar para o futebol. Factos:

• um clube consegue abranger um número de adeptos que vai além da metade da população do próprio país;

• três clubes usurpam praticamente todo o espaço jornalístico dedicado ao futebol, por exemplo, ver o benfica, o sporting ou o Porto a perder um jogo com o Tondela, a análise foca-se sempre no desastre destas equipas e nunca no mérito do Tondela, e a revolta dos especialistas comentadores é visível;

• O tempo televisivo dedicado ao futebol é assustador (urge, neste ponto, uma intervenção moderadora do Governo, pois os canais de notícias pagos não se podem transformar em canais desportivos);

• ao mesmo tempo que os cidadãos de determinadas regiões do país reivindicam, cheios de razão, para as suas cidades e regiões, um desenvolvimento harmonioso em relação aos grandes centros urbanos (leia-se, Lisboa e Porto), essas mesmas pessoas não conseguem vislumbrar que apoiando o clube da terra ou da região é uma forma de apostar no desenvolvimento dessa mesma região (por exemplo, imaginem o que seria se a cidade de Braga ou Vila Real ou Leiria ou Coimbra ou Covilhã... andassem, de forma sistemática, nas competições europeias, como se vê nos outros países europeus);

• a quase sempre acertada racionalidade de variadíssimas e conhecidas pessoas do nosso país não consegue fugir a esta idiossincrasia;

• gostamos mais dos chamados casos do que propriamente de futebol.

Já agora, os meus clubes, por ordem de preferência: grupo desportivo de torre de moncorvo e futebol clube do porto.



Anónimo disse...

A posts sobre football nem os leio. O que li, sempre me cheirou a uma espécie de máfias cá do burgo, típicas dos países pobres do sul [ou em desencolvimento].

Anónimo disse...

Grande texto sobre futebol.
Completamnete de acordo.
Parabéns!

Carlos Antunes

Há uns anos, escrevi por aqui mais ou menos isto: "Guardo (...) um almoço magnífico com o Carlos Antunes, organizado pelo António Dias,...