Hoje, no jornal "Público", subscrevo com Fernando Bello, João Costa Pinto, João Ferreira do Amaral, João Salgueiro, José Manuel Felix Ribeiro, Júlio Castro Caldas e Miguel Lobo Antunes o texto "Brexit", projeto europeu e interesses de Portugal".
Por não haver link disponível, o texto pode ser consultado aqui
4 comentários:
Concordo quase na totalidade. Só gostaria que ficasse melhor esclarecido o significado da frase em que se diz que Portugal não contribuirá para a fragmentação de EM. Espero que com isso não queira dizer que não deixaremos aberta a porta para que uma Escócia ou uma Irlanda do Norte independentes possam entrar na UE. Durante o referendo escocês, a UE foi perentória em dizer que em caso de independência, não garantiria a entrada automática da Escócia, o que poderá ter tido influência no resultado de permanecer no RU. No entanto, agora que os escoceses se preparam para sair da UE contra a sua vontade, a união deverá garantir à Escócia, caso deseje seguir a via da independência, uma entrada facilitada na UE, considerando que provavelmente reune todas as condições necessárias e considerando a sua pertença atual a essa UE.
Espero que a Europa não sobreviverá. Mas quem quer ainda Europa? A Europa está condenada a ser sempre uma Europa dos negociantes sem interesse real para os cidadãos, ou então deve fundir-se numa comunidade dotada de poderes supranacionais em matéria de politica estrangeira, de defesa, de politica orçamental e fiscal. Mas que não se alinhe sobre o aliado histórico: os EUA, que têm os seus próprios interesses, que imporão a todos os outros parceiros, e encontrarão sempre na Europa aqueles que não hesitarão a fazer-lhes a vontade.
Seria necessário uma vontade política e uma energia consideráveis para o conseguir; Com 27 países será impossível. A Europa que conhecemos, reduzida a regulamentações técnicas é uma monstruosidade.
Por isso espero que a Europa não sobreviva ao Brexit .
É altamente duvidoso o que o manifesto postula em termos de segurança. Não há nenhuma razão para que esta dimensão não possa continuar a afirmar-se mesmo com o RU de fora. Se calhar mais uma razão para ressuscitar a UEO. O problema é outro que o manifesto não toca: é a ausência de investimentos maciços na àrea da investigação que puxem pelas tecnologias da área da Defesa, à semelhança de quanto sucede para lá do Atlântico. E nada impede que a UE não possa vir a cooperar com êxito com um segundo bloco comercial Europeu que o RU integre.
Ex.mo Senhor Embaixador:
Precisamos muito de ter várias reflexões como esta, mas mais ainda que tivessem uma divulgação e debate nos «media» que infelizmente não têm tido, pois esta não é a primeira nem será, acredito, a última.
Em vez disso, temos a cacofonia habitual do passa-culpas, seja dos 0,2% do défice, seja do desastre que alguns (sempre os mesmos, sempre os patrioteiristas de um dos lados, os donos do patrioteirismo) vislumbram já para amanhã, o mesmo que vislumbraram para ontem e não ocorreu.
Agora duas questões de forma. Será por causa do novo Acordo Ortográfico ou por outras influências?
Às tantas lê-se:
«dos restantes EM’s para substituírem»
Eu nem quero acreditar que se escrevam aberrações como esta.
Que se imite os ingleses nos acrónimos e se acrescente um s minúsculo, engole-se.
Que se ponha um apóstrofo, quando a sua função como sinal de pontuação é indicar a supressão de letras numa palavra, como em cobra-d'água (em vez de cobra-de-água), é inadmissível.
Para que conste, os acrónimos não se pluralizam, pois tanto se podem ler no singular como no plural.
“espaço económico comum” (“eec”)
Como é um acrónimo, deve escrever-se EEC.
Desculpe-me a impertinência, mas com esta falta de cuidado a imbuir os espíritos de tanta gente, até da mais ilustre, que nos devia servir de referência, não admira que se tenha «comido» facilmente o Acordo Ortográfico, apesar das suas aberrações gritantes.
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