Encontro-os (mais "as", curiosamente) todos os dias (e noites). São as gentes da direita desencantadas com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Emitem ironias, encolhem os ombros, estão "cansados" com a agitação que vai por Belém. Detestam-lhe as "selfies", os beijinhos, a ubiquidade, a palavra a toda a hora. Verdadeiramente, nunca foram "marcelistas": votaram nele porque não havia mais ninguém "do nosso lado". São órfãos de um estilo que já lá vai e que identificavam com a "pose de Estado". Do que eles verdadeiramente gostavam era de um presidente que, passados os seis meses da praxe, tivesse dissolvido o parlamento e colocasse de volta quem lá estava. Marcelo não lhes fez a vontade. Todos sabiam que ele era imprevisível, mas não pensavam que fosse tão longe. Pressentem que está tentado a dar uma oportunidade à "geringonça", para esta levar até ao limite as suas hipóteses de sobrevivência, por forma a que nunca possa ser apontado como institucionalmente culpado pelas crises em que ela possa vir a tropeçar. Se o governo cair, ninguém poderá dizer que foi por culpa de Marcelo. Já o viram ao lado da Costa em momentos complicados para o executivo, com sinais de solidariedade interinstitucional que ninguém esperaria possível. Aquelas cenas de "lua-de-mel" em Paris e por ocasião do futebol colocaram a gente da direita furiosa. "É isto! Que se há-de fazer? É o Marcelo, filha!", ouve-se a gente não conformada nos "dîner en ville". Para esta nossa (salvo seja!) direita, este não é "o seu presidente". Mas não têm outro, que maçada!
quarta-feira, julho 27, 2016
Os "amigos" de Marcelo
Encontro-os (mais "as", curiosamente) todos os dias (e noites). São as gentes da direita desencantadas com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Emitem ironias, encolhem os ombros, estão "cansados" com a agitação que vai por Belém. Detestam-lhe as "selfies", os beijinhos, a ubiquidade, a palavra a toda a hora. Verdadeiramente, nunca foram "marcelistas": votaram nele porque não havia mais ninguém "do nosso lado". São órfãos de um estilo que já lá vai e que identificavam com a "pose de Estado". Do que eles verdadeiramente gostavam era de um presidente que, passados os seis meses da praxe, tivesse dissolvido o parlamento e colocasse de volta quem lá estava. Marcelo não lhes fez a vontade. Todos sabiam que ele era imprevisível, mas não pensavam que fosse tão longe. Pressentem que está tentado a dar uma oportunidade à "geringonça", para esta levar até ao limite as suas hipóteses de sobrevivência, por forma a que nunca possa ser apontado como institucionalmente culpado pelas crises em que ela possa vir a tropeçar. Se o governo cair, ninguém poderá dizer que foi por culpa de Marcelo. Já o viram ao lado da Costa em momentos complicados para o executivo, com sinais de solidariedade interinstitucional que ninguém esperaria possível. Aquelas cenas de "lua-de-mel" em Paris e por ocasião do futebol colocaram a gente da direita furiosa. "É isto! Que se há-de fazer? É o Marcelo, filha!", ouve-se a gente não conformada nos "dîner en ville". Para esta nossa (salvo seja!) direita, este não é "o seu presidente". Mas não têm outro, que maçada!
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12 comentários:
eu gosto do personagem
mas a si, caro embaixador, nunca o tinha ouvido em tao grande loa
ao seu eterno amigo professor moriarty...
Há muita gente que não suporta que haja entendimento entre as pessoas:(((
Ainda não perdi a esperança de ver muito tudologo dizer que sente uma certa nostalgia do tempo do Cavaco.
Bom dia. Concordo genericamente. Mas também reparo que a esquerda não arranjou nenhum de facto pujante. É a vida. Cumprimentos. António Cabral
Pois eu faço muito gosto que o sr. presidente pense no País com bom senso.
Embora Claro tenha votado no Professor António Manuel Seixas Sampaio da Nóvoa porque também
acredito que a Educação é o motor da liberdade, acredito nos seus nomes todos e no contexto tenho saudades do Sampaio.
o marcelo não tem alternativa, se correr com este governo o que é que faz?
. nomeia o passos, incendeia o país e fica a admirar as labaredas na varanda de belém
. convoca eleições e leva com o mesmo governo de volta
ele quer é ser presidente e voltar a ser eleito, isso só é possível com o apoio e os votos da esquerda. não perceber que o marcelo está pendurado na esquerda, é não perceber nada de política.
Ainda outro dia, um amigo de Direita (Pafista convicto e saudoso), comentava comigo: "o que achas da Lili Caneças de Belém?" Como eu não percebi o que ele queria dizer, lá me explicou que era o Marcelo. Continuou depois a fazer um elogio à Esfinge de Bélem, "que saudades e falta", dizia ele, "nos faz! Esse sim, foi um grande Presidente, que já teria corrido com esta marmelada da Esquerda!"
E é assim que esta Direita Radical pensa. Pois, aguentem-se! Votaram nele! Desiludidos? Arranjem outro em 2021 (que não terá sucesso contra Marcelo).
a foto foi muito bem escolhida...
Marcelo...ai este Marcelo, com quem teria aprendido tanto!
Como há pessoas a tomar a nuvem (a sua vontade) por Juno (pela realidade).
É o caso deste António Cristóvão, um verdadeiro tudólogo das causas perdidas.
Ó homem, acorde para a realidade.
Bem, mas este, ao menos, ainda está sintonizado com um tempo passado relativamente recente, o tempo em que estava em Belém um especialista em Finanças que se recusava a publicar as contas da Presidência no Portal da Contabilidade Pública.
Que tinha 500 assessores e estoirava 16 milhões de euros na Presidência.
Porque anda por aqui outro que tem saudades mais antigas: da brilhante qualidade de vida e, especialmente, das liberdades, do Estado Novo.
Ó homem, eu tenho um livro espectacular com fotografias desse tempo da minha capital de distrito, de um grande fotógrafo que deixou uma obra gigantesca que regista praticamente todos os aspectos da realidade.
Dá dó ver as pessoas e as casas dos bairros populares da periferia da cidade.
E até de mais de dentro dela.
Se quiser eu mostro-lhe, deixe-me um endereço de e-mail (crie-o só para esse fim e depois esqueça-o).
Senhor Reaça, se a reaccionarice e o saudosismo bacoco pagassem imposta não tínhamos défice.
Mas o senhor e muitos outros estavam falidos.
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Muito interessante a sua ironia, FSC...
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Não sei se alguns já perceberam, mas o contributo mais valioso do actual Presidente da República é ter posto o país a sorrir. Só depois desta análise estar interiorizada, se pode partir para a análise política, essa sim, sejeita a várias leituras sobre o desempenho do actual Presidente da República.
Como Presidente, Marcelo reconciliou já o país consigo próprio.
Parecemos outros, nas fotos. Sempre bem dispostos, risonhos, sem ar de estar a viver uma crise sem retorno. E isto ainda ninguém tinha conseguido fazer: levantar a auto-estima portuguesa, fazer com que estejamos orgulhosos de ser portugueses. Aproximar uns e outros, uns dos outros. Evitar roturas.
O EURO ajudou, é certo, mas quem foi decisivo foi o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Não perceber isto, é não perceber o esssencial.
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