terça-feira, julho 19, 2016

As boas ideias ...

... dos outros. Todos nós, quando emitimos juízos sobre alguma coisa, não somos forçosamente originais. Melhor, as mais das vezes estamos a retomar ideias que ouvimos a outros, de que retivemos  o mais significativo. A seriedade deveria obrigar-nos a revelar onde fomos colher essas ideias, quando a sua "cópia" for extensa e significativa. Mas, em muitos casos, e honestamente, já nem sequer recordamos "onde ouvimos isso". Mas casos há em que houve uma intenção deliberada de esconder a "cópia". Hoje, com os meios informáticos, ir por aí revela apenas amadorismo.

Por estas horas, fala-se muito do discurso da mulher de Donald Trump, em que esta copiou descaradamente pedaços de uma intervenção de Michelle Obama, feita há oito anos.

Todos sabemos como estas coisas são feitas: há um "speechwriter" que prepara um esboço de texto, sob indicação prévia e/ou escrutínio posterior do próprio orador. A "culpa" da introdução das citações é quase sempre do "nègre" (expressão do calão editorial francês para quem escreve um texto sem o assinar). Mas o autor do discurso, porque não quer parecer um simples "locutor", não pode alienar por completo a sua responsabilidade. É uma comédia...

A história (também portuguesa) está cheia de episódios de plágio (um dia falarei aqui de alguns). Mas as presidenciais americanas já têm antecedentes interessantes na matéria. Fui à procura no Google de um escândalo ocorrido em 1988, em que se descobriu que partes de um discurso do líder trabalhista britânico Niel Kinnock haviam sido introduzidas, sem menção da fonte, numa intervenção de um candidato presidencial americano. Eu tinha na memória que era Gary Hart; mas não, o Google diz-me que o plagiador foi Joe Biden. Ora quem é Jo Biden? Nada mais nada menos do que o atual vice-presidente dos EUA, no "ticket" com Barack Obama, cuja mulher foi agora "pirateada" pela mulher de Trump.

Enfim, constata-se que ter como nome Trump nem sempre é um trunfo - embora a palavra "trump", em inglês, signifique isso mesmo.

Sem comentários:

Ai Europa!

E se a Europa conseguisse deixar de ser um anão político e desse asas ao gigante económico que é?