sexta-feira, fevereiro 05, 2016

Migrar


Quando por aí ouvir dizer que Portugal tem de resolver primeiro os seus problemas, antes de começar a acolher refugiados e imigrantes estrangeiros, convém lembrarmo-nos - nós, que continuamos a ser o país europeu que tem mais migrantes noutros países da Europa - do que os portugueses e a sua economia devem aos países estrangeiros, em especial europeus, que, desde há muitas décadas recebem os nossos emigrantes. Que diríamos se acaso as portas dessa Europa se fechassem a quem não tem emprego em Portugal?  

9 comentários:

Portugalredecouvertes disse...


Ainda assim vão bem carregadinhos de malas Sr. Embaixador!

Sem isso seria o tal "em cada mão uma enxada"! se me permite escrever isto, porque já é Carnaval:)

Anónimo disse...

Desculpe, mas essa de comparar emigração ainda por cima de europeus para a Europa, com refugiados de outros continentes e ao que parece com terroristas infiltrados não lembra a ninguém.

Retornado disse...

"Que diríamos se acaso as portas dessa Europa se fechassem a quem não tem emprego em Portugal?"

Esse problema nem se deve pôr ao verdadeiro emigrante português.

O português que emigra só tem problemas para sair daqui, porque quando chega lá desenrasca-se sozinho, em geral até ignorado pelos consulados e embaixadas.

O português em Roma é romano, no Polo Norte é esquimó.

O que se passa hoje na Europa, nem chega a ser um problema do emigrante português.

Não comparemos, nem misturemos, porque o português será eternamente o mesmo desenrascado individualmente.

O emigrante portugues não anda em rebanho.

Joaquim de Freitas disse...

Os migrantes que atravessam hoje a Europa em todos os sentidos, fogem à guerra, Senhor "retornado" das 11:57. Fogem à morte. Como vocês fizeram em 1974. E nesta data era bem dum rebanho imenso de algumas centenas de milhares que se tratava, que atravessavam o Oceano Atlântico. Não? Ou já esqueceu? A única diferença entre os migrantes e vocês, é que eles só tinham uma Pátria, enquanto que vocês tinham duas : aquela que exploravam, os retalhos dum Império decadente, e a metrópole na Europa.
E a outra diferença, e grande, é que vocês tinham todo o direito de regressar à Pátria ancestral. Eles não? Vocês ficavam alojados , nos primeiros tempos, nos melhores hotéis de Portugal .

Retornado disse...


O Retornado, fez apenas uma descrição do que é, foi e será o emigrante português, senhor Joaquim Freitas.

O senhor Freitas ou não é Transmontano ou Madeirense, ou Minhoto, se não sabia que os Retornados não foi em rebanho, porque um rebanho tem pastor.

Foi cada um por si e Deus por todos, abandonados por tropa, políticos e hostilizados aqui por alguns ignorantes, como me parece que o senhor Freitas também é.

Quem compara os Retornados portugueses, obrigados a regressar a casa, da sua terra natal, com emigrantes (que também fui toda a vida) ou com refugiados sem destino, ou é mal intencionado ou ignorante de pai e mãe.

E ainda aprecem invejosos devido aos grandes hotéis com passadeira vermelha e empregados fardados, e todas as mordomias a que os Retornados tiveram direito.

A sua ignorância senhor Freitas, de dizer que nós tínhamos duas pátrias, é porque não teve o previlégio de ter sido retornado como eu fui, que na altura ainda eu estava de saúde e em idade de reprodução.

Tinhamos, várias, muitas Pátrias convidando os Retornados.

Porque na realidade em Portugal, apenas ficaram funcionários Públicos e não os mais novos, e gente mais idosa ou gente que facilmente refez a vida.

Porque a Pátria Brasileira eliminou toda a burocracia para cativar todos os Retornados que quizessem ir para lá.

A Pátria Australiana, convidou todos os Retornados que quizessem ir, de preferência com crianças, pagando passagens e garantir residência para o princípio de vida, para se inscreverem na Embaixada na Av. da Liberdade, perto do DN.

Angola, Moçambique e Guiné, convidaram imensos técnicos Retornados a regressar com cooperantes, agora bem pagos com direito a pôr o pilim a salvo em dólares.

Passaram-se muitos anos e ainda a maioria dos portugueses não sabem o que se passou em Portugal desde que Marcelo Caetano foi enfiado num Chaimite para o Brasil.

Unknown disse...

Senhor Embaixador: não faça comparações que não têm pés nem cabeça pois os nossos emigrantes têm a mesma cultura que os restantes Europeus.
A mim faz-me impressão ver essas refugiadas passeando-se nos shopping gastando dinheiro dos meus impostos com a cabeça tapada.Nós não temos de aceitar isso,não estamos habituados. Em Roma sê Romano. Deviam converter-se à Fé Cristã.

Joaquim de Freitas disse...

Desculpe lá Senhor "Retornado" , que , protegido por trás do seu teclado me insulta, o Senhor até é capaz de ter razão. Afinal eu até nem sei o que é emigrar. Passe bem.

Anónimo disse...

A questão que hoje, mais do que nunca, está em cima da mesa é a da mobilidade intraeuropeia e a possibilidade real do colapso de Schengen com o nefasto impacto que traria para as economias europeias. Razão tem o Senhor Embaixador em trazer à colação a importância da reciprocidade nas Relações Internacionais, mesmo se, como sucede com quem sai da Nigéria, seja cada vez mais difícil distinguir se se é migrante económico ou se se foge porque se é perseguido religiosa ou politicamente.

(nota da redacção/disclaimer: o presente comentário não constitui, apesar de como tal poder ser interpretado, manifestação de disponibilidade para ir falar à NOVA sobre o assunto, onde aliás fui aluno noutra reincarnação)

Jane disse...

MUito bem dito!!!

http://www.tech-portugal.com/2016/02/06/os-10-bloggers-mais-bem-pagos-do-mundo/

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