O aproximar do período de férias aconselha a opção por alguns apontamentos de cariz mais lúdico. Este blogue não escapa a essa regra, pelo que convido os leitores a uma visita à "casa ao lado", ao Ponto Come, onde poderão ter informação sobre o modo como o autor deste blogue olha para os restaurantes lisboetas.
É uma "conversa" pouco adequada para os tempos de crise? Será! Mas se deixarmos de frequentar restaurantes, pior ficarão as coisas, do lado do emprego e do investimento.
Por isso, quem puder, inspire-se aqui.
11 comentários:
O seu blogue gastronómico tem um defeito enorme: não fala de preços. O que é para si um preço razoável, para outros pode ser incomportável. Não há que ter vergonha de falar de valores. Cada um, ao ler a crítica, deve logo poder saber se vale a pena, sequer, a deslocação ou se se arrisca a ter de voltar para casa quando chega e olha para a lista de preços.
Não está o Senhor Embaixador ansioso com a decisão que irá tomar esta semana o Senhor Presidente da República? Nós cá no Golungo não pensamos noutra coisa...
a) Feliciano da Mata, cidadão empenhado, avesso a hedonismos
Concordo plenamente com a Sua versão de apoio à frequência de restaurantes, irrelevante a questão das férias ou do trabalho, é preciso é profissionalismo na arte de saber comer. Conheço até um segmento representativo de população feminina que o elegeria como modelo de marido ideal, hum que alivio...
Propunha que os subsídios de alimentação se atualizassem de forma a promover a frequência de restaurantes e dar sustentabilidade
ao desenvolvimento económico da gastronomia.
Também do ponto de vista da prevenção e evição do cansaço com a rotina das atividades domésticas, publicitar as vantagens de bem estar psicológico, geradas pelas diárias de almoço e jantar fora de casa, sem atropelos de odores desagradáveis, uso consecutivo das "baixelas" e não só...
Sendo que o Sr. está inteiramente socializado e não corre riscos de se "amancebar"ou tornar dependente de qualquer um dos restaurantes, por razões óbvias, não teria tanto tempo para cada um para poder auferir do estatuto previsto.
Adoro o espaço de ilusão que o idóneo Sr. Feliciano da Mata mantém , que sonhador... Ai avesso a Hedonismos, essa é boa...Está a precisar de um espelho retrovisor de almas...
Agora tão querida essa confiança ingénua no Sr. PR que é avesso a mudanças nas suas tendências estratégicas cristalizadas no "Património Saudosista dominador"vulgo PSD
O restaurante adequado para o “tempo” que estamos a passar é o Malcriado: A cavaqueira sobre qualquer assunto (incluindo meteorologia) pode envolver un(s) palavrões, que não “caiem” mal na ambiência…
Senhor Embaixador
Quando vi o titulo do seu post, por um momento julguei que ia defender a Restauração Monárquica.
Enfim já sou fã do .come que sigo há muito tempo
Restaurante o "Futuro Casamento"
"No valor a liquidar por pessoa está incluído o Pack Troika completo, onde a refeição é apenas uma parte integrante do mesmo.
Para reservas e pedidos de orçamento, no que diz respeito a Despedidas de Solteiros/Aniversários - Adultos, deve contactar directamente o nosso restaurante conforme termos e condições do protocolo de parceria assinado.
RESUMO DO PACK: Refeição no "Futuro Casamento" , com sobremesa da casa e extra (Bolo erótico), animação erótica – após a refeição iniciar-se-á um espectáculo de "Striptease Masculino ou Feminino Tradicional ou Cómico."
PS:Os espectáculos de striptease são bastante animados e interactivos, possuem por natureza um elevado grau de erotismo e sensualidade, o formato de espectáculo de striptease masculino/feminino cómico, além de ser bem mais animado e super interactivo, contém uma forte componente cómica, que se reflecte não só na atitude do(a) artista perante o grupo em geral e noiva(o)/aniversariante em particular, no guarda-roupa utilizado, assim como no suporte musical utilizado para o espectáculo."
Desconto para séniores !
Alexandre
Longa lista. Assim é que é ser democrático! É só escolher. Alguns deles confirmo a sua qualidade...E é possível que, a curto prazo, o IVA desça para os 13 %... Assim aumentava a faturação, seria?
Ele vai lá, caro Tomaz de Mello Breyner, ele vai lá...
a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais)
Nas Sentenças Vaticanas, Epicure escreveu " « Ne pas avoir faim, ne pas avoir soif, ne pas avoir froid ; celui qui dispose de cela, et a l'espoir d'en disposer à l'avenir, peut lutter comme il arrive, et coulera des jours heureux. »
Alias, foi o mesmo que disse: "« Hâtons-nous de succomber à la tentation, avant qu'elle ne s'éloigne."
Tenho a impressão que um embaixador epicurista cede mais que razão à tentação! Sobretudo quando dispõe dos meios!
Correndo o risco que o "Homem que não se satisfaz de pouco nunca será contente de nada" !
Quanto à palavra "Restauração", tem para mim o mesmo efeito que a palavra "narrativa" para o Sr. Embaixador : Em princípio, "restaurar" é fazer voltar ao estado inicial ! Ora para que servem os bons templos da gastronomia se é para voltar ao estado inicial? E o "perfume" dos bons assados não chega para restaurar!
Isto faz-me pensar naquela página admirável da obra de Rabelais, quando Pantagruel elogia o conselho dos loucos a Panurge:
"Em Paris, na assadeira do Petit Châtelet, na vitrina da loja dum assador ( rôtisseur), um carrejão comia o seu pão ao fumo do assado, o que o perfumava e tornava muito saboroso. O dono da loja via e deixava-o fazer! Enfim, quando todo o pão tinha sido engolido, o dono do assador agarrou o carrejão pela gola e queria que lhe pagasse o fumo do assado! O carrejão protestou, dizendo que não tinha tocado no assado, não o tinha deteriorado, e não lhe devia nada.
O fumo dissipava-se no exterior e de qualquer maneira estava perdido. Nunca ninguém tinha ouvido dizer em Paris que se vendia fumo de assado na rua! O dono do "fumo" respondia que não tinha a obrigação de alimentar os carrejões com o seu fumo de assado, e jurava que se não lhe pagasse, lhe retirava as cordas e os ganchos , utensílios de trabalho dum carrejão.
Grande altercação, os curiosos acorrem, Paris está em alvoroço!
Por acaso passava por ali Sire João o Louco, cidadão parisiense. O dono do "fumo" perguntou ao carrejão : Aceitas que este nobre Sire João arbitre o nosso desacordo ?
Oui, par le sang bleu, respondeu o carrejão! Depois de se inteirar do problema, Sire João pediu ao carrejão de tirar uma moeda de prata da bolsa . Pegou nela, colocou-a sobre o ombro esquerdo como para verificar se a moeda tinha o peso justo, pô-la em frente do olho para verificar se estava bem cunhada. Durante esta cerimonia os "badauds" parisienses não perdiam uma migalha! O dono do "fumo" esperava tranqüilo do seu bom direito, o carrejão vociferava de tantos salamaleques!
Depois, com uma majestade presidencial, Sire João o Louco fez ouvir o som da moeda lançada sobre o balcão, várias vezes, e então, ajustando a mitra sobre a cabeça e depois de tossir duas ou três vezes, proclamou:
" A Corte declara que o carrejão que comeu o seu pão ao fumo do assado pagou civicamente o dono da loja de assados, COM O SOM da sua moeda verdadeira. A Corte decreta que " chaqu'un se retire dans sa chacunière" sem despesas e por causa" !
Graças a Deus,que apesar da crise que assola Portugal, ainda é possível "cheirar" o fumo dos assados nos mercados da província, sem ter que pagar o que quer que seja! Quanto a comê-los, veremos ! Sobretudo, se um sósia de Sire Gaspar o Louco existe escondido algures pronto a saltar sobre os infelizes!
Boas notícias. Acho que o "Ponto Come" se tem sentido um pouco abandonado. E os seus leitores também.
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