segunda-feira, julho 29, 2013

Allan Katz

Na última noite de Santo António, no largo do Chafariz de dentro, dei de caras com Nancy e Allan Katz, os embaixadores americanos que ontem deixaram Lisboa, no termo do seu mandato. Naquela noite, como milhares de lisboetas, comiam sardinhas e divertiam-se, perdidos no meio da multidão. Essa era a sua forma natural de estar entre nós.

Conheci Allan num debate promovido pela FLAD, há já uns anos, em que ambos fomos convidados a falar sobre o "11 de setembro". Conversámos longamente desde então - em Paris, em Lisboa e numa semana em que partilhámos a inesquecível experiência do Douro. Allan ensinou-me a entender melhor a nova América de Obama, nas suas virtualidades e contradições. É um "americano tranquilo", sem a menor arrogância, sem nunca se ter dado ares de representante da hiperpotência, compreensivo e sempre dialogante. Leiam-se as declarações que deixou em alguns órgãos de imprensa para se perceber o excelente diplomata que os americanos nos deram o privilégio de ter por cá nos últimos anos, um grande e atento amigo de Portugal.

A vida diplomática, mais do que outras profissões, é feita de regulares separações. Mas é também um rico espaço para a construção de sólidas amizades. Um forte abraço para vocês, Nancy e Allan! "See you soon"!

6 comentários:

opjj disse...

Diz-se quem procura sempre alcança. Pois, agora de manhã, meu filho vendo que eu estava no seu blogue, disse; vai ao Google. Não é que VExª está escarrapachado em várias páginas! Enigma deslindrado.Claro q VEª tem lá um espaçozinho na minha memória.
Bem haja

patricio branco disse...

pela descrição, integrou se no país, aproveitou o ludicamente, criou relações, ora aí está um diplomata amigo, sentindo se bem onde está em funções, boa condição para um bom trabalho profissinal

Joaquim de Freitas disse...

Para o Sr. Patricio Branco o que é realmente "um bom trabalho profissional" dum diplomata americano, onde quer que ele esteja, no vasto mundo ?

Desconfio sempre da amizade dos grandes , porque nunca sei o que ela esconde.








Anónimo disse...

Havia quem recomendasse que os diplomatas acreditados num país que apreciassem, não deviam ficar em posto durante muitos anos pois poderiam transmitir aos seus governos ideias distorcidas. A isenção é também requerida em diplomacia.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Joaquim de Freitas: um diplomata americano é, para si, sempre suspeito? Olhe que não, olhe que não...

Defreitas disse...

Para mim, Sr.Embaixador, um diplomta americano nao é um diplomata como os outros. Quando se representa a maior potência mundial, e a geopolitica sendo o que ela é, os interesses desta potência sao tais que o diplomata no estrangeiro so pode obedecer aos interesses superiores do seu pais. Quaisquer que eles sejam.

Sem ir buscar o caso Carlucci em Portugal, os diplomatas americanos na América Latina fizeram sempre o "seu trabalho"! Resta a analisar o que foi frequentemnte
esse "trabalho".
Espionar os aliados é jà uma prova
do que a "diplomacia" americana pode oferecer de "trabalho" bem feito. Destabilizar os regimes politicos ou governos "en place" foi sempre o género de trabalho que a diplomacia americana executou com diligência.

Que possam existir relaçoes de amizade com os diplomatas americanos nao impede , "le cas échéant", de trair os interesses dos paises no qual foram acreditados.

Hoje lembrei-me do padre Domingos

Das traseiras da igreja de São Martinho de Bornes tem-se esta vista. Lá em baixo, ficam as Pedras Salgadas, com as Romanas, Sabroso e algum ...