segunda-feira, julho 22, 2013

"Desassa!"

Lá pela minha terra, por Vila Real, havia em tempos um homem bastante forreta, que era conhecido por aproveitar todas as "borlas" que se lhe ofereciam. Um dia, estava à porta de casa, esperando a hora do jantar. A mulher tinha acabado de ir para a cozinha, dizendo que ia assar uma carne. Entretanto, um amigo passou pela rua e convidou o nosso homem para ir comer uns petiscos lá a casa. Entusiasmado, gritou para a mulher, uma frase que ficou famosa:

- Ermelinda! Desassa!

Ontem, ao ouvir o presidente da República, lembrei-me desta historieta. Porquê? Sei lá!

16 comentários:

Anónimo disse...

Boa, Senhor Embaixador! Um regresso do Senhor Presidente à sua reforma poupadinha e discreta. Acha ele que terá mais dois anos como os sete que passaram, a "trabalhar" sem ninguém ver. Talvez seja melhor do que a fugaz assadura que esturrou o país desde que botou faladura há onze dias. A propósito, há quantos dias s demitiu o Doutor Gaspar? Isto faz-me lembrar aquela história sobre os três tempos alentejanos que agora chegaram a Lisboa: devagar, muito devagar e parado. Enquanto o poder assim está, o povo não deixou de sofrer. Uma vergonha.

Anónimo disse...

O PR também "desassou". Só que a carne já está esturrada. Nada há a fazer!

CCS

Helena Oneto disse...

Exquise:)!

Anónimo disse...

sr embaixador essa foto é de algum comboio das suas terras?

Isabel Seixas disse...

E eu...
vou mas é trabalhar...

Joaquim de Freitas disse...

Há 3 anos:
"Referindo-se ao primeiro ministro, Nogueira Leite afirmou que "temos de deixar o engenheiro Sócrates beber o cálice até ao fim".
O economista recordou que essa ideia já tinha sido defendida por ele próprio no Conselho Nacional do PSD.
"Eu disse anteriormente que o primeiro ministro teria de governar até ao momento em que se tornasse óbvio perante todos aquilo que é obvio para muitos de nós, que o Governo não controla as finanças públicas de forma minimamente razoável", afirmou.


Sentir uma dor, um sofrimento até que ele se acabe ! Beber o cálice da amargura até ao fim ! Jusqu'à la lie , dir-se-ia em francês !

Anónimo disse...

Terá este país chegado ao ponto de ser ingovernável??? Desta vez não o poderemos entregar a Espanha como em 1581 ..... mas talvez o possamos entregar à Europa. É pema termos chegado a este "dead end".

Anónimo disse...

De acordo Senhor Embaixador com o seu neologismo. Só que já esturricámos, e ninguém pede contas a ninguém. Valha-nos S. Gennaro (como nos filmes italianos, quando o povo a torrar sob aquela "canícula" napolitana aumentava a fé com promessas ao seu patrono... Só com fé se manterá de pé alguma esperança. Oxalá se entendam daqui para a frente.

Joaquim de Freitas disse...

A peça de teatro , dramático, continua. A mesma galeria de "clochards" da política, de errantes, que vão e vêm, ao sabor duma demissão ou duma birra, de "clowns" ou de doentes que acabam por ser tão célebres como o Rei Lear ou Hamlet de Shakespeare. Porque fazem tremer a Europa.

Mas estas personagens de teatro não têm psicologia, individualidade no sentido clássico : são sombras, figuras, incarnações duma certa condição humana, e sobretudo, são vozes.

O personagem principal da peça define-se pelos seus actos. Se nada se passa, se o personagem não faz nada, não tem nada a fazer, se se satisfaz de estar lá, os outros esperam que ele fale: é este espaço- tempo que é dramático. E lhe confere o estatuto.
Para ele, falar equivale a ser, a subsistir, a continuar apesar da derrocada geral, à sua volta, uma voz que rompe o silêncio universal, para não dizer nada : ele fala como a boca respira. Para ele, a tarefa consiste em representar o personagem que lhe foi confiado. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência. Não esqueçam que eu existo e tenho o poder de os punir !

Vladimir e Estragon continuarão a se falar e a zangar-se, para se reconciliar em seguida. De vez em quando falarão também de suicídio. O segundo sendo , como um cão, que o primeiro segura pela trela . A não ser que seja o contrário!

E assim vão continuar, porque, finalmente, Godot, que eles esperavam, não veio esta noite! Talvez amanha.

Anónimo disse...

E o Cavaco lá mandou desassar tudo, voltando à primeira forma, como se nada se tivesse passado, como se a sua patetice de "salvação" não tivesse feito o país perder tempo e dinheiro. Pobre país este!

Anónimo disse...

O chefe da estação de Ermesinde tinha um modo muito particular de fazer cumprir os horários caseiros:
Naquele tempo, sem eletrónica, tudo acústico, anunciava ele de bandeira no ar:
Ermesinde, vai pr`o Minho!
e repetia:
Ermelinda vai pr`ó ninho!
Eu sei porque me lembrei disto…
E, discutir politica atualmente, é exatamente o mesmo que discutir futebol…

Anónimo disse...

O desassa é digno do Mia Couto. Creio mesmo ter-se-lhe antecipado. Um achado

Anónimo disse...

Do Blog "Blasfémias" com a devida vénia:

""um achaque presidencial
22 JULHO, 2013

por rui a.

Afinal, o que Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa teve há uns dias foi um achaque! Quando se aguardavam trovões e relâmpagos, raios e coriscos vindos de Belém, Sua Excelência deu-nos, ou melhor, deu-se a um achaque. Farto de assistir, impávido e sereno, aos achaques alheios, o Presidente reivindicou para si também o inalienável direito ao achaque presidencial. Só nos últimos meses, para falarmos apenas em achaques graúdos, achacaram o Costa do PS, o Portas do CDS, o Gaspar das Finanças, o Soares da Fundação, o Sócrates da afundação e o Tozé só não achaca porque ninguém o levava a sério.

É muito achaque para um presidente só! Cavaco não podia continuar de fora e, por isso, achacou também: entrou com cara de mau, fez exigências e impôs condições, ameaçou com a Constituição e, quando ostensivamente não lhe ligaram nenhuma, assobiou para o ar e foi engraxar os sapatos. Bem vistas as coisas, a «salvação nacional» pode esperar mais algum tempo. O achaque presidencial é que não aguentava mais. Agora já está. Um achaque em grande, uma beleza de achaque. Como este lhe saiu caro, tão cedo não voltará a ter outro."

Alexandre

Anónimo disse...

Há uns trinta anos atrás, estava na moda aqui em França a constituição de conselhos municipais de crianças (le Conseil Municipal d'Enfants) com regulamento próprio à luz da convenção internacional dos direitos da criança e que reuniam à margem do Conselho Municipal.
Estes Conselhos Municipais de Crianças tinham o mérito pedagógico de habituarem as crianças a debates sérios sobre os mais variados temas.
Mérito Pedagógico.
Como membro da Mesa de Direção da A.D.C.ds Portugueses de Dammarie les Lys propus também, por aquela altura, a constituição de uma Direção ad hoc constituida pelas crianças filhas dos sócios. E as crianças ficaram muito contentes...
Só que durou pouco tempo. Uns dois meses, se tanto, "mais tout de même".
Às vezes não sei porque é que me afloram recordações do passado.
José Barros

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro amigo este seu post tranquilizou-me. Os comentários também. Afinal, não sou só eu que tenho "afloramentos" do passado...

EGR disse...

Senhor Embaixador: para manter o ritmo de novo em pleno !
Mas, apesar disso,. não deixa de ser amargo pensar que, em tempo tão difícil, nos faz falta um Presidente da Republica.


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