terça-feira, julho 16, 2013

"Gazeta da Selvagem Pequena"

"Há quem tenha a ilusão de que o presidente da República pode impor aos partidos, contra a vontade destes, a sua participação em governos de coligação, por vezes apelidados de salvação nacional".

Aníbal Cavaco Silva, in "Roteiros", vol VI, 2011/12, pag. 22

21 comentários:

Anónimo disse...

Ah Ah Ah - "Cadê" os Roteiros para dar uma olhada?...

Anónimo disse...

Na "Selvagem Grande" os lobos marinhos são uma espécie rara a preservar... Na "Selvagem pequena" pouco se aproveita. O que é mais importante mesmo é acautelar as "nossas milhas marinhas". Esta zona económica exclusiva de Portugal não é a primeira vez que está ameaçada. O Presidente Mário Soares em tempos saiu do Porto Santo numa fragata da Marinha com toda a pompa e circunstância que a nossa reserva marítima requer. Não me agrada que se adiem os prazos para registar "preto no branco" o que é claro... Os ilhéus sabem bem o que isso nos custou a manter. Quando Portugal não pôde, o inglês Paul Alexander Zino residente na Madeira decidiu arcar com as despesas inerentes à manutenção da defesa da fauna e flora das ilhas Selvagens. Já não falando de outras coisas e do facto de se passear nas ruas do Funchal casualmente vestido, com menos aparato do que os governantes portugueses de então... Há coisas que não têm preço, que são sempre internacionalmente negociáveis, mas com o valor que realmente têm, independentemente dos "ratings Moody's fitch" de ocasião. Oxalá estamos unidos pelo menos nesta questão. Já era muito bom.

Carlos Fonseca disse...

Coerência acima de tudo!

Eu sei que na prática vem dar ao mesmo, mas cada dia me sinto melhor por nunca ter votado neste (como dizer?), homem.

Joaquim de Freitas disse...

Aucun homme n’a assez de mémoire pour réussir dans le mensonge.

Abraham Lincoln

Anónimo disse...

Pois. Pela boca morre o peixe, lá diz o ditado!
Sempre oportuno!
a)Rilvas

Joaquim de Freitas disse...

Não me recordo bem do que li há muito tempo sobre a mentira . Creio que foi Platon que afirmou que a falsidade engendrada nos discursos procede da falsidade engendrada no pensamento, e que os dois procedem do facto de pensar ou dizer o que não é. Vê-se bem que há falsidade em si no pensar ou no dizer.
E é ainda mais grave quando lemos a obra de Augustin Hippone, De Mendacio, na qual escreve: Mente aquele que pensa uma coisa e afirma pela palavra ou por outro meio de expressão qualquer coisa de diferente. Então, a mentira depende da intenção do espírito, e NAO da verdade ou da falsidade das coisas".

Mas a mentira e a política andaram sempre de par, desde a antiguidade! Tenho receio que os
governantes tenham lido Maquiavel ( o Príncipe) " A mentira e a dissimulação, com um só fim: Guardar o poder e não o interesse do Estado".

"Por conseguinte, é permitido aos governantes do Estado e a ninguém doutro , de recorrer à mentira, afim de enganar os inimigos, ou os cidadãos no interesse do Estado" Platon.

Estamos bem entregues!

Isabel Seixas disse...

Que pontaria...

Helena Oneto disse...

LOL!!! (como diz a minha amiga Margarida)!!!

Anónimo disse...

Pensei que a foto era alusiva a "um peixe de águas profundas"...

Anónimo disse...

Nesta terra perde-se muito tempo a falar do que se disse e pouco a pensar se o que se diz tem valor.

Mais do que o espírito do "apanhei-te!" devia de valer o espírito do "olhar para a frente". Mas não...

Anónimo disse...

Pela boca morre o peixe, alguém disse antes.A memória, digo eu, fez-se para esquecer, mas não tanto. Os laboratórios têm reconstituintes da memória, revigorantes... O embaixador Seixas da Costa vai ao baú da sua memória ou das suas estantes e... rebimba o malho.

margarida disse...

“No man has a good enough memory to make a successful liar.”
não terá sido o que provavelmente disse o senhor Abraham Lincoln, caro amigo Freitas? É que não o estou a ver a, digamos, filosofar em francês...
:)
Sem ofensa nem malícia, só com um cumprimento à distância.
Ou como diz a nossa Helena : bien à vous!
(e, no fundo,não lamentamos todos a tonta situação em que o peixe, perdão, o presidente, se colocou?! É que às vezes, não é só o mexilhão, não...)

EGR disse...


Senhor Embaixador: repito o que escrevi há dias: V. Exa está numa forma invejável!

margarida disse...

...menos, EGR, menos, ou a nossa excelência ainda explode...
LOL!

patricio branco disse...

isso era antes...agora estamos no tempo das mudanças de posição,das revogações do antes afirmado, paulo portas, cavaco silva, etc etc

Joaquim de Freitas disse...

Cara Amiga Margarida : Tem razão, foi nessa língua que Lincoln se exprimiu, certamente. Mas eu não conhecia exatamente as palavras! Tendo sido o Francês a minha língua de todos os dias desde 1958, e o Inglês só na vida profissional, tenho tendência a "filosofar" , de preferência, na língua de Victor Hugo, é verdade! A França é a minha segunda pátria. Se escrevo aqui em Português, é porque o "blogue" é nesta língua e porque procuro conservà-la o melhor que posso e sei.

E se o Francês tem a minha preferência, isso não quer dizer que não aprecio Bernard Shaw ! Honni soit qui mal y pense : Je ne déteste pas les Anglais!( Pas assez!)
Mas porque a centelha da nossa conversa foi um Americano, e que Americano, permita que lhe diga que li bastante alguns filósofos do outro lado do Atlântico. O que nos traz de novo à nossa conversa sobre o papel do "super power" no mundo! Recorda-se?

Se a leitura de Herbert Marcuse me interessou , não esqueço que os filósofos americanos desprezam os filósofos franceses e alemães. Por razoes opostas àquelas que me levam a não apreciar a filosofia americana, onde o "In God We Trust" é servido copiosamente. Deus reina sobre toda a filosofia americana. E sobre toda a sociedade, com mais ou menos hipocrisia, mas que compreendo quando sabemos que a América incarna a Terra Prometida desde o "Mayflower" e beneficia da protecção divina.

Retribuo o cumprimento, de longe!

PS) Sobre a ultima frase: " às vezes não é só o mexilhão" : O peixe , perdão, o presidente, tem um GPS, pode orientar-se como quer e evitar os escolhos! O mexilhão está condenado a suportar os assaltos das vagas até ao fim!

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Esta é fantástica Senhor Embaixador, merece ser divulgada

patricio branco disse...

“No man has a good enough memory to make a successful liar”, gosto da citação.
e, como disse outro, algo parecido, um homem honesto não necessita de usar a memória...

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: não receie. Se aguento bem as críticas (e verá pelos comentários que publico que não fujo a elas), também sou capaz de "suportar" os elogios...

Francisco Seixas da Costa disse...

Aos leitores: a citação feita neste post não se deveu à minha memória, a qual, sendo boa, não vai ao ponto de recolher textos desta natureza. Foi "bebida" no blogue de José Paulo Fafe. O seu a seu dono.

margarida disse...

Caro amigo JF, grata pelo generoso retorquir.
O pobre mexilhão, de escabeche, é uma iguariazita muito cá de casa. Cada um é para o que nasce. E perece. Hélas...

Excelência: receio não.
:)

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...