Uma figura política francesa, militante contra o casamento entre homosexuais, afirmou, com a maior seriedade, que, na realidade, nada impede que os homosexuais se casem: "Os homosexuais podem-se casar naturalmente, desde que com uma pessoa do outro sexo...".
Porque será que nunca ninguém se tinha lembrado disto?
Porque será que nunca ninguém se tinha lembrado disto?
30 comentários:
Assumidamente politicamente incorrecto, não consigo apoiar o casamento entre homossexuais, e talvez por dar demasiada importância à instituição vivo, há anos, em more uxorio.
Apoiante contudo, desde sempre, da igualdade de direitos parece-me evidente que todos deveriam poder usufruir dos direitos e ter as mesmas obrigações decorrentes do casamento (no caso homossexual com outra denominação mas de igual conteúdo, porque se deve tratar igual o que é igual (a união) e diferente o que é diferente (a instituição foi cunhada pela história como heterossexual).
Em relação a "la palissada" que originou este "post", é vergonhoso que alguém construa uma imagem humilhando os outros, há gente que é mesmo pequenina e só consegue sentir-se grande quando rebaixa os outros ... esse senhor não é só pequeno como, permita-me, epistemologicamente parvo...
N371111
Outra vez a história do homossexuais com um só "s" ?!
Notei igualmente a falta de um "s", atento anónimo, e considero-a como uma inaceitável manifestação de homofobia.
a) Haroldo de Menezes Vasconcellos (Vinhais)
Esta tomada de posição é mesmo para ser tomada a sério? Ou a criatura é mesmo tonta?
Saudações.
Estava a pensar nos ensaios sobre a obtusidade...Nas graçolas de políticos com responsabilidade social que nutrem descaradamente o preconceito com a capa de uma moral mais moralizante...
Christine Boutin se réclame des valeurs chrétiennes et de la
« droite humaniste ».
Só me espanta a utilização do humanismo dissociado da sua génese
liberdade de escolha e aceitação do ser humano como É...
Nunca percebi os homoxessuais e por conseguinte a vontade de se casarem institucionalmente, tanto mais agora que até os heteroxessuais ligam cada vez menos à instituição.
O que me parece, no entanto neste caso, é que o sr.é tolo! Mas o pior, é ter crédito!
Só agora é que me apercebi de quem se tratava, pelo que a correcção impõem-se .... é pequena e, com o devido respeito, parva...
Falta-nos Natalia Correia que estou certo dedicaria um poema morgado à senhora boutin.
N371111
Esta abrangência (e insistência) para com este tema traz água na boca.
Vale Figueira
Ó Senhor Embaixador mas como é que não calam estas mentes prodigiosas? E como é que lhes dão importância?
Olho para a foto e concluo que deve ser um qualquer recalque a necessitar de psiquiatra.
Caro Vale Figueira: O bizarro comentário da Senhora tem dois ou três dias e o tema promete animar, em breve, a vida política francesa, com manifestações de rua e um prometedor debate parlamentar. Essa é a razão pela qual o trouxe, uma vez mais, à evidência.
No que me toca, nada disto traz qualquer "água no bico". Já a si, significativamente, trará "água na boca" (sic)... Cada um sabe de si!
Cara Dra. Helena Sacadura Cabral: este é um terreno de política interna, onde os embaixadores acreditados (e, por ora ainda me acreditam...) se não devem aventurar. Mas sempre lhe direi que a Senhora em causa foi ministra da Habitação e da Cidade (2007-2009)e escreveu o livro com o sugestivo título "Je ne suis pas celle que vous croyez".
Caro Seixas da Costa, o Vale Figueira levou para a amostra. Você deve ser temível no ténis.
Um Santo Natal para si
CSC
Há um equivoco quando se fala em casamento entre homossexuais. Deve, sim, dizer-se casamento ENTRE INDIVÍDUOS DO MESMO SEXO.
Esse casamento pode ser, por exemplo, entre dois bissextas, ou entre um homossexual e um hetero ou uma série de outras combinações.
Por outro lado, um casamento entre um gay e uma lésbica seria um casamento entre homossexuais mas nao ofenderia, parece, algumas sensibilidades muito delicadas
Caro Gil,
Bem vista essa variante de casamento homossexual entre um gay e uma lésbica... e bem discreta!
Isabel BP
Senhor Embaixador
Nem a cara nem o nome me assomaram. Mas agora já me lembro dela, pese embora quatro anos não devessem te-la transformado tanto...
O que me surpreende é que na França ainda haja quem promova manifestações desta índole.
É por isso que, apesar de tudo, eu gosto muito de ser portuguesa.
Esquece o Gil os trans-sexuais e os inter -sexuais. Os hífenes aqui ajudam a evitar a objecção do arguto anonimo das 14.26. O esquecimento destas duas categorias e mais uma manifestação de um espirito pouco aberto da parte do autor deste blog. Vale Figueira com toda a sua agua na bica no fundo nao anda longe de vos outros, Gil e Sexa Embaixador. Encore un effort pour être de vrais liberaux!
a) Henrique de Menezes Vasconcellos (Vinhais)
Enfim.
Mas afinal, a quem e porquê incomoda o casamento de quem quer que seja?
Más consciências?
Avancemos...
Caro Henrique (Vinhais), não esqueci transito, hiper, metro ou qualquer outra categoria; todas estão englobadas na expressão (abrangente, como diria qualquer comentador político-televisivo) "outras combinações.
Que se casem todos!
Muito mais importante do que estar a falar em 'heteros' e 'homos'... interessa, isso sim, discutir o Direito a ser PAI SOLTEIRO em sociedades Tradicionalmente Monogâmicas!!!
De facto, não deve existir Direito de Veto:
- ora, observando o dia-a-dia, constata-se uma dualidade de critérios óbvia: em relação aos machos com 'bons tiques' de testoterona desculpa-se 'isto e mais aquilo', pelo contrário, em relação aos machos com 'maus tiques' de testoterona, quaisquer 'pintelhices' servem para implicar... concluindo, a opinião das mulheres é importante, sim, todavia - nas sociedades tradicionalmente monogâmicas - não devem possuir o Direito de Vetar quais os machos que não possuem o Direito de ter filhos.
UMA QUESTÃO A LEVANTAR:
- O Direito de ter filhos em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas!
Ainda há parolos que acreditam em histórias da carochinha... mas há que ASSUMIR a realidade:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos.
- No entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade!... De facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; Ver http://tabusexo.blogspot.com/.
CONCLUINDO:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas é natural que sejam apenas os machos mais fortes a terem filhos, NO ENTANTO, as Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas têm de assumir a sua História: não podem continuar a tratar os machos sexualmente mais fracos como sendo o caixote do lixo da sociedade!... Assim sendo, nestas sociedades deve ser possibilitada a existência de barrigas de aluguer {ÚTEROS ARTIFICIAIS – deve ser considerado uma Investigação Cientifica Prioritária!…} para que, nestas sociedades {a longo prazo} os machos (de boa saúde) rejeitados pelas fêmeas, possam ter filhos!
NOTA 1: Incompetência sexual não significa inutilidade... de facto, os machos mais fracos já mostraram o seu valor: as sociedades tecnologicamente mais evoluídas... são sociedades tradicionalmente monogâmicas!
NOTA 2: Hoje em dia, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas: nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos.
Por outro lado, hoje em dia muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...
há ainda outras possíveis situações no que respeita a casamentos, matrimónios, uniões ou como lhe quisermos chamar, fora da família tradicional de pai, mãe e filhos, existem p.ex. a bi ou a poligamia, curiosamente não há movimentos a defendê-las, não conheço, afinal existem em portugal milhares de cidadãos que a praticariam legalmente se a lei o permitisse, pela sua cultura ou religião.
mais complicado seria o casamento entre membros duma mesma família ou incesto (se praticado entre indivíduos adultos e com mutuo consentimento), relação para nós contranatura e aliás com riscos reconhecidos devido à consanguinidade, mesmo entre parentes mais afastados. Historicamente, no entanto, civilizações e sociedades praticaram-no legalmente como no antigo egipto, era este tipo de união o usado na família real faraónica, hoje praticam-no apenas algumas sociedades reduzidas e isoladas na ásia ou amazonas.
parece-me adequada e respeitadora a expressão "entre individuos do mesmo sexo" defendida pelo comentador gil que, curiosamente, lembra que um casamento entre um homem gay e uma mulher lesbica seria afinal um casamento entre homossexuais.
quanto à figura politica francesa, a intenção é nitidamente provocar embora tambem exprima ironicamente (ou cinicamente) a coerência do seu pensamento militante.
Conhecedora do mundo (aprendeu com a idade) e sempre inconveniente, a velha senhora quis juntar a sua à opinião das (sempre) amigas Helena SC e Isabel S e da (ocasional) concorrência - Gil e Vinhais - acerca de tão momentoso assunto:
libertária e liberal
há muito me acostumei
a ter por coisa normal
casar lésbica com gay
conheço mais que um casal
que o não sabe mas eu sei
Este post suscitou alguns comentarios geniais mas é o de CSC que leva a palma:)!
Monsieur de la Palisse era francês. Christine Boutin também. Christine Boutin digne héritière des Palissades :)
A velha senhora também tem opinião (e eu até julgava tê-la já transmitido):
libertária e liberal
há muito me acostumei
a ter por coisa normal
casar lésbica com gay
conheço mais que um casal
que o não sabe mas eu sei
oh cara velha Amiga
um bálsamo a senhora é
eu seria/sou sua utente
na sua sacristia presente
no seu consultório de fé
Que parto bendito o seu
sabemos sua Mãe ser Homem
de um amor livre nasceu
simplesmente por fazer falta
para travar obtusidades que consomem
de incautos quadrados ditadores da ribalta
adoro a sua erudição
sensibilizam-me no seu vernáculo justos vereditos
Surpreende-me a sua paixão
na defesa dos direitos do homem e dos sonhos aflitos...
Bem haja.
a sua amiga Isabel
PS-Ah! Como às vezes lamento ser hetero...Ó vida...
Mas também só às vezes, depois passa-me.
Em resposta à sua amiga Isabel Seixas, a quem diz muito agradecer a amizade, pede-me a velha senhora para escrever apenas:
"O amor é que é essencial.
O sexo é só um acidente."
...etc.
(Fernando Pessoa, 5-4-1935)
Em resposta à sua amiga Isabel Seixas, a quem diz muito agradecer a amizade, pede-me a velha senhora para escrever apenas:
"O amor é que é essencial.
O sexo é só um acidente."
...etc.
(Fernando Pessoa, 5-4-1935)
Sr. Embaixador se me permite
Ó cara amiga como Pessoa partilho a sua sensibilidade...
Dorme enquanto eu velo...
Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
(...)
Fernando Pessoa (ortónimo)
Dezembro de 1924
En passant
Eu não sonho possuir-te. Para quê?
Eu não sonho possuir-te. Para quê? Era traduzir para plebeu o meu sonho. Possuir um corpo é ser banal. Sonhar possuir um corpo é talvez pior, ainda que seja difícil sê-lo: é sonhar-se banal — horror supremo...
(...)
Sejamos castos como eremitas, puros como corpos sonhados, resignados a ser tudo isto, como freirinhas doidas...
(...)
Fiquemos assim eternamente como uma figura de homem em vitral defronte de uma figura de mulher noutro vitral(...)
Livro do Desassossego
Bernardo Soares
Obrigada Sr. Embaixador
Caríssimo FSC
Desculpe lá estes jogos florais, mas, se tiver cabimento, a minha velha amiga e eu próprio, por deferência para com a senhora, muito agradeceríamos a publicação de mais esta rimalhice em resposta à cara Isabel Seixas:
ai cuidado amiga minha
'o poeta é um fingidor'
e pessoa um sacaninha
na calada um gozador
vestiu-se de tanta gente
com toda a gente gozou
lúcido e inteligente
só o que quis confessou
Enviar um comentário