segunda-feira, março 02, 2009

A tragédia da Guiné

O assassinato de Nino Vieira, presidente da Guiné-Bissau, hoje ocorrido, antecedido da morte violenta do principal chefe militar do país, configura mais um episódio trágico no destino daquela que foi a primeira ex-colónia portuguesa a declarar a sua independência, em 24 de Setembro de 1973, ainda à revelia de qualquer acordo com o poder colonial.

Este acaba por ser também um tempo triste para a memória de Amilcar Cabral (na imagem), o líder de recorte humanista que sonhou com a autodeterminação dos povos da Guiné e de Cabo Verde, também ele uma vítima da violência sectária.

A sucessão de tensões no sistema político guineense, ao longo das últimas décadas, com mudanças de líderes e a emergência de motins e golpes militares, revela bem as dificuldades da sua sedimentação institucional enquanto Estado.

A Guiné-Bissau é hoje um país que persiste marcado, política e socialmente, pelas suas diferenças étnicas e por outros inultrapassados factores de divisão interna, além de polarizado por algumas questões de vizinhança que afectam a sua estabilidade, sem que a sua estrutura económica haja revelado, até ao momento, a solidez necessária para garantir um bem-estar mínimo à sua população. Além disso, o facto de, nos últimos anos, ser apontado como uma placa giratória do tráfico internacional de drogas complica mais todo este cenário.

Portugal e os restantes países da CPLP, agora como no passado, dão mostras de estarem disponíveis para ajudar a Guiné-Bissau a ultrapassar mais este momento complexo. Mas, por muito que o mundo possa fazer para apoiar o país, nada nem ninguém se poderá substituir à vontade e capacidade dos guineenses de saberem definir os seus rumos de futuro.

16 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Será que em países africanos a democracia entendida em termos ocidentais, tem alguma capacidade de ser implementada?

margarida disse...

Belo exercício diplomático...
Mas ali existe uma realidade crua, visceral, feroz e, se ultrapassável, só a longo prazo.

'Pessimista'?
...eu sei...

Ana Paula Fitas disse...

Senhor Embaixador Seixas da Costa,
Permita-me cumprimentá-lo pelo seu esclarecido texto, sobre cujo tema também escrevi em A Nossa Candeia (anapaulafitas.blogspot.com). É gratificante, nos tempos que correm, encontrar, na blogosfera, a perspectiva objectiva e justa que reconhece, acima de tudo, a cada país, a sua autodeterminação sem reduzir as soberanias nacionais à pura determinação da correlação de forças internacionais. Obrigado.

Anónimo disse...

Realmente, Amilcar Cabral, um dos mais carismáticos lideres independentistas africanos, teria querido um destino bem diferente para o seu País. Não deveria Portugal desempenhar um papel mais activo na viabilização da guiné bissau enquanto país?

Anónimo disse...

Magnifico tragico "retrato" de mais um pais do continente "esquecido" e explorado, de que a Conferência de Berlim foi apenas um "expoente"...!!!
Sabendo-se que nao se pode ter nem paternalismos nem atitudes que se assemelhem com abordagens "neo-colonialistas", uma pergunta concreta - a curto/medio prazo, como fazer para, de algum modo, "ajudar" esses Governos/povos a sairem das suas profundas contradicções, desse "fado" tragico...???

Melo e Lima

Anónimo disse...

A enorme degradação do tecido social não leva à democracia, mas ao desespero pela sobrevivência. Sem democracia não reparamos o tecido social. Como sair disto?

Anónimo disse...

Falei umas três ou quatro vezes com este malogrado Nino Vieira. Mais. Duas na Guiné Bissau e quatro aqui em Portugal. Seis, portanto. A vida de jornalista dedicado à política internacional leva a isto.

Nino era um ditador? Era. Mas era, sobretudo um Africano, um guinéu. Era uma força da Natureza. Combatente pela libertação do seu País, habituara-se às mais difíceis condições da luta. Talvez por isso - nunca mo disse, mas intuí - não desse quartel a quem o afrontava políticamente. Cada um é como cada qual.

Confesso que sou um apaixonado por África, onde, de resto, vivi uns anos. Tentei compreender os Africanos, tarefa muito difícil, mas não impossível. Continuo a tentar.

Um texto como este do Seixas da Costa é um precioso auxílio para essa minha busca do espírito da África. Um belo texto, mais um.

Resta-me a esperança de que um dia (que penso vir muito longe) as coisas se componham, não de acordo com a bitola branca, mas de acordo com a guineense. Isto porque a colonização intelectual e cultural é pior do que a do chicote. Pelo menos, esta última sente-se...

Rui M Santos disse...

Tenho perfeita consciência que, o que a seguir escrevo, não é políticamente correcto, mas, ainda assim, atrevo-me.
O PAIGC não fazia sentido, nunca fez! Cabo Verde e Guiné eram duas realidades independentes e o primeiro tornou-se independente à sombra do segundo, sem qualquer sentido histórico !! Apenas uma consequência dos tempos conturbados que vivemos...
A Guiné, sózinha, acabou ficando à mercê de um jogo de interesses, incluindo o dos traficantes, com o trágico resultado que conhecemos...
Mas, por favor, que ninguem derrame uma única lágrima por Nino !!!
Pelos guineenses sim, por ele...nunca !!

Rui M Ssntos

Anónimo disse...

As “democracias” africanas abençoadas pelo ocidente, têm características bem marcantes. São “eternas". Veja-se os exemplos da Tanzânia, liderada pelo Presidente Julius Nyerere entre 64 e 85, ou seja 21 anos no poder, Mobutu do Zaire, no poder entre 65 e a sua morte em 97, ou seja 32 anos, Jomo Kenyattado do Quénia Presidente entre 64 e 1978 quando morreu, ou Keneth Kaunda Presidente da Zâmbia de 63 a 91 ou seja durante 28 anos, ou na antiga Rodésia e hoje Botswana o seu Presidente Robert Mugabe já lá está deste 1980, 29 anos, ou nas novas “democracias” africanas de Angola, Moçambique ou Guiné Bissau, Eduardo dos Santos permanece o fiel amigo do ocidente e “permanente” Presidente de Angola já lá está desde 79, após a morte de Agostinho Neto em Moscovo, ou em Moçambique com dois lideres em 34 anos desde a independência em 75, primeiro Samora Machel até à sua morte em 86 “substituído” por Joaquim Chissano desde então. Nino Vieira também faz parte deste clube, colocou-se à frente da Guiné em 1980, lá esteve por 19 anos, saiu ou foi empurrado mas voltou em 2005 eleito em mais umas farsolas eleições que em intervalos pouco regulares lá se realizam nestes países onde o líder parece só sair de duas formas, morto, morte natural ou não, ou por cair em desgraça com quem os mantêm no poder… Em conclusão, será de lamentar a morte de Nino Vieira? Claro que sim, a sua morte violenta só poderá ser condenável é sempre condenável num estado de direito, mas será que ele vivia num estado de direito, será que ele e os outros tantos líderes africanos respeitados e apoiados pelo ocidente contribuíram, contribuem ou contribuirão para que os seus países sejam estados de direito? Não, nem sonhar, África continua algemada ao colonialismo ocidental, interesses geoestratégicos e económicos ditam a sorte dessas “democracias”. O povo africano lá vai sofrendo, e o ocidente lá vai lucrando na mesma medida que os africanos sofrem. Cómico é que até a “indústria” da caridade “beneficia” com África, vejam o Sir Bob Geldorff está cheio dele, e mesmo sem saber cantar porque chegou onde chegou? Apaziguando a consciência ocidental, dá lá uns cobres para acabar com a fome, bom trabalho dizem quem ele anda ombro a ombro, os Blairs, Clintons e companhia… juntam-se e falam da divida, da fome e os anos passam e aqueles que nasceram aquando o primeiro live aid estão agora na mesma miséria que estavam, muitos até já morreram, na miséria à fome ou em guerras.
É triste para mim, vou-lhe confessar que vivi em Moçambique, Angola e Zaire, até (penso) que sei um pouco da matéria, e o profundo amor a África e ao povo africano que me faz sofrer, e enraivece-me ver o cinismo ocidental apadrinhar ditadores, corromper os seus lideres a tordo e a direito para que a riqueza africana seja impunemente roubada aos seus povos. Será que um Presidente afro-americano trará a mudança… é um sonho, mas muitos anos de desilusões fecharam-me o coração aos sonhos, infelizmente só tem hoje só revejo os pesadelos que testemunhei em África, os tais orquestrados no ocidente… será que a morte de Nino também foi planeada em Bissau? Duvido, mas mesmo que tenha sido foi autorizada noutro local, certamente não em África!

Paulo M. A. Martins disse...

Caríssimo Senhor Embaixador,

A propósito dos trágicos acontecimentos ocorridos na Guiné-Bissau, afigura-se-me, que, de uma vez por todas, quer a ONU quer a CPLP, devem intervir decididamente na Guiné-Bissau.

E vale a pena, salvo raríssimas excepções, olhar para a progressão democrática nos restantes países que integram a CPLP, e TUDO o que está por fazer na Guiné-Bissau, cujo Povo está entregue à sua sorte...

É urgente, é imperativo, que se prepare o terreno e criem as condições para que muitos ilustres e competentes guineenses, amantes dos Direitos Humanos, da Liberdade, da Democracia e da Paz, na diáspora, possam regressar ao seu país - Guiné-Bissau - para, decididamente, poderem proceder à sua reconstrução.

Ao começar de novo!

Porque, agora, mais do que nunca, tudo ou quase tudo voltou à estaca zero!...

Não me alongando mais, porque muito mais haveria por dizer, vale a pena ler este grito, que, abaixo,tomo a liberdade de, com devida vénia, transcrever.

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Condenações e mais condenações

Por: Edson Incopté
edson_incopte@hotmail.com


Em primeiro lugar há que referir que um acto de violência, seja de que género for, é sempre repugnante! Suponho que nenhum amante da paz ficaria indiferente a estes últimos acontecimentos registados na Guiné-Bissau. É extremamente importante que a estabilidade regresse à nossa pátria. Todos os filhos da Guiné esperam que Carlos Gomes Jr. tenha pulso forte para suster qualquer possível acto de violência.

Mas o que motivou este artigo foram as centenas de condenações dos actos ocorridos na Guiné-Bissau. Não pude ficar indiferente a sucessivas condenações que foram surgindo de todo o mundo, com particular ênfase para dirigentes dos países da CPLP e vizinhos africanos.

As minhas perguntas são as seguintes:

Onde estavam todas essas pessoas que agora apareceram a condenar os assassinatos de Nino Vieira e do Major-General Baptista Tagmé Na Waié?

Alguém alguma vez apareceu a condenar os actos desumanos que o Senhor Nino Vieira praticava contra o povo Guineense?

Onde estavam essas pessoas quando por causa de Nino Vieira tantos outros morreram?

Algum deles perguntou ao Nino Vieira porque é que tinha carros de luxo na garagem enquanto o povo Guineense morria à fome?

Qual deles é que perguntou ao Nino Vieira o que ele estava a fazer para combater o tráfico de droga na Guiné-Bissau?

De uma coisa tenho a certeza, faltam 4 dias para eu completar 22 anos de idade e durante todo este tempo nunca vi nenhum desses senhores surgir para condenar algum acto de Nino Vieira e vejam que não são poucos. O senhor Mário Soares veio hoje revelar que um dia, uma família desesperada lhe procurou para que ele interviesse junto de Nino Vieira de forma a evitar que duas vidas fossem eliminadas. Pois bem, uma dessas vidas era a do meu avô. E posso garantir que de nada adiantaram os desesperos das minhas tias.

Pelo amor de Deus, acabemos com toda esta hipocrisia. De nada vai adiantar as condenações dos senhores! Se realmente querem ajudar a Guiné-Bissau então que arregacem as mangas e ajudem de forma concreta o Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. a tomar diligências de forma a controlar os militares. Esse tem que ser o primeiro passo para estabilizar toda essa situação e não, as condenações dos senhores, pois essas condenações entram a 100 e saem a 1000, tanto nos ouvidos do povo como nos ouvidos dos militares, onde a maioria não percebe nada que os senhores dizem.

É preciso agir!

Triste fim para quem um dia pegou em armas por acreditar que todos os homens tinham os mesmos direitos.

Estamos juntos!

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Para quem esteja interessado em acompanhar a evolução dos acontecimentos na Guiné-Bissau, a minha sugestão vai no sentido de acompanhar o sight do Fernando Casimiro, em: http://www.didinho.org/, um grande lutador
pela causa Guineense, pela sua Pátria, na diáspora, em Portugal.

Saudações fraternas.

Paulo M. A. Martins
Fortaleza (CE)
Brasil

Anónimo disse...

Sobre a Guiné-Bissau e de algum modo a propósito do pertinente comentário de Helena Sacadura Cabral sobre se a Democracia, em África, tem alguma capacidade de ser implementada, permitia-me acrescentar o seguinte: o problema principal de África não será tanto a implementação da Democracia (entenda-se aqui o organizar, regularmente, eleições mais, ou menos livres), mas a criação de um Estado de Direito (the Rule of Law). Muitos países africanos já perceberam que podem “sossegar” a chamada Comunidade Internacional com a realização de eleições (mais, ou menos) livres, deste modo apaziguando eventuais criticas dessa mesma CI. O que é “curioso” é que este tipo de gestos políticos tem surtido efeito.
Mas, no essencial, tudo fica, mais, ou menos, na mesma: a Justiça contorna os poderosos (a não ser que caiam em desgraça, o que ciclicamente também sucede) e aplica-se, apenas, aos socialmente mais desfavorecidos; a corrupção (em elevada escala) continua a minar (impunemente) os alicerces da sociedade; as políticas de Saúde, de Educação, de combate à fome, à pobreza e miséria; de Habitação, etc., são, de modo geral, incipientes, ou mesmo, nalguns casos, inexistentes e, finalmente, o respeito pelos Direitos Humanos deixa, ainda, muito a desejar.
Em resumo, uma larga maioria de Estados africanos, sejamos realistas, padece deste tipo de sintomas. Mas, será justo reconhecer que noutros começam já a ser tomadas medidas para alterar e combater esta situação.
Quanto à Guiné-Bissau, subscrevo o excelente Post de FSC e, sinceramente, só desejo que o futuro venha a ser melhor.
PR

Anónimo disse...

A Guiné não é para iniciados.
É demasiado simples.
Amilcar Cabral, Virito Pã, Paulo Correia, Ansumane Mané, V. C. Seabra, Tagmé Na Waie, "Nino" Vieira... que têm de comum estes nomes. Dirão os leigos: foram todos assassinados. Certo, mas isso é irrelevante. O que importa é que todos eles eram militantes armados em busca do poder pelas armas, ou a sua manutenção pelas armas. E é esse o problema da Guiné-Bissau. Enquanto MPLA, PAICV, Frelimo... conseguiram separar as águas políticas das militares, com mais ou menos sucesso, em Bissau o CEMGFA ainda se olha como o sucessor de Amilcar e não o presidente do PAIGC. E actua em conformidade. A Guiné só terá paz quando o Presidente do PAIGC sentir, sem dúvidas, que é ele e não o CEMGFA o sucessor de Amilcar. Até lá, mais sangue escorrerá. Mas depois há outros pequenos pormenores: o país não consegue sustentar as suas eleites profissionais, só quem está com e próximno do poder tem acesso a bens materiais, carros, whiskys de qualidade, mulheres, casas... os outros, permanentemente buscam alianças na tropa para tomar o poder(as benesses) de assalto. É de sobrevivência que se trata também. Engenheiros, políticos ou não, advogados, até médicos, professores, sabem que só fazendo parte do grupo do poder têm acesso ao que o dinheiro pode pagar. E na tropa, o problema só não se resolve, porque não há dólares para todos. E não se acusa na justiça ninguém porque toda a gente sabe que esse precedente não pode ser aberto... tocar-lhe-ia de seguida! A solução passa por fazer uma limpeza total aos canos... mas só a força da UA/CEDEAO tªêm detergente eficaz para isso... e esses temem também a jurisprudência.... africana!
RIBO

Anónimo disse...

A Guiné não é para iniciados.
É demasiado simples.
Amilcar Cabral, Virito Pã, Paulo Correia, Ansumane Mané, V. C. Seabra, Tagmé Na Waie, "Nino" Vieira... que têm de comum estes nomes. Dirão os leigos: foram todos assassinados. Certo, mas isso é irrelevante. O que importa é que todos eles eram militantes armados em busca do poder pelas armas, ou a sua manutenção pelas armas. E é esse o problema da Guiné-Bissau. Enquanto MPLA, PAICV, Frelimo... conseguiram separar as águas políticas das militares, com mais ou menos sucesso, em Bissau o CEMGFA ainda se olha como o sucessor de Amilcar e não o presidente do PAIGC. E actua em conformidade. A Guiné só terá paz quando o Presidente do PAIGC sentir, sem dúvidas, que é ele e não o CEMGFA o sucessor de Amilcar. Até lá, mais sangue escorrerá. Mas depois há outros pequenos pormenores: o país não consegue sustentar as suas elites profissionais, só quem está com e próximno do poder tem acesso a bens materiais, carros, whiskys de qualidade, mulheres, casas... os outros, permanentemente buscam alianças na tropa para tomar o poder(as benesses) de assalto. É de sobrevivência que se trata também. Engenheiros, políticos ou não, advogados, até médicos, professores, sabem que só fazendo parte do grupo do poder têm acesso ao que o dinheiro pode pagar. E na tropa, o problema só não se resolve, porque não há dólares para todos. E não se acusa na justiça ninguém porque toda a gente sabe que esse precedente não pode ser aberto... tocar-lhe-ia de seguida! A solução passa por fazer uma limpeza total aos canos... mas só a força da UA/CEDEAO tªêm detergente eficaz para isso... e esses temem também a jurisprudência.... africana!
RIBO

Unknown disse...

Ganhou a competencia do narcotrafico, ganhou a falta de solidariedade internacional efetiva e agora saberao os guineenses como sair desta situacao ? Neste caso os otimistas correm o serio risco de serem pessimistas mal informados.

Anónimo disse...

Foi para isto que Amilcar Cabral e outros lutaram!
Toda a Comunidade Internacional, tem ajudado a Guiné, principalmente Portugal como país irmão.
Agora entregaram o país ao narcotrafico e não têm soluções.
Só espero que esta nova geração de quadros "agarre" o poder e conduza o país para uma nova vida .

Anónimo disse...

Sobre o "facto" de "não ter havido um golpe de Estado", como foi anunciado, acho importante rever o que escreveu ontem Nuno Brederode dos Santos no DN: "se não houve golpe de Estado, não foi por falta de golpe, mas só por falta de Estado"...

25 de novembro