segunda-feira, março 23, 2009

A noite é nossa

Graças à Origem das Espécies, de Francisco José Viegas, aqui fica esta pérola do tempo, que nos dá conta da "ousadia" da velha Emissora Nacional, aventurando-se pela noite portuguesa. Podemos mesmo imaginar o que seriam os "ritmos modernos" anunciados... Não se sabe a data, mas deve ser coisa para o final da primeira década dos anos 60.

Com assumida nostalgia, lembro-me, anos mais tarde, já na segunda década desses mesmos "swinging sixties", de eu próprio ter assegurado a locução em algumas noites de um programa chamado "A Noite é Nossa", que passava das 3 às 6 da manhã, no Rádio Clube Português, no Porto, depois de ter dirigido, quinzenalmente, o "Momento de Teatro", inserido no "Clube da Juventude", no mesmo RCP, sob a orientação do saudoso Alfredo Alvela. E de também ter "jogado para o éter" (como alguns rebuscadamente então diziam) as canções dos anos 60, num programa dos Emissores do Norte Reunidos a que, com um amigo que há muito perdi de vista, dei o título (que achei magnífico e que, na realidade, era uma piroseira pretenciosa) de "No Espaço e no Tempo". Num tempo que foi bom.

2 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador quem nos dera que as piroseiras de agora fossem essas. Hoje tomam formas bem mais agressivas que vão desde a música pimba à tv das telenovelas nacionais para crianças chamadas Floribelas e Moranguitos...

Anónimo disse...

Lembro-me do efeito "rádio" que nos provocava quase catatonia.

Não tinha noção do tempo em que foi encetada a programação que se estendia pela noite dentro, parece-me no entanto que deve ter sido uma mais valia para quem sofria de insónias , para quem trabalhava com horário de roullement, para quem tem ritmos biológicos diferentes, and so on and so on...

Pessoalmente a rádio sempre me fez parar no espaço e no tempo,ao mesmo tempo que me permite e faculta um espaço de evasão e digressão para um qualquer espaço e tempo, com o traquejo e a habilidade de me permitir"Ver sem olhar e Olhar sem ver" executar qualquer tarefa mesmo as rotineiras.

Num tempo que foi "e É" Bom
Isabel Seixas

Sócrates

Por que será que, neste dia que assinalam os dez anos sobre a noite em que José Sócrates foi preso à chegada ao aeroporto de Lisboa, hesitei...