segunda-feira, março 09, 2009

O dedo esticado

Admito que possa ser uma reacção pessoal algo epidérmica, mas confesso que me irrita sobremaneira aquele gesto dos políticos que entram num palco ou num acto público e apontam, por sistema, para um ou outro figurante desconhecido na assistência, como que reconhecendo um amigo. Imagino que o visado deva regressar a casa impante, por ter sido singularizado. E algumas pessoas ao lado também, porque pensaram ser para elas a atenção.

O gesto costuma ser mais comum do lado americano do Atlântico, qualquer que seja a sua orientação política, sendo muito vulgar em campanhas presidenciais. Do lado europeu, parece, por ora, haver um maior contenção. Valha-nos isso!

9 comentários:

Anónimo disse...

Isso também causa-me espécie e não tinha ainda refletido com tanta propriedade, como aqui foi feito. Mandei-lhe hoje uma mensagem por e.mail.
Forte abraço

Anónimo disse...

Sob a égide do Nosso olhar, quando nos apontam o dedo, renasce a cada momento um pseudo delírio de perseguição, será que? Que é que quer dizer com isso? Um seria para Mim? com um vislumbre de mania ou o oposto sentimento de culpa...

Enfim penso que na cartilha dos acessores de imagem dos nossos políticos diz claramente que o apontar do dedo é de evitar, mesmo acompanhado de uma expressão facial incondicionalmente afável.
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Lembro-me de estar em Paris, no metro e um colega apontar mt perto da minha face e dizer "tu és mulher podes cozinhar uma refeição típica portuguesa" (na formação que frequentávamos seria realizado um jantar pelas diversas delegações dos países presentes)..Foi a pior coisa que poderia ter dito, é claro que não houve refeição , nem portuguesa, nem madeirense... Se existe algo que me irrita é um dedo apontado na minha direcção
GFaria

douro disse...

douro disse:
Na Europa havia o Chirac que nao conseguia conversar com ninguém sem quase lhe espetar um dedo esticado no nariz. Essa do dedo esticado é como a de subir os degraus a correr para os palcos: sao os peritos de imagem que o aconselham; ou nao sabia isso?

Francisco Seixas da Costa disse...

Sei mas, nem por isso, me irrita menos

Anónimo disse...

Põe o dedo na consciência e diz de verdade: nunca esticaste o dedo para ninguém?

Luis

Helena Sacadura Cabral disse...

Engana-se Senhor Embaixador na sua benevolência para com o país. Visione os debates da Assembleia e descubra os dedos apontados...
Estranhamente, depois das "Conversas em Família", recomeçaram a aparecer.
Admito é que os dedos sejam menores!

Francisco Seixas da Costa disse...

Eu apenas falei dos políticos em campanha, entendamo-nos...

Helena Sacadura Cabral disse...

Nem por isso apontam menos, acredite...Creia que estou bem atenta a esse pormenor, que recordando-me tempos idos, me irrita solenemente. Veja de quando em vez - mais do que isso é martirizante -o programa "Prós e Contras" e descubra de quem são os dedos apontados.
E. como as campanhas vão começar agora, vou estar atenta a ver que dedos vejo mais: se da mão direita se da esquerda...Mas do Prof. Louçã já conheço bem o indicador!

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...