sexta-feira, agosto 01, 2025

"Chapeau!"


Não conheço Pedro Tadeu, salvo das conversas que lhe ouvi com Jaime Nogueira Pinto, na rádio. Vou comprar este seu livro porque estou muito curioso em conhecer as razões que levam a que alguém se proclame abertamente comunista nos dias de hoje, em que a popularidade da ideologia não parece estar no topo de venda de ideias. E mais: que tenha tido coragem para fazê-lo, nestes tempos de caça às bruxas e de fachos à solta. "Chapeau!"

7 comentários:

João Cabral disse...

Aguarda-se o título "Porque sou fascista". Será publicado?

Anónimo disse...

A coragem de quem resiste a estes tempos de apostasias . Parabéns ao Pedro Tadeu.
Vai ler e ouvir das boas, à moda do antigamente.

Anónimo disse...

Ser comunista hoje não sei bem o que é, razão por que vou ler o livro. Talvez seja apenas um pensamento libertador, herdeiro da ideia (ainda verdadeira) que procurava elevar o homem acima da sua função mercantil.
J. Carvalho

João Cabral disse...

É sempre interessante confirmar a máxima de Ortega y Gasset. Se Tadeu tivesse vivido sob o jugo do regime opressor comunista, seria da direita radical, mas como viveu numa ditadura de direita, é da esquerda radical. Lá está, o homem e a sua circunstância.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Leitura interessante!
E, sim, proclamação corajosa.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Joao Cabral: Eu podia assinar esse livro. Vivi sob o jugo fascista de Salazar, antes de emigrar para respirar...Jovem estudante, militei na sombra da Eng.Virginia Moura, que era da minha terra, que foi um exemplo de resistência na clandestinidade, duma oposição portuguesa, que de Argel a Paris esperava pela sua hora. Mas "nós" estávamos por cà,e era à porta das fabricas , nos campos e nas searas do Alentejo, que agíamos.

Emigrado em França, e após muito trabalho, de formação, fui admitido numa grande empresa francesa Saint Gobain Pont à Mousson, que entre outras ,possuia em Portugal a Covina.
Passo os detalhes mas evoluindo no Serviço Comercial Export, cheguei, um dia, à Direcção Geral duma filial, 300 colaboradores.
A experiência politica da minha juventude serviu-me, quando todos os meses devia reunir o Comité d'Entreprise, ( com 4 sindicatos presentes, dos quais a CGT era o mais influente, como aliás em toda esta região de Grenoble, cidade da resistência anti nazi, simbolizada pelo planalto do Vercors.
Reconheço que a ideologia e a economia, não se conjugam como se quer, mas que os dois devem viver em harmonia se queremos ter sucesso no MERCADO. Que é um “juiz “.

No sistema económico vigente, iminentemente capitalista, expliquei aos sindicatos, representantes eleitos dos trabalhadores, que existiam três pilartes essenciais na empresa ,que devíamos “todos” defender

Antes de mais, o cliente, em seguida o accionista e depois, com todos os seus direitos constitucionais, o trabalhador. Eu e todos os outros.

Porque sem clientes não há empresa, sem accionista (capital) não há empresa e sem trabalhadores não há empresa. Competia-nos proteger os interesses dos três, sem esquecer o outro poder, o MERCADO, que sanciona!

Criei ao fim de uns anos, um prémio de resultado, liquido, após impostos, distribuído equitativamente, segundo o resultado, a todos.

Alguns descobriram no meu método de gestão uma certa solidariedade, que vinha de longe.

Certamente. Mas, Senhor João Cabral, o homem da esquerda não virou radical de direita, e também não de esquerda, apesar de ter vivido sob o fascismo, que não me deu nem mesmo o direito de voto…
Pela simples razao que a ECONOMIA, num sistema capitalista, tem as suas leis que um poder mais alto domina; o CAPITAL . E é este que faz os governos (ou desfaz!) através dos "seus" homens políticos, que duram por vezes o tempo que vivem AS ROSAS DE spahan: O tempo duma manhã.

Reformei-me ao s 60 anos. A minha firma continua líder mundial da robótica da pintura industrial. E continuo a pensar que o capitalismo é um desalmado, insensível a sentimentos humanos solidários, colectivos, pois que visa a acumulação da riqueza, por todos os meios nas mãos de poucos... E isto um dia acabará mal…

Peço desculpa ao Senhor Embaixador pela extensão do texto.


Dário Pimpão disse...

Ainda bem que o Tarrafal já é só um lugar de visita. Uns pela memória dos que lá sofreram outros em homenagem ao Salazar que tratou "bem deles!". Noutros tempos, só pelo titulo do livro já tinha garantida a viagem para Cabo Verde. "Chapeau!" bem estofado para Pedro Tadeu.

"L' autoroute des vacances"

Ouvir aqui .