quarta-feira, agosto 20, 2025

Fazer a paz e fazer as pazes

1. A Noruega é um país com uma história digna e séria. O comité que atribui o Prémio Nobel da Paz é constituído por um grupo de deputados selecionado pelo Storting, o seu parlamento. Se acaso caíssem no ridículo de vir a escolher Trump, a Noruega entraria no anedotário internacional.

2. Os "acordos de paz" que Trump diz ter conseguido em seis meses, são, em todos os casos, meros arranjos pontuais, compromissos de conjuntura que, em nenhuma das situações, resolvem as raízes de fundo dos conflitos, pelo que podem desfazer-se de um instante para o outro.

3. Se Trump viesse a ser premiado em Oslo por uma eventual trégua obtida na Ucrânia, com a finalidade de travar a perda de vidas, seria importante lembrar, na ocasião, que ele é exatamente a mesma pessoa que não objeta a que os israelitas chacinem palestinos às dezenas de milhares.

4. Como se viu pelo comportamento dos seus líderes em Washington, a Europa vive atarantada, não com o poder americano (é o mesmo que Biden tinha), mas com o modo despudorado como Trump o exerce. Por isso, embora o despreze, humilha-se a bajulá-lo, numa hipocrisia medíocre e triste.

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