segunda-feira, abril 14, 2025

Vargas Llosa


Era um escritor genial. Politicamente, era um reacionário. Às vezes, acontece. Na minha hierarquia íntima de admiração, alguns desses criadores têm um valor de exceção, porque conseguiram ultrapassar, graças à sua indiscutível qualidade, a minha rejeição ideológica. A nossa cabeça é muito complicada, não é?

5 comentários:

Anónimo disse...

Já me aconteceu. Mas também já detestei autores aclamados e quando se dá o caso de serem da esquerda intolerante , não perco a oportunidade de descarregar a minha bílis ideológica...

Anónimo disse...

Fernando Neves
Conversa na Catedral não é um livro reaccionario

João Cabral disse...

Depende, senhor embaixador. Se se separar sempre o homem da obra, é fácil. É o que costumo fazer. É por isso que admirava José Hermano Saraiva, a despeito do "reaccionarismo", ou Michael Jackson, apesar de ser (alegadamente) pedófilo. Cada coisa no seu lugar. Ou deixamos que a ideologia política comande tudo nas nossas vidas? Há mais além disso, a não ser que se seja um fundamentalista radical, rejeitando Freddie Mercury porque era homossexual ou José Saramago porque era comunista. Pode-se, claro, não admirar a arte de cada um, mas isso já é uma apreciação subjectiva. Vivamos, pois, a vida nas suas múltiplas vertentes.

josé ricardo disse...

Mario Vargas Llosa está para a literatura como Saramago está para a... literatura. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Anónimo disse...

O giro era ver este peruano a defender com unhas o esmagamento da autodeterminação catalã. O que é bom para nós...

Fogo