Basicamente, é isto: "“The era of increasingly free and extensive international trade, built upon a rules-based system that the U.S. was instrumental in shaping, has drawn to an abrupt end,” Eswar Prasad, a professor of trade policy at Cornell University, said." (NYT)
4 comentários:
Bom dia
Já ando um pouco enfadado dessa conversa da “ordem baseada em regras”. Porém, como até estou bem disposto, “I will humor you”, como se diz na Língua da referida ordem. No meu entendimento, isso nunca passou de uma patranha hipócrita para dar um verniz de credibilidade às maiores malfeitorias que por esse mundo se ia m fazendo.
Recordo, por exemplo, a primeira guerra do Iraque e Bush Sénior a falar numa “New World Order”. Recordo Granada. Recordo a Sérvia. Recordo o Afeganistão, recordo a segunda guerra do Iraque, recordo a Líbia, tudo efectuado no quadro da “rules based order”.
Patranhas, nada mais do que patranhas. Aqui há uns anos largos vi uma entrevista de Boutros Boutros-Ghali em que este discorria sobre a sua sinecura enquanto Secretário-Geral da ONU (1992/96). A entrevista foi para aí em 2000.
Foi uma peça linda, o entrevistador questionava a falta de eficácia de Boutros-Ghali enquanto SG da ONU. Ghali, que há altura pouco ou nada tinha a perder, ria-se e foi-lhe dizendo como as coisas se passavam no princípio da década de 1990: Ele não apitava nada, os EUA decidiam, a Rússia estava no caos, a China ainda era um anão e as “rules” eram ditadas por Washington, sem apelo nem agravo. Sim, havia “rules”, quando convinha aos EUA, quando não convinha, faziam-se outras, à medida dos interesses em jogo. A questão, também, é que era um mundo unipolar, em que a potência hegemónica do “fim da História” de Fukuyama ditava a seu bel prazer o que eram “rules” e o que não o eram.
Actualmente, as coisas são diferentes, já não estamos num mundo unipolar. Estamos num mundo em que muitos dos outros têm as suas próprias “rules” e já não amocham como eram obrigados a fazer antes. Nesse sentido, as coisas agora são mais transparentes, acabou-se a hipocrisia de as nossas “rules”, que só a nós favorecem, valerem para todos. Isso foi chão que deu uvas e por exemplo Trump já percebeu isso muito bem.
Quem o não percebeu foi a cambada de incompetentes que lidera os destinos da Europa. Esses, vivem no passado, cheios de pruridos “morais”, como se donos da verdade-. Por isso, a Europa está isolada, entalada entre os EUA e a China e alheada do Sul Global, sobretudo de África, de onde tem vindo paulatinamente a ser corrida.
O pior é que não querem arrepiar caminho. Cheios de “self righteousness” continuam a achar-se moralmente superiores aos outros, nem que para isso tenham que levar o mundo para a III Guerra Mundial. Em Conclusão, meu caro Seixas da Costa, o senhor como diplomata de carreira, sabe perfeitamente que existem sempre duas realidades: a que desejamos e aquela em que vivemos. Enquanto continuarmos agarrados a essa ficção da “rules based order” (que nunca existiu), só vamos continuar a afundar o projecto Europeu.
*à altura
Na economia Europeia, quer um exemplo concreto da aplicação na UE da “rules based order”, um exemplo recente? Pense nos resgates atrozes a que Portugal e a Grécia foram sujeitos a partir de 2011. Pense no esfrangalhamento total das economias desses países, na miséria e no sofrimento colectivo que causaram, enquanto outros, por exemplo França e Itália, maiores, mais poderosos, passavam pelos pingos da chuva.
Recorde aquele holandês de má memória que nos insultava dizendo que gastávamos o dinheiro todo em vinho e em meninas. Porque é que França e Itália não levaram pela mesma “rules based order”? As dívidas deles até eram maiores que as nossas… E já agora, contraste essa violação que foi feita a Portugal e à Grécia com os biliões que foram e são enviados a fundo perdido, dinheiro também dos meus impostos, para um regime que é o mais corrupto da Europa e possivelmente do planeta. Onde está a “rules based order”? Pense igualmente nas tarifas que a UE tem vindo a impor a importações Chinesas. Quer dizer, quando são os EUA, ai que a “rules based order” está em risco; quando somos nós, está-se bem, perfeitamente normal. Bom, já me alonguei, prometo nunca mais falar de patranhas.
Bom dia. Um dia, em consulta médica cujo médico era também pescador desportivo, ele perguntou-me o que eu achava de o estado ter prescindido da GOLDEN SHARE na PT. Tal com em conversa anterior eu voltei a referir que a globalização era uma falácia e que mais uma vez se ia aplicar a lei DA PESCA. Ele riu-se e acenou afirmativamente. Para quem não sabe, na pesca, HÁ SEMPRE UM PEIXE MAIOR.
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