Será que é o meu olhar que se tornou preconceituoso ou há mesmo uma tristeza endémica na cara das pessoas, nas estações de caminho de ferro portuguesas? Acabo por concluir que só os estrangeiros é que, por ali, dão um ar da sua graça e o levam para dentro das carruagens. Longe parece ir o tempo em que os franceses diziam que "les portugais sont toujours gais".
6 comentários:
Então? É bem sabido que Portugal é um país de "apagada e vil tristeza", como logo Camões notou. Os portugueses são um povo triste. E Portugal é o país onde o negro é uma côr, como se notou num filme francês.
Senhor Embaixador,
à noite, com os bancos cheios de ferrugem, e pouca gente a circular, não há alegria possível. Mas o defeito nem é do povo, nem das instalações !
É, certamente, de momentos menos agradáveis para promover determinados "posts". Tenho boas recordações de viagens últimas na CP. No entanto, em muitos lugares dispensava o ar "parvónio" turístico, porque as pessoas já não aguentam a invasão dos incultos.
Os turistas têm a excitação da viagem, mas quem se desloca diariamente para o trabalho, ou simplesmente se desloca porque tem de ser, já não tanto. O ar tristonho e abatido dos passageiros nas plataformas dos comboios é igual em qualquer local do mundo.
Agora, alguém sabe como surgiu a expressão “les portugais sont toujours gais”? Eu nunca tinha pensado nisso até agora e fiz uma pequena pesquisa. Cá vai, transcrevendo o site onde isto está:
Les portugais sont toujours gais
Qu'il fasse beau, qu'il fasse lais,
Au mois de décembre ou de mai,
Les portugais sont toujours gais!
Esta quadra pertence à ópera cómica Le jour et la nuit (1881) de Charles Lecocq (1832-1918), o autor de numerosas operetas, como La fille de Madame Angot (1872).
E para a coisa ficar mais completa, com as minhas desculpas ao senhor embaixador por colocar links, voilá:
https://www.youtube.com/watch?v=F7rDe2UvHgs
Enfim, desconfio que o autor estava a gozar connosco...
O "caramelo" já pôs aqui tudo o que interessa sobre a origem da famosa frase e de modo muito completo (incluindo a gravação em shellac de 78 rpm, o antepassado do vinil).
No entanto a opereta tem um lado curioso porque, ainda que o protagonista seja um nobre transmontano (!) chamado Don Braseiro (nome bem escolhido), o resto dos personagens é quase todo assim a modos que ali do lado dos "nuestros hermanos"(Manola, Don Dégomez, Miguel, Prince Picrates de Calabazas, Béatrix, Sanchette, Cristoval, Gonzalès, Fernando, Henriquez, Lizarda, Speranza, Inès, Paolo, Juan, Pedro, Medina, Rita, Pablo).
E ainda que o Don Braseiro esteja muito quentinho a "defender as fronteiras de Portugal contra os espanhóis", como a acção da opereta decorre no reinado de Louis XIII, que foi rei de França e de Navarra entre 1610 e 1643, o autor achou que isto era tudo a mesma coisa dos Pirinéus para cá.
Como aliàs ainda acontece pois os turistas franceses continuam a dizer “gracias” por aqui
Rowan Atkinson apanhou muito bem a ideia em 13 segundos no "Mr. Bean em férias".
Uma vez sem exemplo ponho uma ligação, com o meu pedido de desculpas (chegar lá sem ser assim não é fácil, só se vai ter a GIFs):
https://www.youtube.com/watch?v=E7Nv7EUa-NQ
hmj
Tenho boas recordações de viagens últimas na CP.
A CP parece estar agora extremamente pontual, pelo menos a avaliar pelas viagens que nela fiz no fim de semana passado.
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