terça-feira, novembro 20, 2018

Observem!

Tem alguma graça olhar o modo como certos operadores mediáticos, criados e mantidos por investimentos puramente ideológicos, ruinosos nas cifras mas que esperam ser recompensados a prazo (cada vez mais longo, pelos vistos...) nas urnas, têm vindo a tratar, “com pinças”, a questão das touradas. Eles sabem bem que os seus aparelhos de proselitismo político caminham, neste domínio específico, por uma linha muito fina e delicada: a que é traçada entre o trauliteirismo ultramontano, aliado neste caso a um marialvismo transversal policrómico, e a imparável frescura mental de uma juventude que nem por se poder sentir conservadora noutros domínios consegue comungar já da simpatia por práticas que sente dizerem respeito a outros tempos, que inevitavelmente olha como meros resíduos de um primitivismo social que só a inércia e o tradicionalismo decadente ainda alimentam, mas que não deixarão, em tempo mais ou menos breve, de passar ao caixote do lixo da História. E como esses “outlets” do conservadorismo da paróquia vivem na angústia de não perder ambos os públicos-alvo, gizam um discurso equívoco, rebuscado na forma e ambíguo na opção de fundo. Que patuscos são! Eles observam, nós topamo-los bem!

7 comentários:

Anónimo disse...

É nestas coisas que se estraga...

E a Catalunha, cavalheiro? Onde estão os seus comentários ao que lá se passa? E os do Observador (sim, porque é dele que fala, como sempre): onde está a análise imparcial à perseguição política e legal aos independentistas?

Que raio, cavalheiro, numa situação destas, não há conflito de interesses que mereça ser exposto? É mais importante andar a falar de conflitos de interesses nas touradas?

Quando aqui ao lado se passou (e passa) o que podemos ler na imprensa estrangeira e por cá tudo anda caladinho, a sua denúncia é de conflitos de interesses por causa das touradas? O facto de o Observador ter como principal acionista um escritório de advogados em Madrid e de ter feito agressiva campanha contra o "processo" na Catalunha, isto não lhe gera críticas?

O "amigo da Espanha", que tem muita pena de não ter sido embaixador em Madrid e que lamenta não dominar corretamente o idioma nunca produz, por entre comentários a restaurantes, longos discursos sobre política internacional e marcação aos "aficionados", umas palavrinhas sobre os disparates do Estado espanhol, porquê? É da idade? Começa a faltar a elasticidade? :)

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao comentador das 9:24. Já aqui foi dito o necessário sobre o separatismo catalão

Anónimo disse...

Foi dito o necessário?! Todos os dias há necessidade de dizer novas coisas porque todos os dias se passam novas coisas.

E a notícia não é o separatismo, é os presos políticos, é os disparates da Justiça, é as sucessivas derrotas nas justiças estrangeiras (ninguém - ninguém! -, acede a "ajudar" a Justiça espanhola). Andamos preocupados com as Turquias, as Hungrias, as Polónias e, aqui ao lado, temos uma situação destas e está tudo "caladinho". Este é que é o problema e é aqui que se notam os conflitos de interesses, os acionistas (espanhóis) que pressionam, os amigos (espanhóis) que pressionam, os colegas (espanhóis) que pressionam.

O Daniel Oliveira, o Pacheco Pereira, até esses se calaram e isso não é normal!

E anda o senhor preocupado com os conflitos de interesse do Observador quanto à tourada... Ora bolas!

Anónimo disse...

A "questão das touradas", não passa de mais uma cortina de fumo para os pacóvios esqucerem O "milagre económico"»,o "fim da austeridade" e a "redução da carga fiscal" que na realidade não existem.

Portugal é pobre e está em vias de empobrecimento relativo. As políticas socialistas vão nos garantir a mesquinhez da pobreza que o Dr. Salazar nos aconselhava.

Anónimo disse...

Art of Bloodless Bullfighting ~ Portuguese Style!
https://www.youtube.com/watch?v=3XJrQoIzJhk

https://www.dw.com/en/spanish-islands-approve-bloodless-bullfighting/a-39820997
Spanish islands approve bloodless bullfighting

Manuel do Edmundo-Filho disse...

E onde é que o nosso Embaixador encaixa Manuel Alegre!? No "trauliteirismo ultramontano, aliado neste caso a um marialvismo transversal policrómico" ou nos "meros resíduos de um primitivismo social"!?

Compreendo que "estas práticas" firam a sensibilidade de muitos. Mas já não compreendo que estes se arroguem a únicos paladinos da civilização tratando os restantes como primitivos selvagens. Não sei qual destas praticas fere mais a sensibilidade humana.

Anónimo disse...

"21 de novembro de 2018 às 22:22" tem toda a razão!!!

Mas não interessa informar as pessoas de que existe tourada sem que o touro seja espetado. Isso lixaria o "negócio" aos antitaurinos bem como àqueles que não conseguem dar o braço a torcer. A ideia é acabar com tudo porque isso se enquadra melhor na agenda radical.

Quanto aos "aficionados", como muitos deles ainda choram a ausência da morte do touro, também não me parece que tenham a inteligência de propor alterações para tirar o tapete de baixo dos pés dos "anti".

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...