sexta-feira, novembro 09, 2018

Necessidades


Ontem, vi na net imagens da tomada de posse de vários diplomatas, homens e muitas mulheres, em cargos dirigentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros. E fiquei intimamente muito satisfeito por neles ter encontrado diversos profissionais que, no passado, tive o gosto de chefiar, em funções muito diversas. Dá-me prazer pensar que alguma coisa eles terão levado de positivo desses tempos, que às vezes não foram nada fáceis, da mesma forma que eu pude beneficiar do seu trabalho e dedicação.

Quem me conhece - como essas pessoas conhecem - sabe que não sou de alimentar “grupos” ou “discípulos”, que não reuno com “equipas” do passado, que sou avesso a praticar o “networking” profissional, que não ando pelos corredores das Necessidades “à la recherche du temps perdu”. Mas eles também sabem, como meus amigos que todos ficaram, que fico muito agradado com o seu sucesso.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Ministro deixa à Carreira o seu corporativismo e, deste modo, as escolhas para as chefias e as promoções ficam nas mãos daquela "estrutura". Escolhas, muita das vezes por conveniência pessoal, política até, por amiguismo, nepotismo, etc. Lugares que, no passado, como por exemplo o de Secretário-Geral-Adjunto só poderia ser ocupado por alguém que já tivesse exercido as funções de Chefe de Missão, pelo menos uma vez. Ou de Sub-Director-Geral que hoje é iniciado por um Conselheiro de Embaixada, na maior parte dos casos sem nunca ter exercido funções de Chefia do Quadro Externo ( o mesmo se aplica aos próprios DG, que chegam a Embaixadores sem nunca, mas nunca, o terem sido, ou seja, exercido essas funções, no Quadro Externo!!!). E nesse sentido, por "força" do que "estabelece" a "Grelha" para as promoções a Ministro Plenipotenciário, que é revista ("curiosamente") todos os anos, os ditos Sub-DG acabam promovidos por ocuparem aqueles lugares do seu cargo. Quando deveria ser o contrário, ou seja, alguém, já Ministro Plenipotenciário, a exercer essas funções, o que traria uma outra autoridade ao cargo. Ainda sou desse tempo - e ainda bem! Hoje temos uns garotos, Sub-DG, ou mesmo DG que nunca chefiaram Missões a dar intruções a nós, os Chefes de Missões! Com toda a suposta sabedoria que lhes vem sabe-se lá de onde!!
O MNE bateu no fundo! Com a complacência (total) da Tutela, que não se interessa, minimamente, por este tipo de questões - que têm, sem dúvida, a maior relevância! Mas, esta situação vem de há muitos. O actual MNE limitou-se (ma, a meu ver) a seguir o que já se praticava há alguns anos a esta parte. O MNE e a Carreira de hoje nada têm a ver com o que se passava anos antes. Enfim, no fim de contas, o MNE vai, de algum modo, seguindo o paradigma dos tempos actuais, no que pior têm.
a)Diplomata

Anónimo disse...

A ver se desta não me engano!
O Caro anónimo de 10 de novembro äs 00:24:

É diplomata, chefe de missão, mas, (ainda) ministro plenipotenciário.

Quase tudo o que escreve é mesmo assim, só não me parece, que, alguma vez tenha sido diferente. É sempre todo o mundo a fazer pela promoçãozinha!

Os garotos de hoje são iguais, mas, muito arrogantes. Não se aborreça com semelhantes criaturas, faça os esperar, sentados. Nunca os "atenda" à primeira.

Aproveite, não tarda aí o bolo rei e o espumante...estão sempre a cair coisas.

Em quase trinta anos, a observar de perto, ao lado, mal ouço os seus colegas, que tão baixinho falam.

Cumprimentos

Maria

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...