Ao que consta, para além do “voluntarismo” na inscrição de novos militantes, somado à “generosidade” do pagamento maciço de quotas, há por ali um mundo de empenhamento “cívico”, nomeadamente na “facilitação” dos transportes, que a democracia só pode agradecer.
Não se pense, porém, que há partidos inocentes no nosso mundo político. A luta pelo poder político tem fronteiras éticas bastante flexíveis...
A propósito disto, lembrei-me que, em casa do meu avô materno, sempre que se servia uma caldeirada de bacalhau, todos se referiam a esse prato como o “bacalhau das eleições”.
Nesse tempo, que era o da minha infância, eu mal sabia o que eram eleições - aliás, a exemplo da maioria dos portugueses, a quem a ditadura apenas prodigalizava uma espécie de “genéricos” falseados do verdadeiro sufrágio.
Mas, se assim era, por que diabo se falava no “bacalhau das eleições”?
Uns anos mais tarde, um tio esclareceu-me. Aparentemente, durante a Primeira República, a luta eleitoral em certas áreas de Trás-os-Montes passava pela atração para a mesa de voto, através da oferta de uma “bacalhauzada” em forma de caldeirada. Os escassos inscritos tinham assim um estímulo mais para se deslocarem para exercer o seu direito cívico. Desde que votassem no candidato que oferecia o “bacalhau das eleições”, bem entendido!
À época, devia ser barato: não se dizia então que “para quem é, bacalhau basta”?
1 comentário:
As "bacaulhauzadas" também existem noutros "campos" como por exemplo entre o "jornal de reverência", o venerável Nicolau Santos agora encaixado na presidência da Agência Lusa, a Tass do Dr. Costa...
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