Alguns simpáticos leitores têm vindo a propor (sem o menor sucesso) que eu passe a livro textos que por aqui são publicados.
Há dias, uns amigos mais chegados (gosto muito da palavra) fizeram-me uma excelente “partida”: editaram e ofereceram-me um exemplar único de uma antologia de textos que por aqui foram já publicados, mas apenas aqueles onde figuram referências a Vila Real e Viana do Castelo. Ficou um belo volume encadernado, com imagens a cor e 430 páginas!
Gostei imenso, mas nem assim me convenceram a avançar para uma edição mais alargada.
11 comentários:
O que vexa sugere é o que o livro seja editado mas não lhe dêem royalties, direitos de autor e afins.
Eu, por certo, não vejo nenhuma inconveniência nisso..
cumprimentos
Eu gostaria que me reservasse um exemplar! Se possível assinado!
Só tenho que saber onde o vou comprar!
Aqui em Vila Real seria mais fácil.
António Pádua Azevedo
Senhor Embaixador
Sou um seu leitor assíduo e um daqueles que sugere a publicação em livro de alguns dos seus vários artigos, nomeadamente aqueles sobre as situações vividas no exercício das suas funções diplomáticas.
Estou convencido que seria (m) un (s) livro (s) muito interessantes.
O Francisco já conseguiu preencher 430 páginas com o seu blogue? Uau! Parabéns! É um escritor prolífico...
Luis Lavoura creio bem que os seus comentários aqui e no Delito já dariam um livro bem maior!
-:))
Qualquer dia anuncio aqui mesmo a oferta de uns quantos exemplares, ou então no OLX. Os tomos serão por temas...
Apagarei se preciso as loas às oposições síria e líbia que o sr. Embaixador tão necessariamente fez em França, para tentar ganhar alguma margem de manobra para lidar com a troika e afins..
"O Francisco já conseguiu preencher 430 páginas com o seu blogue?"
Um blogue de 9 anos com posts todos os dias, tem pelo menos 3300 posts. Neste caso deve dar, à vontade, para umas 1500/1600 páginas.
O Anónimo dos 16.50 tem um problema: não consegue provar o que disse. Tudo o que escrevi ou disse sobre as oposições a Kadahfi ou a Assad está transcrito neste blogue. Basta, no canto superior esquerdo, colocar as palavras “Líbia” ou “Síria” e fazer o favor de nos trazer as loas que por lá encontrar às oposições líbias ou sírias. Só isso: não venha alegar outras coisas, porque só interessa aquilo em que faltou à verdade. Eu não brinco em serviço!
Tem razão o senhor embaixador, nunca fez loas às oposições. Mas escrever ( a propósito da Líbia)
"Por isso, neste que é um momento de vitória da insurreição sobre um regime que utilizou as suas forças armadas para reprimir o seu povo, parece evidente que Paris e Londres devem merecer o reconhecimento explícito da comunidade democrática internacional, tanto mais que o seu extraordinário esforço militar foi feito num tempo difícil, em termos da mobilização de recursos orçamentais. https://duas-ou-tres.blogspot.pt/2011/08/libia.html"
era talvez dispensável. Também visto à distância o "انتم مدعوون الى الحرية" (https://duas-ou-tres.blogspot.pt/2012/06/siria.html) está tristemente mais que desbotado, se é que nunca esteve outra coisa.
E sem dúvida as críticas feitas às intervenções na Líbia e na Síria em 2011/2012 são bastantes mais suaves do que aquelas que, por exemplo, fez em 2016. (Bem sei, estava em serviço, não falava enquanto FSC).
Não me parece que alguma vez tenha dito ou sugerido que vexa brincasse em serviço. Antes pelo contrário. Não é essa a ideia que tenho de si.
cumprimentos
Os leitores são testemunhas de que eu escrevi, a propósito do comentário do Anónimo das 16.50, isto é, que ele não conseguiria encontrar nenhumas “loas” minhas à oposição líbia ou síria. Mas eu disse mais: na falta de poder provar isso, “não venha alegar outras coisas”. Veio, claro.. Mas vamos à linguagem e às minhas posições: que fique claro que (1) apoiei a intervenção armada, autorizada pela ONU, que (2) condenei a abusiva utilização pelo RU e França do mandato para ir “além da ONU” e derrubar Kadhafi e (3) percebi bem que a Rússia, que tinha deixado passar a moção da Líbia, tivesse vetado idêntica iniciativa sobre a Síria. Convém ser claro!
Mas caro embaixador lamento mas não é vexa que decide ou não o que eu alego. Claro que até agora so posso louvar o seu comportamento que tem sido democratico e paciente. Tem publicado os meus comentarios e perguntas, mesmo, quando estes o parecem incomodar (o que eu para dizer a verdade não entendo porquê). Não imaginando o equilibrismo que deve ser ser diplomata, penso que estando na sua situação (....) tentaria fazer cedências varias para acalmar os ventos da troika. Não me surpreenderia até de fazer um apoio mais forte à intervenção da coalição anti Kadhaffi. Não deixaria no entanto de pensar o quanto horrível não seria essa intervenção. (servindo entre outras coisas, para, ao que parece, limpar o nome do Sarkozy (https://www.mediapart.fr/journal/dossier/international/sarkozy-kadhafi-notre-dossier)). Seguramente não seria pela oposição de Portugal que a intervenção não se faria, e apoiando-a havia a possibilidade de ganhar facilidades noutros tabuleiros. So posso compreender essa logica. Mas para mim, que estou fora desses mundos, a intervenção na Líbia so podia ser mais uma 'bobagem' ocidental, contra a qual estive contra. Que fique claro que não duvido da sua boa fé e por favor não me leve a mal.
"Por que será que, mesmo aceitando eu como boas e razoáveis as razões de base que justificam a ação militar em curso, não deixo de sentir um certo mal-estar com esta guerra? Será apenas por ser uma guerra? Será, egoisticamente, por ter lugar tão perto da Europa? Será pela ideia de que se sabe sempre como uma guerra começa, mas nunca se sabe como e quando ela acaba? Ou será pela certeza de que os "colateral effects", isto é, as vítimas civis, são particularmente difíceis de medir numa operação militar com as caraterística da que está em curso? Não sei."
cumprimentos
Descubro com curiosidade estes textos entre um comentador anónimo e o Senhor Embaixador Seixas da Costa, essencialmente sobre a Líbia. Ainda não tinha descoberto nessa data, este admirável blogue, um espaço de liberdade que aprecio.
“L’affaire Kadhafi “ é das mais nojentas, tanto ou mais que a de Saddam Hussein.
Nas Memórias de Giscard d’Estaing, está escrito que o caso Kadhafi fazia parte dos quatro segredos que este deixou a Mitterrand. VGE está no centro dum dos numerosos atentados visando a eliminar Kadhafi, programa de assassinatos que começou praticamente no dia em que este derrubou o rei Iddiss, sem efusão de sangue, um rei letárgico que deixava os Líbios viver na miséria e no subdesenvolvimento.
No dia 27 Junho 1980, um avião da companhia Itavia caía no mar, ao largo da ilha de Ustica, com 81 pessoas a bordo. Kadhafi devia viajar nesse avião, mas mudou de aparelho no último momento. Oficialmente foi um acidente, mas na realidade recebeu um míssil. 14 pessoas foram convocadas para depor, mas desapareceram todas em condições misteriosas, incluindo agentes do SAS britânico.
Kadhafi não era um santo. Mas os que o liquidaram não valiam mais.
Kadhafi decidiu que a riqueza líbia, o petróleo, beneficiaria o povo. Implementou um sistema de previdência social e cuidados médicos de grande qualidade, gratuitos, o ensino público e a reflorestação de largos territórios, fazendo passar a Líbia duma economia a fraca renda a renda média
E tudo isto num Estado Laico.
Milhares de africanos vieram trabalhar em massa na Líbia. Kadhafi, é verdade, financiou alguns movimentos de libertação africanos, como Mandela, Quando Clinton visitou Mandela, e criticou Kadhafi, Mandela respondeu-lhe que não podia aceitar essa crítica de alguém que o ajudou durante o período mais negro da sua existência.
Kadhafi pensava na criação dum Banco Africano, concorrente do Banco Mundial.
Todos estes projectos ligaram contra ele os dirigentes cujos nomes ficarão na História, como gente sem honra : Barrack Obama, David Cameron e Nicolas Sarkozy.
Autores da Grande Mentira, (digna das AMD de Saddam), segundo a qual, uma revolta popular contra Kadafi exigia a ajuda ocidental de urgência.
Hoje sabemos melhor quem eram estes patriotas de Benghazi, defendidos por BHL. E vimos o resultado da agressão ocidental, que transformou um país estruturado num caos que afecta a segurança da Europa. Mas que importa se as companhias ocidentais recuperaram o petróleo?
A ONU autorizou este desastre humanitário? Claro. Como o do Iraque e do Afeganistão.
A exposição das imagens do linchamento de Muammar Gaddafi torna as nossas sociedades transparentes. Colocando-nos na violência sagrada, estas imagens revelaram uma regressão sem precedentes na história da humanidade.. Estas imagens reflectem imediatamente as do enforcamento de Saddam Hussein organizado no dia de "Eid al-Adha", a festa do sacrifício.
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