Afinal, na tabacaria da vilória, a oferta em matéria de revistas não era melhor do que na da praia, onde já me aviara de jornais. Claro que havia tudo quanto o social de coscuvilhice exige, mas o Nouvel Observateur era-lhes desconhecido, o L'Express não tinha vindo e o Economist "talvez só amanhã".
Trouxe o El Pais e vinha a olhar para os títulos da primeira página, com a tragicomédia do impasse político espanhol, quando me dei conta de que tinha deixado o carro muito mal estacionado, quase no meio da estrada.
Pensava para comigo "ando muito distraído, tenho de ter mais cuidado", quando abri a porta do carro e comecei a sentar-me.
Foi então que ouvi, do banco ao lado, um sonoro e feminino "Hombre!" Que diabo tinha dado à minha mulher?! Como é que ela tinha adivinhado que eu tinha comprado um jornal espanhol?
Olhei melhor: era outra senhora, era outro carro, de cor exatamente igual ao meu, o qual, claro, estava imediatamente atrás. Pedi "perdón!", com a minha mulher a rir-se imenso e eu encavacado.
Será do calor ou da idade?
4 comentários:
Tera ficado ate tarde a ver a abertura das Olimpiadas? Se ficou culpe Vinicius, Jobin, a tal garota...
Saudades
F. Crabtree
Teve piada, mas...
Por se acaso faça o despiste da mudança natural das visões, nomeadamente das lentes, não vá o diabo tecê-las...
valeu-lhe decerto o ser um caucasoide a parecer bem afeiçoado, mas não se fie na virgem e corra mas é, que presumo, agora moreno, a invadir carros alheios, nem a sua mulher o salva de uma batatada, espontãnea, à espanhola.
Boas férias
Que aborrecimento, perder as catedrais francesas do "conhecimento correcto" !
Leia o "Tony chamuças" no Twitter o homem que está a afundar Portugal.
Um engano que não é tão raro assim... Acontece a muito boa gente.
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