Na minha terra, utiliza-se bastante uma expressão de modéstia opinativa, depois de falar sobre qualquer tema que temos por não consensual: digo eu, não sei!
(Artigo hoje publicado no JN)
Ontem, uma prima ofereceu-me duas sacas de figos secos. Não lhes digo quantos já comi. Há poucas coisas no mundo gustativo de que eu goste m...
6 comentários:
Eu sou socialista e acho estranho que um secretário de estado com um ar desmazelado tivesse aceite um tal convite. Obviamente já devia estar na rua, pelo seu pé, de Costa ou de Marcelo. Mas mostrou também que Montenegro nunca foi de confiança.
Senhor Embaixador, não conseguir ter opinião sobre "se os hospitais devem ser centralizados ou regionalizados, sobre se deve haver grandes esquadras ou polícia de proximidade, sobre opções em matéria de ensino..." etc, é óptimo. É sinal que não é afectado por nenhum desses assuntos. Quem me dera.
já lá vão 3 postes sobre este assumpto:
no primeiro, era só certezas que elogiavam um excesso de zelo, duas admoestações de xico-espertice e porreirismo e mais um cargo para o oliveira martins. no segundo a coisa já só resumia a insensatez do andrade e as dúvidas do embaixador sobre o assumpto. o terceiro já é sobre o só sei que nada sei e assobia para o lado com o filho do juíz.
sobre a direita que viaja de borla com bilhetes oferecidos pela cosmos e jantares pagos pelo o oliveira com as sobras da federação, néria.
É, no mínimo, extraordinário essa de não se ter opinião sobre alguns desses assuntos, que são relevantes, como os que exemplificou. A questão dos hospitais concelhios, que foram quase desactivados, por razões financeiras (leia-se agradar à Troika), deixando a população desses Concelhos sem os cuidados médicos a que antes tinham acesso próximo, para terem de ir para os Distritais, o mesmo quanto aos tribunais, ou melhor do aceso à Justiça, com a dos tribunais nos Concelhos a ficarem diminuídos nas suas competências (pelas mesmas razões de atrás), obrigando um cidadão a ter de calcorrear quilómetros e perder tempo ao ter de ir para um tribunal de uma capital de distrito, etc. Ou essa de não querer ter opinião sobre o novo aeroporto poder vir a ser no Montijo (ou na Ota), quando se sabe quais os interesses que estão por detrás dessa história, quer a ANA, da Luso-ponte com o apoio de um determinado grande e conhecido escritório de advogados e de uma grande construtora civil, "locais" esses onde se encontram ex-Ministros, ex-deputados (ou mesmo ainda deputados da actual A.R). Um cidadão, sobretudo com a sua formação, tem o direito e a obrigação de se pronunciar, ou de ter uma opinião e falar dela, porque é um caso que tem a ver com a ética de um Estado de Direito. Não se pode lavar as mãos e deixar que seja o parlamento e só ele a emitir opinião sobre estes assuntos. A ser assim, o movimento cívico contra excessos de autoridade governativa, ou medidas políticas erradas, etc, morreria à nascença, o que contraria a essência da liberdade de uma democracia. Seixas da Costa surpreende-nos cada vez mais pela negativa! Nesse caso, também não tem opinião sobre a venda (a pataco) da EDP, REN, etc a estrangeiros, empresas que nunca deveria ter saído das mãos do Estado. Veja-se até o lucro que por exemplo a EDP dá, aos seus accionistas, quando poderia ser dinheiro em caixa para o Estado. Este Post é impressionantemente lamentável! Um verdadeiro apelo a que os cidadão não se mexam e se deixem mal gerir pelo Estado/governo, o que sucede tantas vezes, por estas terras lusitanas.
"Acho" (cá está o acho..) muito suadável não se ter opinião (ou, pelo menos, não emiti-la publicamente) sobre a eventual localização do Aeroporto ou sobre a necessidade do país munir-se ou não de um TGV. Estes são assuntos, sem dúvida, para especialistas multidisciplinares.
Já se um Juiz deve ou não julgar em causa própria (ainda que indirectamente), ou se um secretário de estado dos assuntos fiscais pode aceitar uma oferta (mesmo que simbólica) de uma empresa com a qual o Estado e o minitério do Estado tem conflito judicial que envolve milhões de euros (contribuição extraordinária que o comum dos cidadão pagou), acho que são assuntos sobres os quais não só dvemos ter opinião como expressá-la publicamente. Não são assuntos que exijam conhecimentos profundos sobre a matéria. Bastam os factos e sentido ético. Pode é não dar jeito, admito, emiti-la.
Aliás, o Embaixador já se pronuciou aqui (Juízes e Juízo), e como sempre de forma brilhante, sobre o Juiz. O Luís Lavoura é que não deu ainda conta desta "contradição"...
Eu, apoiante (com muitas reticências...) da "geringonça", não tenho dúvidas em censurar veementemnte (vale o que vale) o Juíz e o Secretário de Estado. Não ficaria mal ao primeiro ter pedido escusa do caso a ao segundo a demissão do cargo. Deixe-me acrescentar que tenho a certeza que o era o Embaixador faria se estivesse no lugar deles. Aliás, em relação ao Secretário nem sequer teria aceitado fazer a viagem.
Quem não optar pela proteção solar, debaixo do toldo da praia, arrisca "torrar" a moleirinha, e depois vem aquí debitar bitaites verborreicos.
-Haja paciencia!!!
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