Não sei como hei-de dizer isto sem ofender algumas classes profissionais, mas não posso calar o sentimento de que, em certos setores, as Ordens parece terem caído a pique no nível dos dirigentes que nos dias de hoje elegem.
É talvez a "proletarização" de certas atividades que a isto conduziu, mas faz-me confusão ver eleitas para cargos de bastonário pessoas que, por exemplo, foram objeto de processos por conduta profissional incorreta.
Tinha-me habituado a ver num bastonário, não uma espécie de "duplo" dos dirigentes sindicais da classe, mas figuras referenciais na profissão, personalidades prestigiadas junto dos seus pares, sempre contidas na palavra, com a utilização desta a revelar peso, com prestígio que facilitasse a interlocução com os poderes. O que se vê mais por aí (com exceções, diga-se) são figuras de terceira ou quarta linha, truculentas, sem autoridade moral, de palavra vulgar.
Se acham que esta nota foi suscitada por um artigo que acabo de ler no "Público" sobre a Ordem dos Advogados, não se enganaram.
7 comentários:
poizé, um ohrrôr. cheiram a suor e salada de pepino, a milhas do chanel & sandes de beluga que tresanda das necessidadzzz. chatérrimo não serem auto-descartáveis, limpavam a sanita e iam no refluxo do tóclismo
Só não concordo com a referência a exceções. Não quer fazer o favor de as referir?
Quando eu digo na corporação que só alguns, poucos, de nós se poderiam candidatar à liderança, chamam-me de tudo. Incluindo que eu sou um dos que não se poderia candidatar...
Por esta e por imensas outras, também aqui no blog, é que o cálculo de Einstein de que não há vida extraterrena, pela simples razão de que o Universo não aguenta mais estupidez, se vai confirmando!
Elina Fraga é e tem sido uma boa Bastonária. Embora alguns sectores lisboetas preferissem outro Bastonário. Os grandes escritórios de advogados sediados na capital, com os seus contactos político-económicos, aqui estabelecidos, não se conformam com Elina Fraga, como Bastonária. E tudo farão para a desalojar do lugar e lá colocarem alguém que lhes faça os fretes e apare o tráfico de influências, junto do Poder Político.
A ver vamos...
Parece-me bastante elitista este post.
1. A "estória" da actual bastonária ainda não foi completamente esclarecida. 2. A "proleratização" não é obrigatoriamente um mal. 3. Muitos dos bastonários anteriores nunca foram referência moral, profissional, ou outra, da profissão.
Há dias (posts) infelizes...o que não impede que o continue a ler com prazer.
Bom domingo.
Não diria "a proletarizacao" mas antes o populismo na versão latino-americana, importava pela esquerda radical para a Europa.
Com o enorme crescimento do número de licenciados a profissão transformou-se, para a maioria, num deserto, onde esperavam um oásis. Todos os "descamisados" propiciam terreno fértil ao desenvolvimento dessa figura sinistra do "leader" populista ( Chavista ou o que quiserem ).
São sempre sinais de desagregação presente ou futura de uma sociedade. É' isso que temos.
E enquanto a formação de um advogado há 40 anos tinha uma forte componente "de Cultura", hoje - tal como escrevia FSC, também agora arrisco a fúria do "politicamente correcto" - hoje ( falo por experiência própria ) escreverem sem erros já é um sinal de distinção.
Todos os populismos têm, na sua origem, entre outras causa, a subsidiarizacao da cultura . Aqui há que pedir responsabilidades aos governos que permitiram que democratização do ensino fosse igual a criação de "escolas/universidades" que eram e ainda são, fábricas de fazer dinheiro vendendo sonhos aos incautos. O fenómeno dos bastonários/sindicalistas/populistas ( OA; OM, etc) tem também ou talvez sobretudo origem nesse ensino.
poizé, a democratização da advocacia é uma chatice para a classe que não está habituada a ter concorrência e uma alegria para os clientes em geral que querem mais justiça e menos paleio para encher xóriços e justificar honorários. tamém há-de chegar aos juízes, procuradores e demais ungidos que fazem o que querem e não prestam contas a ninguém. é o grande desafio da van dunen, espero que não desiluda.
Ó ignatz não seja tão inácio...
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