Não sei como é que a frase surgiu, mas já a ouço há muito tempo: "tens de sair da tua zona de conforto!". Nos tempos do "infamous" governo de Passos Coelho, e a propósito da famigerada promoção da saída dos jovens desempregados do país, então foi um fartote: não havia dia em que não aparecesse uma luminária com idêntica recomendação. Era a "audácia", a "ambição", o rasgo que recomendava o romper com a rotina e a comodidade.
Percebo que alguns, infelizmente, sejam forçados a sair da sua "zona de conforto". Mas não transformemos a reação a infaustas circunstâncias numa espécie de louvável atitude de vida. O conforto e o bem-estar, quando viáveis, devem ser cultivados e usufruídos. Se alguém sente prazer em abandonar a sua "zona de conforto". para se aventurar por terrenos mais arriscados, então é porque essa nova situação se converteu, muito simplesmente, numa sua nova "zona de conforto".
Percebo que alguns, infelizmente, sejam forçados a sair da sua "zona de conforto". Mas não transformemos a reação a infaustas circunstâncias numa espécie de louvável atitude de vida. O conforto e o bem-estar, quando viáveis, devem ser cultivados e usufruídos. Se alguém sente prazer em abandonar a sua "zona de conforto". para se aventurar por terrenos mais arriscados, então é porque essa nova situação se converteu, muito simplesmente, numa sua nova "zona de conforto".
Quero aqui fazer uma declaração: adoro a minha zona de conforto, nunca tive de sair dela para ajudar a reforçá-la e ai de quem a coloque em causa.
6 comentários:
O que é dramático, Senhor Embaixador, é que só uma ínfima minoria da humanidade pode e consegue ficar na sua “zona de conforto”. Zona que tanto pode ser aqui ou algures. Para estes pode ser não importa onde, porque não dependem dos outros. Mas a maioria, fica para sempre na “zona de desconforto”, mesmo quando atravessam as fronteiras.
Porque o “conforto” depende de tantas coisas que só a tal ínfima minoria pode e consegue obtê-las.
Aliás creio que a maioria daqueles que vivem permanentemente na “zona de desconforto” nem sabem que ai vivem. O fatalismo leva-as a crer que é o destino que as pôs ai.
Em conclusão, que sorte tem de poder clamar alto e forte “, nunca tive de sair dela ( a zona de conforto) para ajudar a reforçá-la e ai de quem a coloque em causa.
Resta a saber quanto tempo ainda todos aqueles que vivem em permanência na tal zona de desconforto, vão aceitar de continuar a viver nela. Imaginemos que um dia decidam que mais vale destruir todas as zonas de conforto para que as zonas de desconforto desapareçam para sempre. Para sempre… não é humano, mas enfim!
Falo alemão e fiquei surpreendido com as palavras dum chefe de família ao sair do supermercado em Munique, há alguns momentos, que dizia: “ Mas como é possível que nós, que recebemos mais migrantes que não importa quem, também sejamos atacados em nossa casa?”
Faz-me lembrar os Americanos que esperavam ser recebidos com flores no Iraque e ficaram surpreendidos que houvesse iraquianos que não gostavam deles … Não tinham compreendido que a “zona de conforto” americana não correspondia à dos iraquianos…
O problema começa no tens...
A zona de conforto pode seguir as pessoas nas suas viagens pelo mundo, na sua busca de conhecimento e de realização pessoal, se for feita e acompanhada com dignidade e respeito pelos outros, na esperança de que os outros também considerem com os mesmos parâmetros a zona de conforto deles !
Porque as "zonas de conforto" parecem que tem o terrível síndrome de se enfrentarem umas às outras
Devem dizero mesmo, os gregos que viram as pensões cortadas em 30%.Sem que dizem eles, não temos culpa nenhuma!! os políticos aldrabões é que são os culpados; tristemente não foram para lá śo porque encostaram a escada e subiram, foram votados pelos tais inocentes gregos
Deixei uma vez a minha zona de conforto .Sofri muito e jurei que nunca mais o faria
Eu concordo consigo.
A historia da zona de conforto é um mito.
Eu quando vivia na minha zona de conforto, antes da crise, estava bem e feliz e não precisava de mais nada, e atencão a minha zona de conforto incluia viajar e conhecer outras culturas e países. Quando a crise se abateu sobre a minha vida e tive de considerar sair da minha zona de conforto, acabei por sofrer imensamente. E não aprendi nada de positivo com o sofrimento - é pura mitologia que o sofrimento ensina algo sempre. essa treta das licões de vida etc. Mentira: muitas vezes e apenas dor, saudade, solidão, incompreensão e medo. E a minha zona de conforto incluia estar em Portugal, com a família e os amigos, trabalhar e ir para o estrangeiro apenas como turista. Estava bem assim, não tinha muito, mas tinha o suficiente para viver feliz. Observo os meus amigos que têm sustento em Portugal, nunca tiveram de sair da zona de conforto. Podem partilhar mais tempo com os pais, com os amigos, com quem gostam e com quem realmente gosta deles (fora do país muitas vezes é necessario adaptar-se a outras pessoas que não gostam de nós como somos), fazem coisas que gostam e estão mais saudaveis. E são mais felizes. Eu tornei-me uma pessoa deprimida, aterrorizada e sofrida, ter perdido o conforto do meu emprego destruiu-me demasiado, ter saído da minha zona de conforto têm me magoado e feito sofrer, somente.
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