segunda-feira, setembro 22, 2014

Manuel Ferreira Enes

Tendo estado vários dias ausente de Lisboa, só agora soube que morreu Manuel Ferreira Enes.

Vamos todos sentir falta da sua simpatia, do seu sorriso amável, das apresentações generosas que nos fazia aos novos diplomatas estrangeiros, que ele logo conhecia pelas artes da sua imbatível rede social, grangeada pelos anos nas relações públicas do turismo e hotelaria.

Nem sei bem porquê, tratávamo-nos por tu, o que, sem corresponder a uma especial intimidade, espelhava o ambiente agradável e franco que ele sempre sabia criar à sua volta.

Adorado pelos círculos das embaixadas, era uma figura sempre presente nas receções diplomáticas. Tinha a intenção de vir a contar-lhe, proximamente, uma graça que um amigo nosso espalhava desde há uns tempos. Vendo-me frequentemente envolvido em colóquios e palestras, costuma brincar: "Tu estás para as conferências como o Manuel Ferreira Enes está para os cocktails..." Acho que o Manel ia achar piada. Mas agora é tarde.

2 comentários:

Anónimo disse...

Para minha mulher e para mim, também foi sempre de uma simpatia e de uma elegância invulgares. Era ainda de uma grande generosidade: Hå alguns anos, ofereceu-nos os seus próprios bilhetes para um concerto completamente esgotado de Maria João Pires no Municipal do Rio de Janeiro. Esperamos que tenha partido sem sofrer.
JPGarcia

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Era um grande profissional mas sobretudo um grande amigo.
Quando em Janeiro de 1996 assumi a Direcção Geral do Hotel Albatroz era o Manuel o Director Geral de Relações publicas dos Hoteis da Lapa e Albatroz. Na primeira conversa que tivemos o Manuel começou a explicar-me as funções dele, e no final eu vendo que ele era também responsável pela captação de clientes perguntei-lhe "para não nos chocarmos diz-me onde começam as minhas funções e acabam as tuas"
Ele respondeu-me assim :
" Olha meu querido, quando se começar a falar em dinheiro eu saio e entras tu"
Que Deus te tenha já na Sua Santa Guarda Manuel, reza por nós

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...